As oportunidades geradas pelo futebol feminino na TV

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As oportunidades geradas pelo futebol feminino na TV

Profissionais de mídia acreditam que transmissões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Mundo podem atrair anunciantes de diferentes segmentos econômicos


6 de maio de 2019 - 14h54

Jogadora Marta estrela a campanha do SporTV que convida o público a acompanhar a Copa do Mundo, que acontece de 7 de junho a 7 de julho, na França (Crédito: Reprodução)

O futebol masculino é o produto mais valorizado da TV aberta em termos comerciais. A temporada de 2019 do Futebol da Globo, que engloba as transmissões dos campeonatos estaduais, nacionais e internacionais, além das partidas da seleção brasileira, teve cada uma de suas seis cotas de patrocínio comercializada pelo valor de R$ 310 milhões. Enquanto essa modalidade movimenta cifras desse porte, o futebol feminino ficou, nos últimos dois anos, sem exposição na principal mídia de massa do País.

Essa situação deve mudar a partir de agora, com a Band dedicado um espaço de sua grade aos domingos para a exibição do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Em acordo firmado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na semana passada, a emissora anunciou que  volta a abrir espaço para uma modalidade que havia sido exibida na TV pela última vez em 2017, quando o SporTV transmitiu a competição feminina nacional. Desde então, a parceira de transmissão da CBF era o Twitter, que selecionava uma partida por rodada para exibir ao vivo na rede social.

A Band também transmitirá uma partida por semana (sempre aos domingos, às 14h) e poderá escolher entre as disputas da Série A1 (primeira divisão) e Série A2 (segunda divisão). Ainda não foi revelada a data de estreia do Brasileirão feminino na Band, mas a emissora já deu alguns detalhes da cobertura. As transmissões serão feitas pela jornalista Paloma Tocci, com comentários da ex-jogadora Alline Calandrini.

Na opinião de alguns profissionais de mídia, a abertura da TV ao futebol feminino pode representar uma nova oportunidade de investimentos para as marcas. “Com exceção da Copa do Mundo Feminina, de fato é a primeira vez que vemos o futebol feminino ganhar protagonismo nas transmissões da TV aberta e pay TV. Esse movimento mostra que existe interesse e demanda do tema por parte da audiência”, analisa Maurício Almeida head de mídia da F/Nazca Saatchi & Saatchi. O profissional acredita que, para o mercado anunciante, as transmissões trazem uma série de oportunidades comerciais, “inclusive para categorias até então distantes do assunto”.

André França, vice-presidente de mídia da WMcCann, também vê a presença do futebol feminino na TV como algo bem positivo aos negócios. “O mercado publicitário está sempre atento a novos conteúdos e maneiras de atingir seu público. O esporte feminino precisa ganhar visibilidade. Acredito que eles vão encontrar uma audiência interessante e já estamos trabalhando com alguns clientes em projetos para essas transmissões”, revela o VP da WMcCann.
Copa à vista

Além do Campeonato nacional na tela da Band, o futebol feminino também ganhará mais espaço na TV por conta da Copa do Mundo da modalidade, que terá início no dia 7 de junho, na França. O SportTV já anunciou a exclusividade das transmissões do torneio na TV paga e promete exibir todos os jogos do campeonato. A emissora da Globosat, inclusive, já vem divulgando uma campanha para promover a transmissão. Assista:

Esporte e representatividade
Na TV Aberta, pela primeira vez o público terá duas opções para acompanhar o desempenho da seleção comandada por Marta, a melhor jogadora do mundo. Além da Globo, que irá exibir as partidas da seleção brasileira, a Band também garantiu a Copa do Mundo no acordo assinado com a CBF e mostrará a disputa do time brasileiro pelo título inédito.

O maior espaço na mídia trará oportunidades ao mercado publicitário que extrapolam o universo esportivo na opinião de Sabrina Frota, diretora geral de mídia da Artplan do Rio de Janeiro. “Representatividade das mulheres, empoderamento feminino e política aquecerão as conversas nas redes sociais e fora delas. Na minha visão e no cenário atual que estamos vivendo, não faria sentido não haver a transmissão. Os veículos de comunicação possuem uma enorme responsabilidade de transformação social e podem acelerar essa discussão. Estar fora dela é não ouvir e não conhecer a sua audiência”, aponta a profissional.

Além da oportunidade de negócios para os veículos que irão sediar os jogos (no caso, Band e Globo) os profissionais de mídia ouvidos pela reportagem também destacam o efeito positivo que as transmissões podem ter para o fortalecimento do esporte feminino no Brasil. “O Brasil é o país do futebol, por isso é tão importante o foco também estar em modalidades como o futebol feminino. Acho que as plataformas digitais auxiliaram na criação de novos torcedores, com a difusão das regras e transmissões amadoras. Não é a toa que este conteúdo está migrando para a televisão, furto de pesquisas de potencial”, destaca André França, da WMcCann. “É um efeito cascata. Se tem mais pessoas assistindo, vendo e discutindo sobre o assunto, maior visibilidade, maior chance da sua marca ser vista e se conectar com as pessoas e, portanto, maior chance de fechar negócios”, complementa Sabrina.

Em termos de oportunidade ao mercado publicitário, os profissionais acreditam que a própria popularidade do futebol abre portas para anunciantes de vários segmentos. “Vale lembrar que essas transmissões acontecerão em meios massivos, com impacto em ambos os públicos. Claro que as transmissões abrem possibilidade para marcas específicas do público feminino, aumentando a proximidade com as mulheres. Mas tenho a impressão de que as ações mais memoráveis serão também as mais inesperadas e envolventes. É uma excelente oportunidade para todos explorarem criatividade esse novo espaço”, sugere Mauricio, da F/Nazca Saatchi & Saatchi.

O Boticário é um exemplo de empresa que está procurando se aproximar do universo do futebol feminino e valorizar as transmissões do esporte na TV. Em março, a marca de cosméticos e beleza anunciou que irá interromper as atividades de produção de todas as suas marcas – Boticário, Quem Disse, Berenice, Eudora, The Beauty Box, Multi B e Vult para que os colaboradores possam acompanhar as partidas da seleção brasileira na Copa do Mundo. De acordo com o grupo, as jornadas de trabalho serão alteradas nos dias de jogos da seleção feminina, mesma prática que a empresa adota durante a Copa do Mundo da seleção masculina. Telões serão instalados nas fábricas e escritórios do grupo para que os colaboradores possam acompanhar os jogos.

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