ViacomCBS forma grupo para criação de conteúdo mais diverso

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ViacomCBS forma grupo para criação de conteúdo mais diverso

O Narrativas Negras é formado por um grupo de cinco roteiristas brasileiros que desenvolverão criações representativas e que apresentem visões diversas da negritude no País


12 de maio de 2021 - 15h09

Com 54% da população do Brasil se declarando negra, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a representatividade de um povo ainda minorizado em espaços de destaque se faz mais do que necessária. No entretenimento, a VIS Américas, divisão da ViacomCBS, criou o Narrativas Negras.

 

Marton Olympio, Estevão Ribeiro, Eliana Cruz, Lidiane Oliveira e Renata Diniz compõem o Narrativas Negras (Crédito: Divulgação)

O grupo é liderado pelo diretor e roteirista Marton Olympio e conta com Renata Diniz, também roteirista; Eliana Alves Cruz, veterana na literatura; o escritor Estevão Ribeiro e Lidiane Oliveira, atriz e roteirista. Juntos, eles serão responsáveis pela criação de conteúdos de diversos gêneros que coloquem os negros como protagonistas das produções do VIS.

“É uma forma da gente ocupar alguns espaços que estão abertos nessas narrativas, que algum dia tenho a esperança de chamar não de Narrativas Negras, mas de narrativas brasileiras”, declara Marton Olympio. Ele afirma que a intenção é criar tramas que fujam do modo com o qual os negros são retratados na televisão atualmente – sempre no local do tráfico, da favela e da violência – e incluí-los como personagens principais de histórias de terror, amor, aventura e diversos outros gêneros. 

Ainda nesse sentido, o escritor de quadrinhos Estevão Ribeiro acrescenta que a visão que a população tem sobre os corpos negros é particular já que, na maioria das vezes, os conteúdos são elaborados por pessoas que apenas tiveram algum contato com a negritude.  “Às vezes, há um tipo de visão paternalista, assistencialista. A gente quer ver negro no romance e pessoas negras, corpos, negros amando e não sendo objetificados ou transformados em elementos dramáticos”, diz. “A gente quer ser ator do próprio drama”. 

Com o combate ao racismo como uma pauta cada vez mais em discussão e analisando ainda um público composto pela diversidade, Renata Diniz explica que há um compromisso com a audiência e uma responsabilidade de transmitir algo que reflita o mundo atual. Para a roteirista, as produções estão em dívida com esse nicho, uma vez que em diversos momentos não existem narrativas que gerem identificação. 

Apesar disso, ainda que o propósito seja gerar representatividade, o líder do Narrativas Negras, Marton Olympio, completa que o grupo criará produtos para “todo mundo ver”. Paralelamente, Eliana Alves Cruz cita a naturalização de presenças em resposta ao clássico dizer de que representatividade importa. “Todas as representatividades importam sim, mas uma representatividade com qualidade”, comenta. “Não basta você ter uma pessoa sentada em um conselho consultivo de uma empresa se ela não tem voz. Então ela não pode fazer diferença naquele espaço. […] Acho que é bacana quando a gente traz esse conteúdo, esses personagens, essas histórias, com uma qualidade muito boa”. 

No caso do Narrativas Negras, a diversidade começa de dentro para fora e dá combustão aos resultados finais. Com diferentes vivências e experiências profissionais, o grupo de roteiristas promete entregar conteúdos ainda mais diversificados para que mais pessoas possam se identificar e criar relações de proximidade com as criações. Lidiane Oliveira vem do mundo do teatro e conta que não tem tanta proximidade com roteiro assim como os demais profissionais, portanto o contato com os colegas em diferentes aspectos sociais deve gerar resultados significativos. “Juntar todo mundo para um projeto desse nível, acho que é muito importante esse impacto que com certeza é geral, porque todas as histórias que a gente tiver produzindo dentro da sala vai ter mesmo um público muito diverso também”, discorre. 

Expansão de portfólio

A criação da iniciativa renderá frutos não só para os canais da ViacomCBS, mas também para os parceiros. Tereza Gonzalez, head de desenvolvimento de ficção pan-regional na ViacomCBS, informa que o Narrativas Negras será o pontapé inicial para a criação de roteiros que proporcionem a diversidade e equidade aos conteúdos oferecidos pelo canal. De acordo com ela, a divisão de desenvolvimento da empresa entende que há a necessidade de apresentar conteúdos voltados para o assunto e atender uma demanda de mercado que foi sendo represada por décadas. Além disso, os novos projetos acompanham a expansão de serviços da companhia, que recentemente lançou o Paramount+. 

Gonzalez conta ainda que existem outros projetos em andamento, que são anteriores à sala de conteúdo do Narrativas Negras. Para garantir o bom encaminhamento de tais conteúdos, os roteiristas serão responsáveis também por uma espécie de consultoria, na qual o time liderado por Marton Olympio terá liberdade para acompanhar algumas das produções que já estiverem em fases mais avançadas.

*Crédito da imagem do topo: champc/iStock

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