Menos egos, mais ecos

20 de novembro de 2019 - 6h20

(Crédito: Unitone Vector/iStock)

Chega ao fim meu mandato de chairman na Associação de Marketing Promocional (Ampro). Foram quatro anos e dois mandatos em eleições consecutivas, de muitos aprendizados e conhecimentos.

A missão de uma associação é, justamente, onde está a sua força. Vem da união de pessoas que, por meio de ideias e planos fazem suas vozes ecoarem por todos os cantos. Exercer uma liderança executiva em uma associação é totalmente diferente de tudo que eu já havia vivido. Uma posição que exige a representação de pessoas e empresas que acreditam e confiam em seu trabalho. Nem sempre as opiniões são as mesmas dos demais e, por vezes, é preciso ceder para lutar pelo que é melhor para a maioria. Realizar para o todo é o verdadeiro significado de senso coletivo.

Em um mundo onde todos os dias indústrias usufruem e se confrontam com os progressos da tecnologia, o live marketing, por sua natureza, do ao vivo, não teve tempo de se prender à formatos e rótulos. A única premissa com a qual trabalhamos é a de que todos os dias devemos ir além.

Temos de desenvolver experiências impactantes que aproximem pessoas de marcas de maneira mais natural e menos imposta. Devemos criar conversas, gerar conteúdo, oferecer algo que seja positivo na vida das pessoas. Por isso, é mais do que uma obrigação que os profissionais de live marketing estejam nas ruas junto ao povo, no PDV, digital e em todos os lugares que nos levem a uma melhor compreensão e entendimento dos desejos da sociedade.

Felizmente, vivemos em um mundo de constantes transformações e evolução. As ações coletivas ganham cada vez mais espaço e importância perante as individuais e isoladas. Pessoas buscando e se unindo a outras pessoas para que, juntas, criem ideias inovadoras que possam ecoar de forma verdadeira.

Até mesmo o mercado de comunicação, sempre conhecido por ser de grandes egos, também está se adaptando. Ou pelo menos tentando. Por décadas, éramos um mercado abastecido pela personificação e idolatria de alguns egos inflados. Alguns publicitários viviam em grandes salas, algumas elevadas ao Olimpo e distantes dos demais mortais.

Hoje em dia, não existe mais espaço para egos solitários ou heróis individualistas. Até no cinema, os filmes de super-heróis fazem mais sucesso quando eles se reúnem e atuam em busca da salvação. E esse é o caminho.

Temos que abrir mão de nossos egos e usarmos nosso poder de comunicação para alcançar mais ecos. O eco que amplifica nossa mensagem. Nesse sentido, quanto mais pessoas juntas criando, colaborando, repercutindo e multiplicando, melhor para as marcas, pessoas e para o mundo.

Precisamos, definitivamente, entender que o ego nos distancia cada vez mais da realidade e só e somente por meio do eco é que vamos conseguir transformar e construir um mundo melhor e mais sustentável.

Menos egos. Mais ecos.

**Crédito da imagem no topo: iLexx/iStock