Manual do Mundo e o desafio de ser relevante além do YouTube

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Manual do Mundo e o desafio de ser relevante além do YouTube

Mariana Fulfaro, que comanda o canal junto a Iberê Thenório, fala sobre os 10 anos da marca e o desafio de gerar novas frentes de negócio além do vídeo


8 de novembro de 2018 - 16h32

Quando começaram o canal Manual do Mundo, em 2008, Mariana Fulfaro e Iberê Thenório — à época terapeuta ocupacional e jornalista, respectivamente —, gravavam e editavam seus vídeos depois do expediente, à noite ou durante as madrugadas. Com muita disciplina e metas claras sobre o projeto, o casal, aos poucos, moldou a plataforma de educação e curiosidades que, atualmente, vai muito além do YouTube e envolve licenciamentos, eventos off-line e livros.

Depois de ter completado dez anos em julho e de ter sido reconhecido pelo Guiness World Records como o “Maior Canal de Ciência e Tecnologia na Língua Portuguesa”, com mais de dez milhões de inscritos, o Manual do Mundo lança em novembro seu segundo livro, “Dúvida Cruel”. Atualizar o público e o escopo de assuntos abordados pelo canal, bem como suas frentes de negócio, foi o que deu fôlego para que o canal continuasse relevante.

Foto: Divulgação

Ao Meio & Mensagem, Mariana Fulfaro deu uma entrevista esta semana, falando sobre o investimento do canal no mundo offline e a seletividade no trabalho com anunciantes:

Revisão de conteúdo

Ao longo de dez anos no ar, um dos desafios foi atualizar o escopo de assuntos e formatos. Mariana Fulfaro conta que, ao final de cada ano, a equipe do Manual do Mundo faz um balanço das seções e editorias que serão mantidas ou descontinuadas. “Há alguns anos, por exemplo, abolimos as editorias sobre origami e mágica, que eram coisas pelas quais perdemos interesse. Agimos muito de acordo com o que queremos fazer e não olhamos só para números e picos de audiência, pois achamos que isso deixaria o conteúdo menos orgânico”, diz Mariana.

Para abrir espaço para outras linhas de negócio e investimentos, Mari e Iberê também diminuíram o ritmo de publicação no YouTube. “Assumimos o risco de publicar menos e apenas vídeos que achamos interessantes”, acrescenta.

Renovação de público

Ela conta que grande parte da base de seguidores é de antigos fãs, na maioria jovens adultos. “Ao contrário do que as pessoas pensam, nosso público-alvo sempre foi o de jovens adultos, que são 70% do nosso público. Em seguida, vêm as crianças, que são mais engajadas e interagem nas redes sociais de forma muito mais visível. Vejo que alguns adultos têm um pouco de preconceito em admitir que assistem o canal, pois pensam que é apenas para crianças, e tentamos combater essa ideia”, diz a fundadora.

Uma das estratégias para atrair novos fãs, afirma, é investir em publicidade online direcionada a jovens adultos e universitários.

Foto: Divulgação

Online e off-line misturados

O objetivo do Manual do Mundo é diminuir as receitas de publicidade em vídeo, fortalecendo as frentes de negócio off-line. “Temos feito muitos eventos em shoppings, temos os livros e estamos tentando aumentar os licenciamentos de produtos”, conta. Um dos projetos mais recentes foi uma série de shows ao vivo em comemoração aos dez anos do canal.

Em 2016, a marca também testou um modelo de loja off-line, para a venda de produtos ligados a experimentos e educação. “Percebemos que a loja atrapalhava a curadoria e, então, demos uma pausa nesse projeto, para quem sabe retomar em algum outro momento. Esse passo para trás faz parte da maturidade e do aprendizado. Se você tentar abraçar o mundo, não consegue”, explica.

Foto: Divulgação

Trabalho com marcas

O trabalho com marcas também é mais seletivo: a ideia é que o Manual do Mundo funcione como uma boutique de conteúdo, com poucos clientes e atendimento personalizado. “A ideia é que o cliente colabore e trate diretamente comigo e com o Iberê. Se houver muitas pessoas atravessando a conversa entre quem produz e a agência ou marca, o trabalho fica mais difícil. Gostamos quando a marca senta diretamente conosco e e fazemos um brainstorming para construir o melhor conteúdo para as duas partes, o que só é possível como esse diálogo direto e um relacionamento de longo prazo”, diz a influencer, citando a Oral-B como uma das parceiras de longa data do canal.

Estrutura enxuta

Há cerca de dois anos, Iberê e Mariana também decidiram enxugar a estrutura do canal, que à época caminhava para se tornar praticamente uma produtora, em vias de intensificar a produção de conteúdo para terceiros. O gerenciamento da estrutura, no entanto, tornou mais difícil focar no conteúdo.

“Percebemos que não era isso que queríamos para o negócio. Queríamos fazer conteúdo, e não virar profissionais de recursos humanos”, brinca Mariana. O Manual do Mundo trabalha atualmente com uma equipe de 15 pessoas entre editores, pesquisadores, equipe comercial, imprensa e jurídico.

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