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Opinião

Por um mundo digital mais ético e mais completo

WebSummit 2018 reúne em Lisboa atrações como o fundador da web Tim Berners-Lee, o cineasta Darren Aronofsky e Greg Peters, chief product officer da Netflix


9 de novembro de 2018 - 16h08

Crédito: reprodução/Facebook

O WebSummit 2018 começou com um talk provocativo de Sir Tim Berners-Lee, o fundador da web. Colocado no palco principal, frente à  plateia presente que lotava o Attice Arena em Lisboa, propôs um novo contrato para a web. Um contrato que garanta, além dos indiscutíveis benefícios, uma segurança frente à riscos digitais inaceitáveis dos usuários da rede em temas como privacidade, democracia e mesmo saúde mental.  Com esta preocupação, a World Wide Web Foundation lançou o movimento #ForTheWeb, buscando unir indivíduos, empresas e governos em torno de uma web mais livre, aberta e segura para todos. E foi esse mote de liberdade, ética e respeito que deu o tom nos talks seguintes que acompanhei no WebSummit.

Muito se falou sobre storytelling e como conduzir a criação de um conteúdo consistente e sedutor através dele, mas em todos os talks a linha mestra sempre passou pela verdade e a conexão honesta entre produtor de conteúdo ou marca e o usuário.

Darren Aronofsky, cineasta de Black Swan e conhecido entusiasta da realidade virtual, também colocou-se no centre stage para conceituar que um bom storytelling é sobre como colocar a audiência no papel e sentimentos de quem o representa na tela enquanto que a realidade virtual é sobre como criar uma experiência completa para quem se dispõe a vivenciá-la. São duas formas distintas de narrativa e arte que não se sobrepõe e que, como sempre, demandam um conhecimento autêntico e profundo do interlocutor da sua comunicação.  Essa experiência mista, focada completamente no usuário e em sua satisfação, também apareceu na apresentação da CMO do incensado Magic Leap, serviço de realidade mista que promete elevar a experiência da VR a um novo patamar em nosso cotidiano, realmente adequando os objetos e experiências em um ambiente tridimensional.

Greg Peters, chief product officer da Netflix, falou sobre as estratégias de internacionalização do seu conteúdo em um dos talks mais concorridos do evento – quem não quer saber o segredo mágico da empresa? Ele  voltou a reiterar a importância da qualidade do conteúdo, seja ele em idioma original, dublado ou legendado e apresentou como métrica de sucesso do fenômeno La Casa de Papel o crescimento dos perfis do Instagram  dos atores da série. Conteúdo é tudo e em todas as redes – e o sucesso é algo a se avaliar por completo.

Há muita tecnologia e recursos disponíveis, mas para uma marca ou mesmo uma personalidade nada acontece sem uma boa base de fãs engajados. Confirmei isso ainda mais ao ouvir Christina Miller e Molly Bartin, da Turner, afirmar que eles cultivam fãs muito além de cultivarem apenas uma audiência e que “fandom” (a comunidade dos fãs, conceito que eles adotaram há dois anos) é com quem eles lidam continuamente, criando conexões emocionais para se diferenciarem. A aposta é ir além da tela da TV – a porta de entrada , segundo elas –  e expandir a experiência por todas a mídias possíveis e para eventos presenciais numa estratégia 360. São estas ações além do esperado que fazem com que a sua marca fortaleça-se em um mercado tão fragmentado como o que se apresenta agora.

E como acertar o alvo com tanta complexidade envolvida? Ouvindo cada vez mais atentamente à comunidade formada, refinando as informações e conhecendo profundamente os fãs. Olhos e ouvidos abertos às conversas em redes sociais, conhecimento do nível de satisfação do cliente em sua experiência de consumo e desenvolvimento de um storytelling – ora, veja só – baseado na verdade e força da autenticidade.

Sobre métricas sociais  Christina e Molly citaram uma das minhas preferidas, a retenção que, se devidamente analisada, é a voz gritante da comunidade com a qual estamos interagindo.

Conteúdo com verdade, ética e autenticidade. Entregar o que o engaja realmente, o que envolve. Depende de nós fazer acontecer. E nos lembrarmos de que este poder de fazer o correto é nosso por direito (e dever).

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