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Opinião

O primeiro braindate a gente nunca esquece

Por fim, o que fica é a deixa de manter o contato e a conversa com ou sem aplicativo. Trazer o conceito do festival para o dia a dia. Para uma troca honesta sobre ideias


25 de maio de 2018 - 16h33

Crédito: mediaphotos/iStock

Ok, estou longe de ser um especialista em eventos (e imagino que ser um não deve estar no top 100 desejos de ninguém), mas já tive a oportunidade de participar de alguns eventos dentro e fora do Brasil. Quando me refiro a um evento, quero dizer um encontro onde pessoas com o mesmo interesse e ou background se reúnem para trocar conhecimento (não, isso não é uma reunião; reuniões ainda não consegui entender para que servem).

Ou seja, a ideia e promessa de trocar é parte fundamental da experiência de um evento (ou, pelo menos, deveria ser) e, pela primeira vez, vi essa promessa acontecendo de forma magistral, no C2 Montreal. E como isso foi possível? Através do chamado braindate. O que é isso, então? São encontros de 30 minutos que podem ser entre duas pessoas ou até um grupo de quatro (só tive a oportunidade de participar dos encontros 1:1).

Mais do que os encontros, existe toda uma experiência envolvida e há duas maneiras de se engajar. Primeiro, escolhendo entre uma centena de assuntos que os participantes divulgaram através do aplicativo do evento. Ou, criando o seu próprio. Testei as duas.

A experiência começa na hora de preencher o seu perfil. Em vez de longas e chatas bios, o espaço é mais para escrever sobre a pessoa e menos sobre o seu trabalho. Além disso, o número de caracteres possíveis para as descrições são reduzidos (perfeito para pessoas que, como eu, não conseguem ser sintéticas :P). Com o perfil feito, hora do pitch.

Para cada assunto, é necessário um pitch e, seguindo a estrutura anterior, segue um limite (ainda mais agressivo) de números de caracteres ( \o/ ). Pronto! Agora é só publicar e esperar que alguém irá te procurar (sim, procuraram mesmo!). Além do preenchimento extremamente simplificado, encontrar as pessoas também é simples e fluido.

Quando se chega perto da hora do encontro, basta se dirigir até as salas do braindate (neste ano, um contêiner de dois andares com diversas poltronas para as pessoas poderem conversar). Mas, o mais interessante desse ambiente é a sala de espera. Quando cada um se aproxima do local de encontro, basta fazer o check-in pelo aplicativo que enviará para uma das mesas da sala de espera com um nome (símbolo específico, estrela, picolé etc.) e, com o seu par, se passará o mesmo. Pronto. Agora é só buscar um local para conversar.

Claramente, as conversas seguem o fluxo que cada participante desejar. Pode seguir uma lista de perguntas. Poder ser um monólogo ou diálogo. Pode durar os 30 minutos, menos (tive uma que foi em 15 minutos e pronto) ou mais. A última que fiz durou quase 50 minutos e foi com a Michèle-Anne Robinson, learning experience designer da e180 (empresa idealizadora do braindate). E como cada caso é um caso, nesse saímos andando e conversando pelo evento até chegar à beira do rio e aproveitar a troca de ideias sob o sol que estava se pondo. Realmente incrível.

No final, o que fica? Vou seguir o conselho do Tiago Belotte, que também está no C2, e terminar esse texto com três coisas que aprendi até hoje com essa experiência (porque amanhã tenho mais!):

– Pessoas são pessoas. Nesses encontros, existe a possibilidade de falar com qualquer um: CEOs, palestrantes etc. Como cada um pode propor qualquer tipo de assunto, ninguém chega com a postura de especialista ou celebridade e isso faz toda diferença na experiência.

– Engajamento é tudo. Como a Michèle comentou comigo, a experiência começa muito antes da conversa em si. Todo o evento é sobre se conectar e conhecer pessoas (inclusive as credenciais são desenhadas para isso. Mas isso é outro assunto!). Isso faz com que cada um já chegue predisposto a trocar.

– Um bom papo não segue regras. As melhores conversas foram as que saíram do tema. Fazer uma pequena pesquisa sobre com quem você vai falar (fizeram isso) ou começar com uma abertura ajuda a mudar o rumo da conversa e faz com fiquem bem mais ricas. Aliás, improvisar é ser criativo.

Por fim, o que fica é a deixa de manter o contato e a conversa com ou sem aplicativo. Trazer o conceito do festival para o dia a dia. Para uma troca honesta sobre ideias. Sem pretensão de onde chegar, onde podemos ser quem somos. Conhecer as pessoas por diversas perspectivas e trocar conhecimento e ideias. Opa, mas acho que isso já existe e se chama conversa de bar. Quem topa uma?

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