Go global or go home

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Opinião

Go global or go home

Independente de qual seja o segmento do seu negócio, de agência a startup, precisamos começar a repensar a forma de desenvolvermos nossos projetos a partir de uma potencial escala global


14 de novembro de 2017 - 11h32

 

No século XVI, Portugal tomou a dianteira da economia global junto com Inglaterra e Espanha porque, além de ter um governo centralizado, foi atrás de desenvolver novas terras para obter recursos para o incremento das suas economias. Historiadores afirmam que foi aqui que o processo de globalização toma o seu curso mais importante; pela primeira vez e através dos grandes projetos de navegadores como Vasco da Gama, Colombo e Cabral o mundo estava em processo de integração.

Séculos se passaram, e Portugal, a mercê das suas restrições territoriais e de seu portfólio de riquezas naturais continua a explorar novas formas de acelerar sua economia. E a presença do Web Summit em Lisboa pelo terceiro ano consecutivo, concentrando mais de 60 mil pessoas vindas de 110 países envolvidas direta ou indiretamente no segmento de startups, marketing e empreendedorismo digital é reflexo direto de um tema-pauta estratégica do país. Não à toa tanto o presidente quanto o primeiro ministro marcaram presença nas plenárias principais ao lado de nomes como Stephen Hawking e Al Gore.

Não entrarei na pauta político-econômica por achar que, como diria Marcel Teles, esta seara a gente não pode mexer, cabe a nós lidarmos com as variáveis que temos aqui no Brasil. Mas saio de Lisboa com uma grande reflexão que gostaria de compartilhar com vocês: independente de qual seja o segmento do seu negócio, de agência a startup, precisamos começar a repensar a forma de desenvolvermos nossos projetos a partir de uma potencial escala global.

Definitivamente o grande trunfo de um evento destes é o networking – conhecer pessoas e projetos de todas as partes do mundo. Havia um pavilhão de startups dos mais diferentes segmentos e origens. E duas constatações claras ao conversar com eles e o público brasileiro presente no evento: o Brasil “is back on business” – ainda que com a economia em estágio caudicante, palestrantes, investidores e empreendedores sabem do potencial que o nosso mercado possui e estão de olho em oportunidades locais. Do outro lado, precisamos pensar urgente no processo de internacionalização das nossas soluções, bem como do processo de inovação.

O maior gap que vi no Web Summit em relação ao que encontro no país não está no conteúdo, acreditem. Mas na maturidade do público para temas de inovação como Machine Learning, Inteligência Artificial, Realidade Aumentada, Criptomoedas, Blockchain e outros. Ainda engatinhamos enquanto países do Leste Europeu, América do Norte e Ásia não somente trabalham mas possuem público-alvo com maturidade e lastro para receber tais soluções. A inovação está em processo acelerado enquanto ainda discutimos formas de ensinar empreendedorismo em sala de aula e evitar que 8 em cada 10 empresas morram em menos de 5 anos.

A abundância de recursos naturais e humanos, ao largo que é nosso maior trunfo e tema de interesse do mundo todo, é nossa “trava” para desenvolver projetos de amplitude global – a começar pelo idioma, passando pela educação e o ambiente de negócios. Ao passo que estamos em fase de planejamento estratégico para o ano que vem, deixo aqui a provocação inicial para você que, como eu, tem projetos na área de serviços de marketing e/ou está desenvolvendo startups ou dissemina educação para clientes e alunos: como tornar meu negócio mais enxuto, ágil e escalável para ser global?

Nosso jogo de cintura, talento e criatividade nunca foram tão demandados. Mas precisaremos fazer o caminho contrário de Cabral para desenvolver marcas e negócios sejam atraentes para celebrar bebendo caipirinha, chopp, ginjinha ou saquê.

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