Vai um self-streaming aí?

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Opinião

Vai um self-streaming aí?

Se você também está no negócio de conteúdo - seja para marcas, serviço ou entretenimento - aprenda: sua audiência nunca mais será passiva


4 de julho de 2018 - 16h02

Foto: Reprodução/Netflix

Há alguns anos ouvíamos que as plataformas de tecnologia como Youtube, Facebook, Twitter e Instagram, entre outras, estavam em uma disputa desleal com os grupos de mídias por aboncanhar boa parcela do bolo de marketing, sem investir muito dinheiro em produção de conteúdo. A novidade é que agora esta lógica mudou. Todas elas estão lançando suas frentes de produção de vídeos originais: Youtube Red, Facebook, Watch, IGTV,  Twitter Originals, Amazon Prime, só que nenhuma delas se volta para os modelos standard da indústria de conteúdo, elas já nascem self-streaming.

E isso não só quer dizer que já são nativas do novo comportamento de consumo de conteúdo, que é em qualquer hora e lugar, como também se apoiam na cumplicidade da sua própria rede de creators, que trazem uma linguagem bem mais pessoal e horizontal com a audiência. Resumindo: os conteúdos já estreiam com público e com um custo infinitamente menor do que os dos grandes estúdios. Ganha-se em agilidade e autenticidade (tudo é muito experimental!), além de estarem carregados de insigts de date analytics.

Pude conferir isso bem de perto na última semana, quando participei do YoupixStudyTour, em Los Angeles, e da Vidcon, maior evento de conteúdo digital do mundo, que aconteceu na mesma semana do Cannes Lions. Do lado de cá do hemisfério, além de visitarmos e falarmos com os C-leaders da Fox, Vice, AwesomenessTV, Musical.ly, Snap, Zefr e Red Bull, acompanhamos como o mercado norte-americano está maduro e criando um verdadeiro ecossitema para sustentar essa indústria.  O Youtube Red, por exemplo, escolhou a VidCon para lancar sua nova série original “Escape the Night”, que fez milhares de Centennials arrancarem seus cabelos na pré-estreia, com o elenco 100% de youtubers. E depois, teve uma palestra sobre esta produção, que foi chamada de: “Como produzir com qualidade de TV com o Budget de internet”. Entenderam o insight aqui? Eles ensinam a coisa toda!

Só a AwensomenessTV, uma cia de apenas 6 anos, já produz 6 filmes por ano e dezenas de séries mensais, com orçamentos que variam de US$ 1 milhão (série) a US$ 3 milhões (filme) e distribuição nas principais plataformas digitais (customizada para cada uma delas, claro). Lendi Slover, executive producer da AwensomenessTV simplesmente disse: queremos e precisamos distribuir nosso conteúdo onde as pessoas estão”. Ou seja, nada de se fechar e ganhar com plataformas próprias. Este modelo, no longo prazo, irá se esgotar em si mesmo. Nesta mesma esteira estão outros produtores como Buzzfeed, Tastemade, Cheddar e Vice, que até já lançou sua própria produtora – Vice Studios – e uma agência para marcas – a Virtue.

E você realmente percebe que tudo isso faz muito sentido quando uma gigante como a Fox – terceiro maior grupo de mídia dos Estados Unidos – se abre para este mundo. Desde 2016, a empresa passou a ganhar dinheiro –  e muito – com todo o conteúdo replicado no Youtube pelos usuários (user genetared content), o que representa 69% das visualizaçoes que possui na plataforma. É o business da cocriaçao na veia, seja para o marketing ou alavancar novas receitas.

E se você também está no negócio de conteúdo – seja para marcas, serviço ou entretenimento – aprenda: sua audiência nunca mais será passiva. Ela consome e produz conteúdo, e tem cada vez mais ferramentas e palco para isso. Se você não se aliar, por mais complexo que isso se torne a cada dia,  no futuro ela pode até competir com você.

 

*Crédito da imagem no topo: controlesimpson33/iStock

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