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Opinião

Você está pronto para a primeira Olimpíada dos Influenciadores Digitais?

Como os influenciadores participam da dinâmica da Rio 2016


25 de julho de 2016 - 8h30

Suíça, maio de 2016. Uma comitiva brasileira desembarca em Genebra com uma nobre missão: receber e transportar a tocha olímpica. No saguão do aeroporto, cerca de 30 pessoas, a maioria adolescentes, se amontoavam para esperar suas celebridades favoritas. Entre elas, nenhum atleta. As pessoas foram lá para receber Maju Trindade. Deram gritinhos quando viram Thaynara OG. E festejaram quando deram de cara com Evelyn Regly, Fabi Santina e JapaVlog. A grande estrela foi mesmo Maju. Depois de ovacionada pelo público, ela foi recebida pessoalmente por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), com quem até trocou alguns beijinhos.

Tudo na vida tem uma primeira vez. Os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 foram os primeiros “jogos sociais” do mundo, em que público e atletas utilizaram para valer as redes sociais para se comunicar. Os Jogos de Inverno de Sochi, em 2014, foram os primeiros “jogos mobile” da história – teve até atleta de bobsled tirando celular do bolso logo depois de sair do trenó para fazer uma selfie. Na Rio2016 será diferente. A tecnologia não será mais protagonista, pois virou mainstream. Será meio. No lugar dela, voltarão a brilhar as pessoas. Os jogos do Rio marcarão a primeira Olimpíada dos Influenciadores Digitais.

A questão nem é saber se você nunca ouviu falar da Maju Trindade. Ou se acha um absurdo os fãs de Genebra terem preferido tirar fotos com a Thaynara OG do que com o campeão olímpico Giovane Gávio – aquele mesmo, do vôlei, que estava na Suíça. O que realmente importa é que os jovens de hoje (e, consequentemente, os líderes de amanhã) têm hoje uma relação peculiar com as figuras que admiram (e, consequentemente, o influenciam). Todos são passíveis de ser admirados se forem autênticos. Não importa se é alguém que realizou algo significativo na vida ou não. Pode ser um líder filosófico ou político. Um músico. Um atleta. Ou, simplesmente, alguém que produz um vídeo que o jovem julga interessante.

Ao desintermediar o acesso às informações e criar plataformas para que as pessoas se manifestem sem filtros, a Internet e as redes sociais inverteram a ordem das coisas. Antes nós simplesmente acreditávamos no que líamos nos jornais e nos emocionávamos com anúncios, formando nossa opinião sem grandes rodeios e comprando coisas sem grandes receios. Hoje não se compra mais tão facilmente aquilo que a mídia está oferecendo. Trata-se, aparentemente, de uma mudança irreversível de comportamento das pessoas.

A palavra de ordem é autenticidade. Sem filtros – e com total liberdade para se manifestar até nas imperfeições.

Isso ajuda a explicar por que as grandes empresas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos colocaram influenciadores digitais na comitiva brasileira que foi receber a tocha. E porque, ao longo do percurso da Chama Olímpica, apareceram muitas personalidades que não são atletas. Simplesmente porque os atletas, hoje em dia, não detêm mais o monopólio das verdades do esporte. Independentemente de suas conquistas passadas. Simplesmente porque as Olimpíadas são muito mais do que uma mera competição esportiva.

Essa regra vale não só para atletas e nem para as Olimpíadas, mas para cantores, artistas, blogueiros, #todomundo. Bruno D’Angelo, um dos meus sócios no grupo de agências que represento, costuma dizer que os jovens de hoje buscam Os Vingadores nas suas vidas, em todos os segmentos. Não se trata de misturar fantasia com realidade (sim, você pensou em Pokémon GO, mas isso é tema pra depois). Trata-se de buscar heróis no dia-a-dia, em tudo. Cobramos das pessoas da vida real comportamentos heroicos. Seja do Cristiano Ronaldo, que é o Tony Stark dos campos de futebol. Do LeBron James, que voou que nem o Thor para ser campeão da NBA pelo seu time de coração. Do vizinho anônimo. Da Maju Trindade.

À primeira vista nossa tentação é achar que, se existe realmente essa “nivelação” em relação aos influenciadores dos jovens, ela está acontecendo por baixo – ou seja, o mundo está se tornando mais superficial, e as figuras que os jovens hoje admiram nem de longe são tão importantes como as que a nossa geração admirava.

Longo debate. Que vai começar agora, mês que vem, no Rio de Janeiro. Você está preparado para ele?

 

 

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