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Música independente ganha espaço nos streamings

Pesquisa da Associação Brasileira da Música Independente indica como as plataformas tem se tornado renda e subsídio de dados para artistas


21 de outubro de 2020 - 6h00

 

Redes de livestream, como Twitch, ascendem como forma de conexão com audiência e monetização (Crédito: Israel Palacio/Unsplash)

Em 2017, o streaming se consolidou como a principal fonte de receita do mercado musical. Apesar de destacar com maior frequência as músicas ou artistas de maior sucesso, com gravadoras e equipes de marketing estruturadas nos bastidores dos seus lançamentos, o mesmo vale e para o mercado independente.

A Pesquisa do Mercado Brasileiro da Música Independente, realizada pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), mostra que 50% do faturamento das 60 empresas pesquisadas, entre editoras, produtoras de eventos, produtoras audiovisuais e estúdios, vêm das plataformas digitais. Depois do digital, está a venda física (15%), shows (9%), execução pública (9%) e outras menos relevantes, sendo o merchandising o que gera a menor receita entre o montante (1%).

Os artistas independentes também estão figurando cada vez melhor no ranking das músicas mais ouvidas. De acordo com o levantamento, em 2019, músicos de gravadoras e selos independentes e auto-produzidos representaram 53% do Top 200 do Spotify. A pesquisa ainda mapeou os streamings líderes de mercado, sendo eles: Spotify, com 61% dos assinantes brasileiros, Amazon Music com 12% e Deezer com 9%.

“Atualmente, os artistas possuem mais autonomia por conta do advento e difusão de agentes de mercado, como as agregadoras (ou distribuidoras) digitais, que geraram economias de custos de transação aos músicos. Ademais, as barreiras a novos entrantes caíram; ficou mais fácil gravar, distribuir e lançar uma música por conta de tecnologias digitais de produção, distribuição e consumo digital. Antigamente, gravar era restrito e caro”, explica Leo Morel, coordenador da pesquisa. Segundo ele, a popularização dos estúdios caseiros e dos meios colaborativos de produção remota facilitaram e baratearam os custos de produção, inclusive com a popularização dos smartphones.

Não só os streamings se tornaram a principal fonte de receita do mercado independente, como são o maior subsidiário de informações para retroalimentar essas reproduções digitais pois fornecem os dados essenciais para a estratégia de marketing dos produtos. Algumas plataformas oferecem ferramentas de análise de dados de audiência em páginas próprias para os artistas como o Spotify For Artists e a Deezer Backstage.

De acordo com Morel, as redes sociais se tornaram essenciais para uma divulgação e troca direta com o público-alvo e o artista deve fazer uso de plataformas como o YouTube, que é a principal em consumo musical no Brasil, para compartilhar seus produtos. Além disso, ele indica que plataformas de livestream, como a Twitch, têm se tornado mais relevantes pela adesão da audiência e possibilidades de monetização.

“Chamar a atenção do ouvinte tornou-se um dos principais desafios de um trabalho musical por conta do grande volume de oferta de entretenimento disponível nos dias de hoje. É preciso elaborar um planejamento estratégico que aborde todas a fases do lançamento de um projeto musical, da pré ao pós-produção. Além disso, é importante construir parcerias e redes na cadeia produtiva para desenvolver um trabalho. Por fim, é necessário encarar o desenvolvimento de uma carreira artística como um processo que demanda tempo, planejamento e perseverança. Os resultados, muitas vezes, demoram a vir”, conta.

O estudo também se dedicou a mapear os desafios de cada tipo de empresa da indústria musical durante a pandemia. As gravadoras estão tendo se adaptar mais intensamente ao digital, as distribuidoras digitais estão focando na ampliação do catálogo e os microempreendedores individuais estão revendo formas de viabilizar geração de rendas com maior entrada de recursos financeiros.

**Crédito da imagem no topo: Kipras Streimikis/Unsplash

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