E se mudar tudo?

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Opinião

E se mudar tudo?

O dinamismo e a eficiência produtiva, junto ao avanço expressivo da tecnologia, serão responsáveis pelo colapso do modelo do capitalismo atual


3 de junho de 2016 - 11h27

Você já fez um exercício de pensar como será o seu negócio no futuro? É até um pouco assustador quando paramos para refletir sobre isso tendo em vista as transformações advindas das novas tecnologias.

Já estamos cansados de ouvir falar dos impactos que Uber e Airbnb estão fazendo nos seus segmentos de atuação, certo? Pois então. Tente fazer esse exercício sob a ótica desses novos serviços, que foram elaborados com base nos fundamentos da economia colaborativa, onde bens e serviços são divididos entre os usuários.

Facebook (1)

O Facebook, veículo de mídia mais popular do mundo, não produz conteúdo

Como serão as escolas de línguas, sendo que existem milhares e milhares de nativos em línguas diversas predispostos a rentabilizar seu conhecimento dividindo-o com outros que não o possuem? Como serão as lojas de roupa do futuro, sendo que podemos alugar aquelas peças de que não precisamos mais? Como será o sistema de transporte, sendo que posso compartilhar um assento do meu carro, ou o meu próprio carro? E o mercado de seguros, quando nada mais será comprado e sim compartilhado? Como serão as fábricas de tênis ou brinquedos, se poderemos produzi-los dentro de casa com nossa impressora 3D? E por aí vai.

Há quem garanta que esta é a próxima grande revolução do mundo, transformando as bases do nosso modelo econômico. Vem aí um mundo muito diferente do que vivemos até agora. O dinamismo e a eficiência produtiva do sistema, junto ao avanço expressivo da tecnologia, serão responsáveis pelo colapso do modelo do capitalismo atual.

Já parou para pensar que o varejo mais valioso do mundo não tem inventário? Estamos falando do Alibaba. O veículo de mídia mais popular do mundo não produz conteúdo, o Facebook. E de novo, a maior companhia de táxis não tem carros, o Uber.

Segundo levantamentos realizados, o faturamento de plataformas de colaboração deverá alcançar US$ 6,5 bilhões no mundo até 2020. E segundo um estudo da Forbes, a indústria de impressoras 3D deverá chegar a mais de US$ 20 bilhões no mundo até 2020, com taxa de crescimento no seu uso de 103% ano ao ano. Números que definitivamente não podemos ignorar.

Um mundo onde a escassez do conhecimento, da produção, do sistema de poucos dará espaço à abundância. À abundância do conhecimento, graças ao avanço da internet , à abundância da produção coletiva, onde qualquer coisa poderá ser produzida por qualquer pessoa em algum lugar do mundo, à abundância de desenvolvimento, permitindo que alguém no mundo esteja desenvolvendo um novo sistema revolucionário, abrindo espaço para mais uma leva de colaboração.

Ou seja, uma economia onde o sistema é muito mais ganha-ganha e não mais os que têm versus os que não têm, os que sabem versus os que não sabem. Onde as pessoas doam um pouco do seu tempo, do seu espaço, das suas coisas, do seu conhecimento, para ajudar outros e ainda serem remuneradas por isso. E com isso creio que vão surgindo novos sentimentos, uma vontade de fazer o bem ao próximo, compartilhando, doando e recebendo, e estabelecendo um grande bem estar na comunidade em que vivemos.

E no Brasil, a atual conjuntura (ou desconjuntura) econômica e política provocam ainda mais essa transformação. As pessoas estão repensando seus modelos, procurando serem mais produtivas e eficientes. Para tanto, começam a buscar novas formas de fazer seus negócios, pensando em novas parcerias e se forçando a romper com pré-conceitos estabelecidos para testar novos rumos. Pode ser um momento de grande oportunidade para avançarmos rapidamente.

Esse exercício que propus no início é fundamental para tudo que você produz. Afinal, muito mais do que uma mudança no negócio, é um novo mindset, de como olhamos para o mundo daqui em diante. Um modelo de pensar que muda tudo. Uma nova forma de lidar com fornecedores, parceiros, colaboradores, e claro, consumidores. Como estar pronto e capacitado para essas transformações passa a ser mais um grande desafio.

Como vimos, o que uma marca produz já não vai garantir mais sua competitividade em longo prazo. Qual vai ser o verdadeiro valor de uma marca? Acho que vale o exercício. São muitas perguntas num texto só.

 

 

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