Por que não vou para Cannes nesse ano

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Opinião

Por que não vou para Cannes nesse ano

A crise econômica e política trouxe muitos problemas às operações das agências, ao mesmo tempo em que o modelo de negócios está em profunda discussão


14 de junho de 2016 - 9h21

Eu já fui algumas vezes ao Festival de Cannes, mas em 2016 optei por não ir e ninguém da minha equipe fez esses planos. Nada contra o evento, que tem seu grau de relevância para o mercado, mas acredito que eu e demais líderes de agências temos o dever de encarar outras prioridades.

O Festival ajudou o Brasil a construir sua reputação criativa internacional, o que atraiu negócios e interesse das holdings globais por nossas principais agências. Mas, especificamente em 2016, o mercado brasileiro deveria pensar menos nos Leões, cujo impacto já não é o mesmo, já que deveremos ganhar mais de 100 deles neste ano novamente, e mais em fazer nossa lição de casa e pavimentar o caminho para o futuro de nosso negócio.

A crise econômica e política trouxe muitos problemas às operações das agências, ao mesmo tempo em que o modelo de negócios está em profunda discussão. Aliado a isso, temos clientes que buscam novos modelos para remunerar nossas agências e maior efetividade nas campanhas.

Por isso, será que não podemos esquecer os Leões e os rosés por ao menos um ano? O festival já passou das 60 edições e uma a menos não nos faria tanta falta. Mesmo conteúdos interessantes das palestras podem ser reproduzidas por aqui por quem esteve lá. Porque o que nos faria falta de verdade é perder de dez a quinze dias em um período crítico para o futuro da publicidade e dos negócios das agências.

Em 2017, ou talvez 2018, eu pretendo voltar ao festival, seja participando, seja com inscrições de peças. Mas, para isso acontecer, preciso garantir que nossa agência continue assumindo o papel de consultora de negócios e alimentando o crescimento de nossos clientes. Também preciso olhar as contas com carinho, ao mesmo tempo em que acelero o crescimento da empresa e a preparo para os novos rumos do mercado publicitário. São as mesmas prioridades que as outras agências do mercado precisam ter nesse exato momento. Por isso, Cannes e seus Leões podem esperar mais um pouco.

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