Uber Transformations: a Era da Transformação Definitiva

Buscar

Uber Transformations: a Era da Transformação Definitiva

Buscar
Publicidade

Opinião

Uber Transformations: a Era da Transformação Definitiva

Sabendo anteriormente e entendendo as condicionantes que nos antecedem, a probabilidade de que suas ações corporativas estejam mais em linha com um planeta em uber-transformation aumentam indiscutivelmente


9 de maio de 2018 - 10h39

Crédito: No System/iStock

As decisões que você tomar hoje, digo, agorinha mesmo, vão determinar seu futuro de uma maneira como nunca antes na nossa (e na sua) história. Seu avô também teve que tomar decisões que impactariam, ali na frente, no seu futuro (digo, no futuro dele). Só que o bom velhinho viveu em uma época em que a vida em sociedade andava numa velocidade que lhe permitia uma certa previsibilidade. Pois essa palavra foi varrida do nosso vocabulário, principalmente quanto o tema é o futuro de nossas vidas profissionais e de nossas empresas.

Vivemos o que poderíamos chamar de a Era da Transformação Definitiva, porque uma era de uber-transformations. A principal característica dessa nova Era é exatamente sua imprevisibilidade, por conta da imensurável velocidade das tais transformações. O principal driver dessas transformações seriais é a tecnologia.

A tecnologia tem sido, historicamente, o driver de todas as grandes transformações em nossas vidas, mas chamo de “definitiva” esta Era por uma característica única, que só ela tem: a exponencialidade. Exponencialidade, você já deve ter lido por aí, será a aceleração vertiginosa que as transformações tecnológicas começarão a experimentar já a partir dos próximos dez anos, preveem os entendidos.

Exponencialidade significa que estaremos resolvendo problemas globais, antes insolúveis, em muito pouco tempo. Significa que a obsolescência acelerada será a regra dinâmica das novas descobertas. Que estaremos permanentemente vivenciando um ritmo de evolução como Humanidade, que não vai parar mais de acelerar e o novo de novo será a nova ordem.

Essa não é mais, como as transformações do passado, uma transformação evolutiva linear, com solavancos aqui e ali, mas uma evolução movida a disrupção permanente, sem nenhuma perspectiva de interrupção

Essa não é mais, como as transformações do passado, uma transformação evolutiva linear, com solavancos aqui e ali, mas uma evolução movida a disrupção permanente, sem nenhuma perspectiva de interrupção. Por isso ela é uber e por isso ela é definitiva.

Vou então, mui pretensiosamente, rabiscar aqui alguns dos parâmetros que estruturam (ou desestruturam) essa nova Era. São linhas gerais sobre as quais nosso futuro se desacomodará. Vamos lá.

Primeiro, temos que entender que vivemos, como no filme, numa Matrix. Nossa Matrix é composta por um grid tecnológico (infra), um grid composto de suportes (devices e objetos) e um grid humano (o ser e o habitat), que se superpõem (o princípio clássico dimensional das matrizes, neste caso, tridimensional).

O grid tecnológico é imenso mas, para sintetizar e didatizar, vamos selecionar dois eixos fundamentais: Inteligência Artificial e 5G. O grid de suportes pode ser (muuuito) resumido a Internet das Coisas. E o grid humano podemos sintetizar como biológico, urbano e social. Estamos aqui deixando de lado o ambiental e o agrícola para não estender muito a conversa.

Grid tecnológico – É sobre ele que tudo ocorre.

Inteligência Artificial – Eixo pervasivo a tudo. Base sobre a qual todas as evoluções da ciência e da tecnologia se desdobrarão. E sua interface mais humana, a aceleração através do Machine Learning, que é a capacidade das máquinas aprenderem conosco e, depois, sozinhas.

5G – Essa plataforma tecnológica do mundo telecom sustentará o maior fenômeno sociológico contemporâneo depois da internet, que é a mobilidade tecnológica onipresente. Será ela a viabilizadora de parte relevante do que acontecerá no Grid seguinte.

Grid de suportes – É a interface conosco. Será a ponta aparente da Era das Transformações Definitivas.

Internet das Coisas – Todas as coisas, ou trilhões delas no Planeta, conectadas. Isso significa um grau de conectividade jamais atingido pela Humanidade até hoje. Que irá se ampliar e se multiplicar na medida em que mais e mais objetos estiverem conectados, conosco e entre si.

Grid humano – Nós, uma das coisas conectadas no Planeta. Cheguei a pensar em incluir o ser humano como uma das tais trilhões de coisas conectadas, porque é o que vai acontecer, mas achei que ia ser forçar uma barra.

Biológico – Aqui ocorre a mais assustadora das possíveis transformações previstas para as próximas décadas, que será a probabilidade de que nos transformemos em máquinas/ robôs. Enquanto isso não acontece, seremos chipados aos poucos. Teremos membros e órgãos biológicos sendo paulatinamente substituídos por membros e órgãos digitais, partes de um futuro cyborg (os smart phones já são partes desse cyborg).

Urbano – Smart Cities. As cidades inteligentes em que cada vez mais todos os sistemas de operação e interação do meio urbano estarão conectados e funcionarão de forma integrada com a Internet das Coisas e os seres humanos chipados.

Social – É a sociedade em rede, nós como seres humanos, cidadãos e consumidores integrados por todas as demais tecnologias e plataformas acima descritas. Nesse eixo se inserem as empresas e nossos negócios. Fica fácil compreender como somos apenas reflexo de algo gigantescamente maior quando conhecemos e entendemos todos os elos anteriores a nossas atividades profissionais, como você pode ver até aqui. Esse entendimento é vital para gestores de empresas e gestores de marcas, porque sem que se compreenda que as transformações definitivas são, elas em si e seus impactos sobre os seres humanos no Planeta, os reais drivers das mudanças à frente, tenderemos a reduzir o mundo a limites toscos, limitados e fúteis. Se perdermos esse contexto de vista, corremos o risco ignorante de imaginar que o que importa é a estratégia mercadológica per se, quando ela nada mais é do que uma irrisória resultante de condicionantes maiores e mais profundas que a precedem.

Não será mais possível prever o futuro como se previa antigamente, se é que um dia de fato prevemos qualquer futuro. Mas sabendo anteriormente e entendendo as condicionantes que nos antecedem, a probabilidade de que suas ações corporativas estejam mais em linha com um planeta em uber-transformation aumentam indiscutivelmente.

Como diz a brilhante futurologista Amy Webb, da qual fiquei fã incondicional desde o último SXSW, “the signals are talking”, título de seu último livro, em que nos ensina a olhar os sinais do futuro já presentes hoje a nossa volta.

Portanto, preste atenção!!! Acomode-se na incerteza, abrace a imprevisibilidade, entenda-se parte de um todo em transformação maior, seja resiliente, ame o novo, nunca deixe de evoluir ou…. I’m sorry, you’re out of the game.

Para terminar, uma frase de Neo (que quer dizer novo, certo?), o personagem principal de Matrix: “I know that you’re afraid… you’re afraid of change. I didn’t come here to tell you how the future is going to end. I came here to tell you how it’s going to begin”. Já começou.

 

*Crédito da imagem no topo: Vertigo3d/iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • O investimento em diversidade está diminuindo no Brasil?

    Além de imperativo moral, tema é questão econômica estratégica ignorada por muitas empresas

  • CMO, AI é tendência ou solução para seu negócio?

    Navegar no mundo das inteligências artificiais envolve uma decisão de negócio feita lá atrás e quem não começou a investir nisso há dez anos já perdeu o tiro de largada