Destino: 2058

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Opinião

Destino: 2058

Mais do que recordar a nossa história, o que realmente me entusiasma é olhar para o futuro


16 de abril de 2018 - 12h26

Foto: Denise Tadei

Quarenta anos é um marco gratificante, em um país com os desafios que o Brasil reserva a quem empreende e faz negócios. Quando começamos, em abril de 1978, os empreendedores não tinham, como têm hoje, investidores anjos. Era mais um trabalho dos diabos, mesmo. Sonhos viravam projetos, que viravam empresas, sempre muito mais na base do entusiasmo do que capital.

Não foi fácil chegar até aqui, mas contamos com o inestimável apoio do mercado desde nossos primeiros passos. Ao longo desse caminho, nos cercamos de gente que compartilha conosco os valores e a missão de construção de uma indústria da comunicação, marketing e mídia forte, e de um país mais ético e justo.

Valores e missão que podem ser sintetizados no compromisso com um jornalismo ético e profissional. Em contribuir permanentemente para o avanço do nosso setor. Em levantar temas nem sempre consensuais, nem agradáveis de serem tratados, quando entendemos que precisam ser discutidos e olhados de frente. Em colaborar para a reflexão de nossos desafios como mercado. Em nutrir a indústria com as informações e dos dados necessários para as análises fundamentais de seu desempenho.

Se a comunicação precisa estar sempre em linha com o pensamento e o espírito da sua época, como pode a comunicação se envolver e ajudar o País a avançar em questões pertinentes ao nosso tempo, como a da diversidade e a da equidade entre os gêneros?

Temos a consciência de que esse é nosso papel e de que somos um elo integrador da nossa cadeia de negócios. Porque, além de observadores, somos também atores e parte integrante do desenvolvimento. Quando criamos o Prêmio Caboré, em 1980, para reconhecer e elevar o patamar da indústria, ou quando fizemos o primeiro acordo internacional de uma publicação do segmento, em 1989, com o AdAge, ajudamos a construir este negócio.

Um negócio que, sim, é somente uma peça da grande engrenagem que sustenta a sociedade brasileira. Mas uma peça-chave, com poder de alavancar o crescimento econômico e influenciar comportamentos.

Como não poderia deixar de ser, com o poder vem junto a responsabilidade. O que será que a sociedade civil espera de nós? E o que nós esperamos de nós mesmos e de nossas organizações?

Se a comunicação precisa estar sempre em linha com o pensamento e o espírito da sua época, como pode a comunicação se envolver e ajudar o País a avançar em questões pertinentes ao nosso tempo, como a da diversidade e a da equidade entre os gêneros? E que outras questões relevantes poderiam ser encampadas pela comunicação de marcas engajadas, gerando benefícios para toda a sociedade?

Vejamos o exemplo da liberdade de imprensa em uma sociedade livre. Ninguém discute sua importância vital, e, historicamente, é a publicidade quem tem financiado o jornalismo isento e crível, por meio do investimento pulverizado de milhares de marcas.

Isto continuará assim? Ou enxergaremos a questão como um problema exclusivo das empresas de mídia? O quanto isto pode prejudicar o ambiente de negócios para todos? Precisamos ter consciência da interdependência entre os diversos elementos da sociedade e da economia. Muitas vezes, maximizar uma variável no curto prazo não é o melhor para o todo, em médio e longo prazos.

A influência e o papel da publicidade junto à sociedade, à economia e à cultura são temas de reportagens especiais publicadas nesta edição que celebra as quatro décadas de Meio & Mensagem.

A todos os que acreditaram em nossa proposta de valor, quero deixar aqui o meu mais sincero agradecimento. Sem vocês, não teríamos completado, possivelmente, nem nosso primeiro ano de vida.

Mas, mais do que recordar a nossa história, o que realmente me entusiasma é olhar para o futuro.

Ao completar 40 anos, nosso plano é continuar nossa trajetória como se estivéssemos começando agora.

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