Os 10 fatos mais importantes de mídia em 2021

Buscar

Os 10 fatos mais importantes de mídia em 2021

Buscar
Publicidade

Mídia

Os 10 fatos mais importantes de mídia em 2021

Mudança nos direitos esportivos de transmissão, explosão dos realities na TV e disputa acirrada das plataformas de streaming marcaram o período


20 de dezembro de 2021 - 17h29

(Crédito: Buda Mendes/GettyImages, reprodução/instagram, Divulgação/Victor, Pollak, thinkhubstudio/shutterstock, divulgação)

Por Bárbara Sacchitiello

Com a vacinação pelo Brasil, o ano de 2021, ainda que repleto dos desafios e impactos gerados pela pandemia, trouxe um sentimento de recomeço para a sociedade e, consequentemente, para a indústria de comunicação, marketing e mídia. Mais uma vez, Meio & Mensagem relembra os acontecimentos de movimentos de um ano atípico, que exigiu resiliência e capacidade de reinvenção por parte de todos.

Confira abaixo os assuntos de Mídia que foram destaque nas plataformas de conteúdo de Meio & Mensagem ao longo do ano. A lista foi definida pela redação, sob critérios editoriais:

Metaverso: Desafio real

Um universo virtual amplo em que não é necessário se deslogar para trafegar por diferentes ambientes virtuais. Embora pareça um quadro futurista, o metaverso, um dos termos mais abordados pela indústria da comunicação neste ano, já vem construindo seus embriões nas plataformas digitais e nos games. A ideia de um espaço virtual permeado por avatares ganhou mais tangibilidade a partir de outubro, quando o Facebook Inc. anunciou sua renomeação para Meta, junto com a promessa de investir US$ 150 milhões para o desenvolvimento do ambiente simulador de realidade. Ao Meio & Mensagem, a líder da companhia na América Latina, Maren Lau, disse que construir o metaverso será missão de todos. Algumas empresas já estão colocando isso em prática. É o caso da Nike, que fez sete pedidos de registros de marcas de bens virtuais. Plataformas virtuais, como a Decentraland, contam até com escritórios de agências de publicidade disponíveis para locação. Como existir — e lucrar — nesse universo paralelo será uma preocupação real das empresas.

Consolidação das telas

Embora ainda prejudicado pelas medidas de restrição relativas à pandemia, o setor de out-of-home (OOH) teve um 2021 movimentado. A Eletromidia iniciou o ano como a primeira empresa de publicidade do País a abrir capital na Bolsa. Os mais de R$ 800 milhões arrecadados no IPO foram usados para alimentar o apetite de expansão da empresa que, nos meses seguintes, adquiriu a Otima e a Moohb. Em setembro, foi a vez do grupo de shoppings centers BR Malls investir no OOH ao comprar a operação da Helloo, especializada na comercialização de monitores em elevadores residenciais. Em dezembro, o Grupo PAD, com sede em Belo Horizonte, anunciou a compra da Retail Media como parte do projeto de expansão pelo País. Novos players, como a Streetwise e a RZK Digital, chegaram para explorar as possibilidades que o digital e o mobile, sobretudo, trazem ao meio. Já a Neooh aproximou os games do universo do OOH e incluiu alguns jogos em seu inventário como opção de veiculação para as marcas.

Jogadores em campo

O ano de 2021 deu continuidade às mudanças no cenário dos direitos de transmissão. Em fevereiro, a Band conquistou a Fórmula 1 que, por 40 anos, pertenceu à Globo. Com patrocinadores e grade dedicada às provas, o grupo foi elogiado pelo tratamento dado ao produto. No futebol, o SBT voltou a exibir jogos da seleção brasileira ao comprar os direitos da Copa América, realizada em junho e julho. Antes, a emissora tinha negociado a Champions League, principal torneio de clubes do mundo, pelos próximos três anos. A Record TV também garantiu sua volta aos gramados ao comprar o Paulistão 2022. Além das emissoras abertas, plataformas de streaming, como Star+ e o HBO Max, chegaram ao País com futebol ao vivo no cardápio. O Prime Video seguiu a mesma estratégia e sublicenciou, da Globo, a Copa do Brasil em 2022. O cenário tende a ficar ainda mais fragmentado nos próximos meses, já que foi aprovada no País a Lei do Mandante, que confere ao clube detentor do mando de campo o poder de negociar as transmissões de suas partidas.

Gamificação da mídia

A indústria de games já havia mostrado que não estava para brincadeira. Em 2021, porém, esse universo subiu de patamar nas estratégias dos veículos e marcas. Para poder trabalhar esse pilar com mais afinco, a Globo fez, em julho, um spin-off de sua divisão de eSports, que ganhou status independente na operação da Player 1 Gaming Group. E o SBT, que já tinha lançado divisão para o tema, o SBT Games, ampliou o conteúdo da área e firmou parceria com a Azerion para o lançamento do portal GG — Gaming Grátis. A gigante Netflix, também de olho no potencial do segmento, começou a oferecer os primeiros jogos gratuitos para a versão mobile de seu aplicativo. A plataforma de streaming em tempo real Twitch, que tem nos games seu alicerce, reduziu os valores de suas assinaturas no Brasil para ampliar o público. Até a TV paga abriu espaço para as transmissões, como a WarnerMedia, que exibiu o Red Bull Flick, no canal Space, em agosto. E marcas como Itaú e Banco do Brasil transformaram os games em pilar de sua comunicação.

Barulho de novos negócios

Não se falou em outra coisa nas redes sociais no início deste ano: o novo aplicativo, chamado Clubhouse, que oferecia salas para as pessoas ouvirem (e falarem) o que quisessem, prometia revolucionar a comunicação. A febre do app, no entanto, foi passageira. Diferentemente do interesse pelo áudio digital, que seguiu firme. Maior plataforma global de streaming, o Spotify prometeu ampliar o investimento em produções brasileiras originais, como a série de podcasts Mano a Mano, apresentada por Mano Brown. A Deezer ofertou novas soluções para as marcas, como patrocínios de playlists. A Globo, por sua vez, deu mais densidade ao segmento de áudio, firmando parceria com produtoras e colocando no ar mais de uma centena de podcasts. Grande parte dos veículos jornalísticos já tem nesse formato um de seus principais elos com a audiência. O hype do áudio também ganhou as redes sociais. O Facebook levou o Live Audio Rooms, ferramenta semelhante ao Clubhouse, para todos os seus mercados, enquanto o Twitter segue tentando popularizar o Spaces, sua ferramenta de áudio.

Fenômeno de realidade

Juliette Freire, que começou o ano como anônima, terminará 2021 com 33 milhões de seguidores no Instagram e contratos com grandes marcas. A trajetória da campeã do BBB21 ilustra o potencial de engajamento do formato na TV aberta. A atração da Globo foi palco para desfiles de ações de dezenas de marcas e fez de seus participantes, como a própria Juliette e Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, os novos queridinhos da mídia e da publicidade. O sucesso do BBB empolgou a emissora a retomar No Limite, o primeiro reality de sua grade e a experimentar versão do formato sul-coreano The Masked Singer, sucesso comercial e de repercussão. Nas outras emissoras, os realities também seguiram em alta. A Record TV criou um formato próprio, o Ilha Record, além de ter levado novas marcas para seus já conhecidos Power Couple e A Fazenda. Mesmo após 12 edições, a Band conseguiu levar uma fila de marcas para o MasterChef, que terminou neste mês. A gastronomia também inspirou o SBT a estrear versão de Mestres da Sabotagem.

Quem sabe faz ao vivo

Tradicional na TV aberta, a figura do apresentador provou sua importância ao longo do ano. Em janeiro, Fausto Silva anunciou que aquele seria seu último ano na Globo. A saída, no entanto, foi antecipada depois de a Band ter anunciado a contratação do apresentador, que ganhará um programa na emissora em 2022. Faustão deixou o Domingão em junho, abrindo espaço para uma mudança de cadeiras. Para ocupar os domingos, a Globo escalou Luciano Huck que, por sua vez, deixou o Caldeirão livre para a chegada de Marcos Mion, que, por anos, foi contratado da Record TV. A Globo ainda teve de arrumar solução para a saída de Tiago Leifert, que decidiu dar uma pausa na carreira. Para apresentar o BBB em 2022, foi escolhido Tadeu Schmidt, que deixou o Fantástico. E o SBT, que celebrou 40 anos este ano, teve de solucionar a ausência de seu principal astro e comunicador. Ainda por conta das restrições da pandemia, Silvio Santos passou, nos últimos meses, o comando temporário de seu programa à filha, Patrícia Abravanel. A expectativa é que o “patrão” volte ao ar em 2022.

Guerra de gigantes

Já existem projeções de que o setor de streaming deve,no futuro, caminhar para a consolidação. Por enquanto, porém, o consumidor vive a era do excesso de ofertas. Nesse cenário de competidores fortes, como Netflix, Disney+, Globoplay e Prime Video, outros gigantes se juntaram neste ano dispostos a ganhar a atenção dos clientes. A WarnerMedia trouxe ao Brasil o aguardado HBO Max, sua plataforma de streaming premium que, além de séries e filmes, também exibe esportes ao vivo. Em agosto, foi a vez da Disney ampliar sua participação do setor com o Star+, seu segundo streaming que tem, como diferencial, o cardápio de campeonatos que compõem a grade do canal ESPN, como o inglês, italiano e francês, além de NFL e NBA. E, em novembro, o Discovery+ chegou ao País,apostando em programas e atrações de não-ficção. Para tentar atrair assinantes, tem sido comum a junção de concorrentes para ofertarem combos em conjunto, como o próprio Discovery+, que chegou ao País ofertando seus planos em parceria com o Globoplay.

Futuro sem cookies

Ainda não foi em 2021 — e nem será em 2022 — que o universo do marketing digital verá o fim dos cookies de terceiros. Mas, neste ano, a indústria começou a se preparar para a realidade que exigirá revisão completa das estratégias de coleta e uso de dados. O Google anunciou, neste ano, que, a partir de 2023, não dará mais suporte aos cookies de terceiros no navegador Chrome. A mudança entraria em vigor em janeiro, mas foi adiada para que anunciantes e players de tecnologia tenham tempo maior para se adequar às novas regras. No Brasil, o IAB lançou guia para orientar as marcas, focando, sobretudo, no desenvolvimento de estratégias de captação de dados primários (first-party data), coletados diretamente dos consumidores. Já a Apple não quis esperar e, em abril, mudou as regras de privacidade do fornecimento de dados de usuários em seus aparelhos. Desde então, cabe a cada usuário de iPhone decidir se seus dados podem ou não ser rastreados por aplicativos. A mudança causou impacto nas estratégias de grandes plataformas.

Todos na dança

Se o ano passado foi a época de o público se render às dancinhas e dublagens do TikTok, 2021 foi o período em que o investimento das marcas nas plataformas de vídeos curtos deixou de ser experimento para ocupar patamar estratégico nos negócios. Em abril, o TikTok oficializou no Brasil a divisão For Business, que já operava com a proposta de construir soluções para as marcas no ambiente da rede social. A plataforma, inclusive, aproveitou seu sucesso para investir em campanhas para ampliar seu alcance e patrocinou realities como A Fazenda e No Limite. A concorrência também se movimentou. O Kwai criou um reality junto com a Band, estruturou equipe comercial com importantes nomes do mercado brasileiro e, este mês, conferiu ao Brasil a missão de nortear as estratégias de vendas de toda a América Latina. E o Instagram continua apostando suas principais fichas no Reels, ferramenta que ganhou destaque na timeline e que, desde julho, começou a veicular anúncios e campanhas publicitárias no Brasil.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Como a Microsoft vem tentando estreitar os laços com os anunciantes

    Como a Microsoft vem tentando estreitar os laços com os anunciantes

    Carsten Rauh, head de native sales da Microsoft para EMEA e LATAM, comenta a oferta de soluções a agências e anunciantes e hábitos da audiência no Brasil

  • TNT levará UEFA Champions League para o YouTube

    TNT levará UEFA Champions League para o YouTube

    Canal exibirá, pela primeira vez em ambiente digital e gratuito, a competição continental