Opinião
Zapear de canal, pra quê?
Os consumidores não perdoam e nem esperam: querem ser impactados por algo surpreendente a todo o instante
Os consumidores não perdoam e nem esperam: querem ser impactados por algo surpreendente a todo o instante
19 de abril de 2016 - 17h21
Conectividade como novo modo de comunicação é fato. Que tem mudado a maneira como as pessoas se relacionam, que tem se tornado uma das principais fontes de informação entre conectados e que tem demandado mais trabalho para os profissionais de comunicação em impactar o consumidor final. Sim, tudo verdade.
Principalmente por causa da quantidade enorme de possibilidades e meios de interação e pela nova natureza do consumidor, que se acostumou à dinâmica dos meios digitais e se moldou a ela.
Conectividade está tão presente que não demanda muito esforço do consumidor atual, pois a carregamos no bolso. Hoje, são mais de 90 milhões de pessoas com acesso a internet móvel. No Brasil, as pessoas acessam mais internet pelas plataformas móveis do que pelo desktop.
O universo das redes sociais é, na sua maior parte, também mobile, mais da metade da população com acesso a internet usam as redes sociais na frente da TV. Apenas no Twitter esse número sobe para 82%, já que 80% de seu público acessa a plataforma pelo celular.
Ok. E como todos nós profissionais de mídia e interessados no tema – publicitários, veículos e anunciantes – podemos nos tornar agentes e participantes desse repertório de consumo?
A quantidade de estímulos mudou a maneira com que o consumidor reage aos meios. O ser humano por si só é um ser de peculiaridades: a concentração humana não passa de oito segundos, menor que a de um peixe beta. E hoje a maneira com que as marcas se relacionam com o consumidor deu mais força a essa premissa.
Principalmente quando falamos de TV, há uma grande oportunidade de potencializar a mensagem através da interação sócio-digital.
Os consumidores não perdoam e nem esperam: querem ser impactados por algo surpreendente a todo o instante.
Se consideramos que atualmente uma pessoa comum destrava seu celular 150 vezes ao dia, que sua atenção não vai passar de oito segundos e que um anunciante não tem nada mais do que 76 segundos para chamar a atenção do seu target (ou perde para a concorrência), realmente as marcas têm um desafio para se conectar com seu público.
A mídia social consegue fazer um bom trabalho em conectar a mensagem publicitária ao consumidor no cenário atual, até mesmo porque já mudou a relação dos consumidores com os meios – sejam com os veículos tradicionais, como jornais e revistas, dando nova voz ao rádio, ou até mesmo modificando a relação com a televisão.
Principalmente quando falamos de TV, há uma grande oportunidade de potencializar a mensagem através da interação sócio-digital.
A audiência conectada é a nova audiência qualificada.
As redes socias deram voz ao telespectador, criando junto com a TV o “viewer 3.0”, aquele que se engaja com o conteúdo, esquece o controle remoto e interage com a programação ao ponto de inclusive se aproximar de marcas e anunciantes ali presentes.
Em menções espontâneas, os telespectadores que tuítam enquanto veem TV têm 100% mais lembrança de marcas do que aqueles que não postam em frente à TV.
O glamour de assistir aos episódios inéditos está de volta, pois o meio que uma vez parecia ameaçar a TV, hoje é evidência de consumo e garante a fidelidade.
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