CBS nega indenização de US$ 120 milhões a ex-CEO

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CBS nega indenização de US$ 120 milhões a ex-CEO

Conselho da rede determina que Les Moonves desrespeitou políticas da empresa, relacionadas a assédio sexual e de agressão, e descumpriu investigação interna


18 de dezembro de 2018 - 13h22

Do AdAge, com informações de Bloomberg News*

Les Moonves (crédito: reprodução)

Nesta segunda-feira, 17, o conselho administrativo de rede de televisão aberta americana CBS formalizou sua recusa em pagar uma indenização de US$ 120 milhões ao ex-CEO Les Moonves, demitido por acusação de assédio sexual e de agressão.

Ao anunciar a decisão, a rede afirmou que o executivo desrespeitou políticas da empresa e descumpriu uma investigação interna, que por mais de quatro meses também examinou a cultura corporativa da empresa. “Determinamos que há motivos para uma demissão por justa causa por causa de razões como conduta dolosa e material, violação das políticas da empresa e violação de seu contrato de trabalho”, disse a companhia, baseada em Nova York.

O ex-CEO concordou renunciar, em setembro, após uma dúzia de denúncias de assédio sexual. Sua indenização dependia do resultado de uma investigação, realizada por dois escritórios de advocacia contratados pela CBS. De acordo com um esboço de resultados da análise, vazado pelo New York Times no início deste mês, a rede teria motivos para negar o pagamento ao Moonves. A reportagem também descobriu que o ex-CEO destruiu provas e mentiu para os investigadores, com o objetivo de limitar as consequências do escândalo, disse o Times.

Em resposta à decisão desta segunda-feira, Andrew Levander, advogado de Moonves, descreveu as conclusões do conselho como predeterminadas e sem mérito. “A imprensa, que realizou vazamentos que permearam o processo de investigação, foi informada por conclusões infundadas sobre Moonves, o que prejudicou ainda mais seu nome, reputação, carreira e legado”, falou Levander. “Moonves nega veementemente qualquer relação sexual não consensual e cooperou extensivamente e totalmente com os investigadores”.

O UltraViolet, um grupo de defesa às mulheres, aplaudiu a decisão do conselho, chamando-a de uma vitória para os sobreviventes de agressão sexual. “As marés estão mudando”, disse Shaunna Thomas, diretora executiva do UltraViolet, em comunicado enviado por e-mail. “A nova norma é que, se você abusar das mulheres, perderá seu emprego e seu pára-quedas de ouro.”

Decisão fácil
Contra o pano de fundo do movimento #MeToo, a CBS teve muito apoio para negar a indenização, disse Lee Bantle, um advogado de Nova York especializado em casos de assédio sexual.

A queda de Moonves foi desencadeada por alegações na revista New Yorker, que afirmavam que o profissional assediava sexualmente uma dúzia de mulheres e tentava prejudicar suas carreiras. Ele também estava travando uma briga com o acionista majoritário National Amusements, em relação a um plano para diluir a participação do investidor. Esse confronto foi resolvido quando Moonves concordou em renunciar.

“Alegações falsas de décadas atrás, que não são consistentes com quem eu sou, estão sendo feitas contra mim”, disse Moonves, na época. “Estou profundamente triste por estar deixando a empresa.”

Alterando prioridades
Nesta segunda-feira, a CBS também disse que, embora o assédio e a retaliação não sejam generalizados na empresa, políticas anteriores não priorizaram a prevenção de tais ações. A empresa contratou um novo chefe de recursos humanos e agora está trabalhando com consultores externos para melhorar sua cultura no local de trabalho.

Em 2007, o contrato de Moonves já declarava que a CBS poderia demití-lo por justa causa, caso o executivo violasse as políticas da empresa sobre assédio sexual ou não cooperasse totalmente com uma investigação interna. Sob os termos de seu acordo de pagamento, Moonves poderia tentar reverter a decisão de rescisão por meio de arbitragem.

Pesquisando por um novo CEO
O fim do enredo confuso de Moonves deve permitir que o conselho se concentre em questões que são críticas para o futuro da empresa, como encontrar um CEO substituto ou buscar uma fusão.

Redstone, que controla 80% do capital votante da CBS e da Viacom, prosseguiu com uma fusão das duas empresas no início deste ano. A CBS possui a rede de transmissão mais assistida na última temporada, enquanto a Viacom abriga a Paramount Pictures e uma série de redes de TV a cabo. Uní-las poderia dar às empresas mais influência na negociação com distribuidores de TV paga. Em conjunto com a saída de Moonves, Redstones concorou em não propor outra fusão por pelo menos dois anos. Os conselhos de ambas as empresas ainda poderiam sugerir um acordo de forma independente.

A diretoria da CBS contratou uma firma de recrutamento de executivos, para considerar os candidatos a CEO. Joe Ianniello, ex-diretor de operações da empresa, está trabalhando provisoriamente e é considerado um candidato para o cargo permanentemente. Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive Software, fabricante de videogames, está atuando como presidente interino. Ele disse que não está interessado no cargo de CEO, mas não disse se permaneceria como presidente da CBS em caráter permanente.

O advogado de Moonves tem 30 dias para pedir arbitragem para reverter a decisão do conselho, segundo seu acordo de setembro. “Eu diria, ‘boa sorte'”, disse Bantle.

(*)Tradução: Victória Navarro

*Crédito da foto no topo: Scott Webb/Pexels

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