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Reestruturação global da Vice chega ao Brasil

Apesar de diminuir operação no País, empresa visa expandir em áreas como branded content e parcerias com programadoras e plataformas


20 de março de 2019 - 16h22

A Vice Media tem realizado nas últimas semanas mudanças em sua operação. A empresa teve de reduzir equipes globalmente, dispensando cerca de 10% de todos seus colaboradores em seus 33 escritórios, incluindo o Brasil.

Crédito: Reprodução

Isso equivale a cerca de dez pessoas da operação local. Mas Fernanda de Lamare, diretora da Vice no Brasil, destaca que não é só um reajuste de despesas. “A Vice globalmente teve nos últimos anos um crescimento meteórico, e, de certa forma, desordenado. Essa reestruturação visa então melhorar a eficiência e agilidade da empresa — passando por uma revisão profunda nos processos, pelo desenvolvimento de uma maior conexão entre os escritórios e por um mais rígido controle de qualidade do trabalho que sai de cada um dos escritórios, tanto editorialmente como branded”, diz a executiva.

As mudanças na Vice do Brasil seguem a um grande movimento de reorganização internacional, que  começou ainda em 2017, quando teve seu último aporte de capital. Num total de sete rodadas de investimentos — fossem fundos de venture capital como a TPG, fossem multinacionais de conteúdo como Fox e Disney — a empresa chegou a levantar US$ 1,4 bilhões e valer US$ 5,7 bilhões.

No ano passado, Shane Smith, fundador da operação original, afastou-se do dia a dia da empresa, tornando-se chairman e passando o cargo de CEO a Nancy Duboc (ex-A&E). Pouco depois, Dominique Delport (ex-Havas) foi nomeado diretor global financeiro. A chegada de dois executivos de carreira no mercado sinalizava um processo de profissionalização de gestão que, à época, estava cotada para aquisição ou abertura de capital.

A empresa foi organizada em cinco grandes hubs globais. Entre eles, Latam, chefiada por Andres Reymondes, baseado em Miami, a quem a diretora local responde. “O Brasil é visto pela Vice como um mercado-chave de crescimento e desenvolvimento de conteúdo para a região e mundo”, afirma ela. A reestruturação também determinou cinco linhas de negócio essenciais, sendo que no Brasil, três delas tem operação destacada: digital, branded content e studios, que é a divisão de produções feitas especialmente para TV e plataformas OTTs — em outros mercados,há ainda as divisões ViceNews e Viceland. “Estamos acabando de entregar este mês uma série produzida para a NatGeo sobre as mazelas sociais na America Latina”, relata Fernanda.

A Globosat, que chegou a ser sócia da operação local, hoje é uma entre outras parceiras do setor de produção de conteúdo. “Em novembro, por exemplo, colocamos no ar um conteúdo editorial de uma hora no Canal Off, criado para a Ford”, explica Fernanda. Segundo ela, diante da grande reestruturação dos hubs regionais, o Brasil seria o único país a ter um sócio nesse modelo, o que se tornou incompatível.

Ela afirma que apesar da diminuição da equipe atual, há uma expansão em vista: “Desta forma, eliminamos no geral posições que poderão ser absorvidas por nossa estrutura regional (entre elas, muitas de back office), e estamos abrindo novas posições, principalmente relacionadas à parte de operações”.

Fernanda, ex-Wieden + Kennedy, Chiat/Day e Saatchi & Saatchi, assumiu como diretora da Vice em agosto, em posição deixada por Daniel Conti. Apesar do momento agitado, diz que sempre acreditou no modelo de produção de conteúdo para marcas. “O momento é bastante desafiador para o mercado, com a mudança da relação das pessoas com a publicidade e a mídia, e entendo que isso exige novos formatos, novas perspectivas, nova linguagem e novos argumentos”, afirma.

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