Criança é coisa séria

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Opinião

Criança é coisa séria

Reflexões sobre a publicidade infantil às vésperas do Dia das Crianças


6 de outubro de 2016 - 10h00

Não é novidade que a publicidade pega carona – e muitas vezes impulso – em datas sazonais. Dia das mães, dos pais, dos animais, qualquer que seja, é sempre oportuno. Toda marca tem um dia do ano que faz seus olhos brilharem mais, e a expansão dos padrões da sociedade, da tecnologia e dos conceitos fez surgir novas oportunidades, linguagens e ideias.

A mudança foi um pouco mais rigorosa no caso da publicidade infantil. As agências e seus clientes tiveram que entender a importância do assunto e se reposicionar. Pensando pela rentabilidade, a melhor saída é se comunicar com os pais; contudo, de uma maneira geral, é interessante levarmos em consideração que o conceito é chave para muitas portas. Falamos de conceito onde ele se encaixe tanto como base de uma campanha quanto como objetivo.

Um comercial de brinquedos não necessita de lettering para despertar desejo, afinal o foco é um só: o consumo. Fomos acostumados assim; o Dia das Crianças nasceu dessa forma, com duas empresas que resolveram se juntar para expandir a data a partir de seus próprios produtos, dando início ao abuso da publicidade infantil.

Nesse cenário, onde é que a infância entra? Por que essa data é tão importante para as pessoas? Há uma infinidade de valores encontrados no Estatuto da Criança e do Adolescente que definem minuciosamente todos os direitos da infância. E é exatamente esse o insight, o real significado de tudo isso ter se tornado uma data especial.

Mais que conversão de resultados ($), trata-se de uma junção de concepções na qual as pessoas se identificam com a marca por meio de uma ideologia e consequentemente se tornam consumidoras. Vender atributos é relativamente fácil, o difícil é firmar conversa através do que sua marca prega; é assim que se faz um calltoaction qualificado, tão qualificado que fideliza.

Sabemos que as empresas não são entidades divinas que se alimentam de amor e solidariedade, abrindo mão do material. É preciso sim pensar na lucratividade e no retorno, afinal, é o que as mantém. Mas não é só isso: a essência também dá bons frutos. Devemos lembrar que as crianças de hoje serão os pais de amanhã e terão como referência o que os pais de hoje têm como referência.

Brinquedos são deixados para trás, mas o posicionamento de uma marca dura para sempre.

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