Em 2019, as empresas serão menos Big Data e mais People Data

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Opinião

Em 2019, as empresas serão menos Big Data e mais People Data

O ano novo acaba de começar. E logo nos perguntamos... o que podemos esperar de 2019? Ano novo, governo novo...


3 de janeiro de 2019 - 17h00

Acreditamos que 2019 será um novo ano de realimento de expectativas em relação ao uso extensivo de dados. O que isso quer dizer? Na prática, as empresas que já fizeram grandes investimentos em plataformas de Big Data e Business Analytics perceberão que a criação de um processo produtivo de geração de insights para o negócio depende do desenvolvimento de uma cultura empresarial analítica e, acima de tudo, de recursos humanos qualificados.

É isso mesmo, pessoas! Em tempos de inteligência artificial (IA) e conversas com máquinas, teremos uma grande valorização das pessoas. Não quaisquer pessoas, mas sim dos profissionais que conseguem compreender tais dados. O uso de dados não dependerá de tecnologias, mas sim de mão de obra qualificada, não somente do ponto de vista técnico, mas também de negócios. Pessoas que saibam fazer a ponte entre os dados e os desafios reais das corporações, que consigam extrair valor tangível dos dados farão toda a diferença. É por isso que dizemos que as empresas serão menos Big Data e mais People Data.

 

Profissionais de dados terão destaque em 2019 (Crédito: Adeolu Eletu/Unsplash)

E, por mais estranho que pareça, o e-mail marketing continuará em alta em 2019. Pois é, o bom e velho e-mail marketing se manterá como um importante canal de comunicação, mesmo com o crescimento intensivo de inteligência artificial e chatbots. E SMS crescerá ainda mais, podemos esperar uma grande aceleração no envio de mensagens por push em aplicativos e plataformas sociais.

Certamente a Inteligência artificial será um assunto quente não só em 2019, mas por muitos anos ainda. Em 2019, o que veremos será uma banalização de chatbots e um crescimento grande do uso de IA para gerenciamento da jornada do cliente. As tecnologias de IA hoje já permitem criar anúncios personalizados para cada cliente. O ano novo vai marcar o início de tudo isso. Veremos oportunidades de negócios no desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial para identificar os momentos e upsell, cross-sell e retenção de clientes.

Nesse cenário, as disciplinas de ética e privacidade de dados vão ganhar palco com o uso de Inteligência Artificial. Será preciso ter muito cuidado com os dados sensíveis de voz e imagem. Mas o fato é que hoje a tecnologia já está pronta para o reconhecimento da imagem de produtos. O que e como serão usados os dados das pessoas serão mais do que uma preocupação do Marketing, serão motivos de vigília constante no mundo que se aproxima.

Não foi à toa que a Lei de Privacidade de Dados teve uma aprovação tão rápida no legislativo brasileiro. Realmente, será necessário cuidar de como os dados são usados e instaurar no mundo uma nova cultura de cuidado e ética no uso de dados. Com isso, disciplinas como ética passarão a fazer parte das discussões de tecnologia.

A LGPD impulsionará a expansão de plataformas de marketing cloud

E 2019 também será um ano que, no Brasil, veremos um tipo de profissional ganhar um grande destaque. Estamos falando do DPO, Data Protection Officer, executivo que será o encarregado desses dados nas empresas que coletam dados. O ano será de preparação para as novas regras definidas pela LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados – que passa a ser obrigatória em fevereiro de 2020 e, em muitos casos, exigirá a presença de um DPO. O fato é que esse profissional é um misto de TI, Auditoria/Compliance, Marketing e Segurança de Dados. Não é alguém fácil de achar no mercado.

Mas será alguém que promoverá uma cultura de respeito aos dados dentro das corporações. Em 2019, a forma de conversar com os clientes mudará. Todas as companhias que utilizam tecnologia para rastreamento de dados, as empresas que mantém informações do seu cliente em seu sistema de gestão (CRM), e ainda corporações que capturam dados para usar em marketing precisarão rever suas políticas internas. A LGPD exige o total controle de suas informações.

As empresas e agências que lidam com informações pessoais de clientes precisarão auditar seus bancos de dados e garantir a existência de autorização ou consentimento por parte de seus clientes ou prospects, caso contrário, estarão sujeitas às penalidades previstas pela lei. Porém, essas mudanças também trazem oportunidades de crescimento para alguns mercados.

A LGPD impulsionará a automatização do relacionamento com o cliente em plataformas de marketing cloud que permitem o gerenciamento de contatos multicanal. Não será fácil para uma pequena e média empresa o gerenciamento de dados com todos os compliances exigidos pela nova lei. Por isso, a tendência é que haja um movimento centralizado, em cloud, feito por um grande player. Outra tendência é o crescimento forte em soluções de segurança de dados, que nesse processo são fundamentais.

E mais… A evolução dos algoritmos de reconhecimento de voz e a adoção de assistentes pessoais em serviços de buscas e aplicativos iniciará um processo que revolucionará a nossa relação com a tecnologia, onde a fala será a nossa linguagem de comunicação com os computadores. Preparem-se, 2019 será o ano em que começaremos a falar com as máquinas!

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