Google traz consultoria de dados ao Brasil

Luiz Gustavo Pacete
30 de janeiro de 2018 - 7h00

Wladimir Maracaba, especialista em dados e mensuração do Google, com Russo e Matilde:  desenvolvimento da plataforma de dados de marcas para melhorar big data

Desde a semana passada, o Google opera oficialmente no Brasil um núcleo dedicado à consultoria de dados. O DataLab foi criado em Mountain View, na sede americana da empresa, há dois anos, e ganha sua primeira operação internacional. O principal objetivo do núcleo é estruturar dados de grandes anunciantes com a finalidade de melhorar a aplicação de big data em estratégias de marketing e performance de vendas.

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De acordo com Rafael Russo, head de dados e mensuração do Google Brasil e líder do DataLab, a demanda dessa área surgiu ao identificar a necessidade que os grandes clientes da empresa tinham em organizar e aplicar dados. “No ano passado, machine learning foi uma grande pauta do Google, no entanto, percebemos que não adiantava falar da aplicação dessa tecnologia sem propor uma melhor gestão de dados aos nossos clientes. O objetivo é contribuir para que as empresas tenham maior eficiência no uso das informações que possuem”, diz Russo.

Para ser atendido pelo DataLab, o cliente participa de uma espécie de processo seletivo que inclui: estar em um determinado nível de estruturação de dados e disposto a abrir sua base ao Google. “Nossa meta é fechar o ano de 2018 com 12 clientes atendidos, dois projetos já estão em andamento e mais dez em processos de escolha”, diz Matilde Ricciardi, especialista em dados e mensuração do Google Brasil.

Em 2017, um piloto da área foi colocado em prática no Brasil, resultando em consultoria à Avon, Cielo e Latam. O programa completo tem quatro semanas e inclui seis fases, uma delas consiste em um workshop no Partnerplex, novo espaço de inovação do Google, reunindo todos os envolvidos no trabalho. “O primeiro interlocutor no cliente para colocar o projeto em pé tem de ser um C-level ou alguém com autonomia e capacidade de engajar várias áreas. Geralmente, definimos um sponsor dentro da empresa e, em conjunto, decidimos quais áreas precisam estar envolvidas”, diz Russo.

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Na maioria dos casos, as áreas que participam são Tecnologia da Informação (TI), Business Intelligence (BI), CRM e marketing. Matilde ressalta a importância da agência no processo desde o início. “Somente em casos específicos em que o cliente está em concorrência ou mudança de relacionamento com a agência que isso não ocorre. Mas no caso de Avon, Cielo e Latam as agências estiveram presentes desde o início”, ressalta Matilde. Questionado sobre algum tipo de conflito entre a consultoria e a área de vendas de serviços do Google, Russo reforça que o DataLab é isolado e não possui meta de vendas nem terá envolvimento em indicações de ferramentas.