Estudo indica que internet brasileira é parcialmente livre

Buscar

Estudo indica que internet brasileira é parcialmente livre

Buscar
Publicidade

Mídia

Estudo indica que internet brasileira é parcialmente livre

Freedom on the Net 2017 mostra bloqueios a aplicativos e concentração de telecoms como obstáculos


16 de novembro de 2017 - 16h50

A internet brasileira foi considerada “parcialmente livre” em estudo realizado pela Freedom House. Os obstáculos à liberdade no País incluem os bloqueios periódicos ao Whatsapp, condenações por injúrias e difamação a candidatos políticos e dificuldades de acesso por toda população.

Crédito: Pexel

Chamada Freedom on the Net, a pesquisa considerou dados de 65 países e avaliou três categorias: obstáculos ao acesso, limites de conteúdo e violação aos direitos do usuário.

O Brasil está em 33º no ranking mundial. Para Leandro Bissoli, advogado especialista em direito digital da Peck Advogados, isso é uma boa colocação. Momentos como o Marco Civil e a não intervenção estatal na opinião pública durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ajudaram para o resultado.

Apesar disso, desde 2015, o país caiu quatro posições no ranking, em grande parte por conta dos bloqueios ao principal aplicativo de mensagens instantâneas – o WhatsApp – por parte do judiciário brasileiro. No meio deste ano, o STF determinou que essa prática era desproporcional e trazia danos à população.

Outro motivo da queda brasileira são as condenações feitas a usuários por injúrias e difamação. Nesse caso há uma divergência de opiniões. Bissoli acredita que isso tenha mais a ver com uma interpretação estadunidense sobre o que seria liberdade. Para ele, “o direito de preservação da imagem é constitucional”.

Dificuldade de acesso

Um dos problemas vistos pela organização é a dificuldade de acesso à internet pela população brasileira. Aqui, segundo o estudo, o mercado de telecomunicações é altamente concentrado, o que dificulta a entrada de outros players que trariam mais competitividade ao setor.

O estudo também indica que a infraestrutura não é homogênea em todas as partes do território nacional. Segundo o estudo, as variações geográficas representam dificuldades para o barateamento de banda larga.

E 2018?

Enquanto os Estados Unidos vivem a crise de imagem do governo Trump por conta do papel do chefe de Estado russo na decisão das eleições de 2016, o Brasil se prepara para enfrentar seu próprio pleito para o cargo. Há menos de um ano das eleições presidenciais brasileiras, o Freedom on the Internet descobriu que cerca de 30 governos influem na opinião pública via bots ou trols nas redes sociais.

No caso brasileiro, não há nenhuma indicação que o governo utilize essas ferramentas para enviesar o debate. Apesar disso, a ameaça externa está presente. “A eleição será bem turbulenta por conta das redes sociais”, afirma Bissoli. A prática não é novidade, tendo em vista que os EUA e a extinta URSS fizeram parte ativa de diversas deposições de governo para aumentar seu poder global, inclusive no golpe civil-militar de 64.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Google: a IA generativa como motor de negócios

    Google: a IA generativa como motor de negócios

    No evento Think with Google, big tech reuniu executivos para dar luz às novas oportunidades de negócios proporcionadas pela IA, sobretudo no marketing

  • The Content Group lança programa de formação de creators

    The Content Group lança programa de formação de creators

    Programa visa formar criadores de conteúdo capazes de buscar insights em dados, criar ideias e executá-las