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Viewable, pero no mucho

Quem é o gato e quem é a lebre no universo digital? Temos acompanhado diversos casos de “vendas inconsistentes no mundo online”. O que é 10 vira 5, o que custa 15 sai por 20 e você se pergunta para onde vai seu dinheiro


19 de abril de 2017 - 9h00

É difícil dizer se Justin Bieber e Shakira continuarão a ser ouvidos e comentados no próximo século, se suas performances ainda serão reproduzidas pelas crianças do ano 2100 e se algum hit poderá ser cantado de cor por um adolescente daquele ano. Há quem tenha atravessado os séculos fazendo muito sucesso, com produções que entraram indeléveis no trem da história em meio ao surgimento da fotografia, do carro e da televisão. Mozart é um exemplo. Sua genialidade não se atrela à sua época — o que é, simplesmente é.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Hoje, contudo, vivemos um momento em que o que é praticamente já era. Seu novo celular não será mais novo em poucos meses. Sua televisão, seu carro e a expressão hype, que você usa na empresa para designar algo, estão com seus dias contados para se tornarem obsoletos. Na esfera comercial, hoje você pode comprar por um novo dispositivo, usando um novo meio de pagamento a até receber o produto por meio de um drone. Você pode, até mesmo, cruzar fronteiras em um clique. A única opção que não se aceita ainda é a mesma de três mil anos atrás: não se pode comprar gato por lebre. Simples assim. Se compro x, não posso receber y.

Direto ao ponto: quem é o gato, e quem é a lebre no universo digital atual? Ultimamente, temos acompanhado diversos casos de “vendas inconsistentes no mundo online”. O que é 10 vira 5, o que custa 15 sai por 20 e você se pergunta para onde vai seu dinheiro. Além disso, mais peças se juntam a esse quebra-cabeça, como métricas que se sobrepõem a nomenclaturas diversas como adexchanges, DMPs, SSPs, viewability e assim por diante. Se o que importa é mesmo se certificar de que a compra e a entrega de mídia são realizadas de modo transparente, o que fazer em meio a esse alvoroço de números e siglas?

Antes de qualquer movimento, é importante se informar. Quem tem mais informações sabe agir para ter garantias de que as campanhas sejam de fato entregues nos espaços planejados, com potencial de impactar o consumidor alvo das ações. Caso contrário, é grande o risco de fraude, que pode ser traduzida por falsas visualizações (quando um anúncio alcança usuários que não são reais) e falsas impressões (quando anunciantes pagam erroneamente pela distribuição de anúncios). Para combatê-la, três pontos são bastante úteis:

Transparência: esqueça a máxima de que “se lhe entrego os cliques, então tudo está certo”. Procure saber o quanto você realmente paga pelas impressões. Atente-se a detalhes que, quando ocultos, tornam opaco o modelo de compra.

Siga seu investimento: por quais sites os anúncios passaram? Quais as propriedades digitais utilizadas? É preciso entender o caminho das impressões e conhecer seus detalhes. Não se pode ter receio de entrar em contato com os parceiros envolvidos, conversar sobre as veiculações e procurar garantias de que estejam de fato ocorrendo.

Analise mais de uma métrica: avaliar com base em uma única métrica pode enviesar a análise das campanhas. Quanto mais métricas analisadas, mais os mecanismos de fraude são fragilizados para agirem sem serem percebidos.

É claro que somente adotar tais práticas não garante que problemas relacionados à fraude deixem de ocorrer — ainda assim, minimizam o potencial de dores de cabeça com a compra sistematizada de mídia. Ser criterioso nesse caso é essencial e gera, inclusive, contribuição para o negócio programático como um todo — o qual tem crescido consideravelmente, mesmo em meio a tantos rumores de mercado. O cenário é positivo, e cabe a todos contribuírem para que assim permaneça. Como? Sendo criterioso na compra. As novidades não param e muito ainda vem pela frente, como o reconhecimento seguro de voz para conduzir comandos aos assistentes digitais (tal como o Alexa). Mais e mais nos encontraremos diante de uma multiplicidade de conexões e possibilidades comerciais — e será imprescindível mantermos um alto nível de segurança em relação ao uso de tudo isso.

Seja qual for o cenário, o que realmente importa é não apostar somente na sorte e investir em precauções. Afinal de contas, o seguro morreu de velho, e o desconfiado ainda está vivo!

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