É possível moldar uma agência como o cliente precisa?

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Opinião

É possível moldar uma agência como o cliente precisa?

Não dá para esperarmos resultados diferentes fazendo as coisas como fazíamos há dez ou até há cinco anos


5 de novembro de 2019 - 11h28

(Crédito: Phototechno/iStock)

Com as constantes mudanças que a tecnologia vem trazendo ao mundo, nossa relação com as marcas e com o consumo, em geral, também vem mudando drasticamente. Estamos cada vez mais imediatistas — é tudo para ontem. Estamos ficando realmente mimados e mal-acostumados com toda a praticidade que a tecnologia vem nos proporcionando. Tudo está à distância de um clique, tanto para o lado positivo quanto para o negativo.

Uma má experiência com uma marca ou serviço logo aparece nas redes sociais para que todos vejam e comentem. É uma questão de segundos. Por outro lado, essa agilidade nos dá mais chances de consertar rapidamente algo que tenha saído errado. Está tudo em nossas mãos, basta sabermos usar o aqui e agora a nosso favor.

Esse cenário nos próximos cinco a dez anos sofrerá mudanças ainda mais exponenciais, nos colocando à prova se seremos capazes de nos moldar às tendências, tecnologias e novas maneiras de consumo e de diálogo. E, se isso está acontecendo na forma como as pessoas se relacionam com as marcas, é natural que a maneira com que as agências se relacionam com seus clientes também mude.

Uma marca automobilística, de tecnologia ou um banco, por exemplo, possui estruturas e dinâmicas de trabalhos bem distintas, portanto, pede por uma estrutura única. Estrutura essa que precisa estar pronta não para apenas reagir, mas sim estar sempre um passo à frente.

Dentro dessa realidade, a agência precisa se recriar, desenvolvendo uma agência para cada cliente. Um fluxo de trabalho criado a quatro mãos com ajuda dos executivos da agência e do cliente — pensado exclusivamente para o resultado de negócio.

São os chamados squads — grupos multidisciplinares com objetivos específicos —, que vão desde trabalhos estratégicos de posicionamento até operações mais complexas de performance digital. Outro ponto de destaque é a velocidade em que a estrutura pode ser redesenhada. Se o negócio expandiu, se atualizou, por que não alterar o fluxo de trabalho a cada ano, se necessário? Temos que estar prontos para mudanças imediatas além, é claro, dessa velocidade de adaptação ser exatamente o que os clientes e empresas esperam de suas agências ou qualquer parceiro de negócio.

As agências possuem a capacidade de criar estruturas totalmente desenhadas aos modelos de negócios e resultados dos clientes, sejam dedicadas ou parcialmente dedicadas. E enxergo que atitudes como essas, de parceria, entendimento do negócio a ponto de mudanças estruturais e de conceitos, sejam uma das munições que nós, agências, temos para nos mantermos relevantes, entregando o grande diferencial da nossa indústria: a criatividade.

A era do “one size fits all” das agências, onde a estrutura de trabalho era a mesma para todos os clientes, não tem mais espaço e, se ainda tem, os dias estão contados! Não dá para esperarmos resultados diferentes fazendo as coisas como fazíamos há dez ou até há cinco anos. Em mercado nenhum isso acontece e no nosso não seria diferente. A reciclagem de modelos é essencial e não podemos ter receio de tentar o novo. Afinal, nesta constante mudança em que o mundo vive, ninguém pode ter certeza de nada, sejamos sinceros. O que nos dá uma margem interessante para tentativas frustradas, porém, com rápidos consertos.

Se a tecnologia vem mudando de maneira constante e dinâmica a nossa relação com o mundo, nós, agências de comunicação, precisamos estar preparados e dispostos a nos adaptar também. É uma questão de sobrevivência.

*Crédito da foto no topo: Mfto/iStock

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