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Com aporte financeiro, Meio quer ampliar assinantes e público

Plataforma que produz newsletters diárias projeta ampliar produção multiplataforma e acelerar ações de marketing para angariar assinantes


7 de abril de 2022 - 6h01

A startup Canal Meio S.A, que tem a newsletter Meio como principal produto — com 144 mil assinantes gratuitos e 9 mil assinantes premium — acaba de receber uma nova rodada de investimento, com captação de R$ 5 milhões, um dos maiores montantes arrecadados por startups jornalísticas no país.

Os investimentos vieram dos agora sócios Silvio Genesini, ex-CEO da Oracle Brasil, ex-CEO do Grupo Estado e ex-sócio Accenture, e Tony de Marco, já atuante na companhia como diretor de arte e que continuará exercendo a função. Eles terão papel consultivo, principalmente em grandes decisões estratégicas.

 

Pedro Doria (à esq), editor-chefe do Meio, e Victor Conceição, CEO da plataforma: dupla ganha outros sócios no negócio (Crédito: Léo Martins)

No ano passado, o Meio faturou R$ 1,75 milhão, tendo o seu segundo ano de breakeven (quando os custos de operação e as receitas são iguais). A receita veio 55% de assinaturas, 35% de publicidade e 10% de produção de conteúdo para empresas. Com a rodada de investimentos, o plano é triplicar o tamanho da empresa nos próximos dois anos, chegando a 40 mil assinantes premium e receita aproximada de R$ 5 milhões.

A incorporação dos novos sócios acontece, segundo o CEO Vitor Conceição, em um momento em que a empresa não está precisando de dinheiro. É um movimento, segundo ele, feito com a meta de triplicar o tamanho da empresa em três anos. “Estamos crescendo num ritmo bom, mas organicamente. Com o investimento, a ideia é dar uma acelerada forte”, diz.

A startup jornalística já havia captado R$ 1 milhão em 2016, quando o projeto foi lançado no mercado. Entre os anunciantes, o Meio já atraiu marcas como Embratel, Nokia, Coca-Cola, Dasa, Banco Bari, Modal Mais entre outras.

Rumos do investimento

A primeira ação com o montante recebido será voltada à produção de mais conteúdo nos modelos da news gratuita e premium, em um esforço para aumentar a conversão dos assinantes.

Nos últimos dois anos, a Meio começou a investir em produtos em vídeo, que acabaram se tornando também driver para assinantes premium. Os programas Ponto de Partida e Pedro+Cora estão presentes no YouTube, canal de conta com mais de 100 mil inscritos. Outras plataformas também estão sendo testadas, como o podcast “No Pé do Ouvido”.

Outro ponto é a estruturação da empresa, que começou com um grupo pequeno, composto basicamente de jornalistas e desenvolvedores de tecnologia. Agora, o Meio conta com 14 profissionais, ao todo, e a expectativa é que o staff seja dobrado.

O primeiro modelo de negócio desenvolvido pela plataforma, ainda em 2018, foi a editoria patrocinada. Depois foi lançada a assinatura premium, com lucro mais previsível, que hoje corresponde a quase 60% das receitas.

A publicidade, fonte mais volátil de receita, acabou caindo durante a pandemia e, hoje, corresponde a 35% dos negócios.  A parte menor da receita vem da venda de conteúdo, como produção newsletter específica para distribuição de empresas e conteúdo para redes sociais.

Contra desinformação

O CEO da empresa relata que a plataforma pretende manter a estratégia de produzir conteúdo mais analítico e contextualizado. “A gente não pretende entrar na guerra do tempo real. Não é nosso jogo”, diz Vitor Conceição. “Nosso objetivo é dar informação com segurança e contexto. Mas entendemos que pessoas têm demandas e vontades diferentes e entendemos que podemos atender todos esses públicos”, explica.

Além dos assinantes pagos e gratuitos, o Meio vem consolidando sua audiência em outras plataformas digitais. Desde sua fundação, a startup conquistou um público jovem. Mais da metade dos leitores tem menos de 45 anos e mais de 85% contam com ensino superior completo.

“Nascemos com mentalidade de startup: qual o problema do mundo? A desinformação. Esse problema é de quando perdemos o hábito de se informar, o compromisso de ler o jornal. Isso mantinha a informação e perdemos pela difusão da internet”, diz o CEO. Segundo ele, o objetivo da news era, justamente, retomar o hábito de acesso ao conteúdo jornalística, pela manhã – mas, desta vez, no celular, em um tempo curto de leitura.

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