As marcas na era da empatia

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Opinião

As marcas na era da empatia

As que souberem abraçar o consumidor com conteúdo relevante e atitudes positivas serão lembradas, respeitadas e recompensadas


15 de maio de 2020 - 12h48

(Crédito: Ajijchan/ iStock)

Muito já se falava sobre empatia nos negócios nos últimos anos, e principalmente nos últimos meses, mas nunca se falou tanto sobre isso como agora, durante a pandemia, no meio dessa grande crise que afeta a maioria dos setores.

A tal era da empatia, que já vinha dando avisos às empresas e marcas que estava a caminho, finalmente chegou. Por bem ou por mal, cedo ou tarde, ela ia mesmo chegar.

Algumas poucas marcas já estavam preparadas, ou porque já nasceram com propósitos e valores empáticos (o que podemos considerar uma bela vantagem competitiva agora) ou porque já tinham entendido a real necessidade de mudar a forma de se relacionar com o consumidor, assim passando a olhar para a pessoa que está do outro lado da maquininha cartão de crédito com um novo olhar, um olhar mais gentil.

Ser legal ou não com o consumidor não é mais uma opção, assim como ser sustentável não é mais somente uma opção ou parte da estratégia, e passou a ser default, o básico a ser feito.

Passados 20 anos entre agências de publicidade e veículos de luxo, e agora atuando com marketing do bem, posso dizer que o lado bom disso tudo que estamos vivendo é que estamos vendo essa rede do bem de fato acontecer. Temos tido muitas demonstrações de que as marcas resolveram olhar não só o consumidor, mas o mundo com outros olhos.

É mais do que nunca hora de se colocar no lugar das outras pessoas e entender o que elas precisam agora, momento em que todos estamos angustiados, perdidos, com medo do monstro do desemprego. Estamos mais ansiosos do que a nossa sociedade um dia pensou que poderíamos estar.

Conforto emocional, autoconhecimento, bem-estar, informação e conhecimento passaram a ser o novo luxo. Porque até o tempo, que era o artigo de luxo mais desejado está à nossa disposição agora, e nem sabermos bem o que fazer com ele.

É hora de valorizar cada atitude positiva, cada líder empático à frente das grandes doações, os líderes do bem das pequenas e médias empresas que pararam suas máquinas para fabricar produtos de higiene e proteção para a área médica, comunidades carentes e grupos de risco, e ainda os que mesmo descapitalizados, estão dando um jeito de produzir e aumentar a oferta de produtos escassos pela alta demanda emergencial e achando saídas criativas de remuneração para seus funcionários não ficarem sem salário.

As marcas que souberem abraçar a sociedade e o consumidor agora com conteúdo relevante e atitudes positivas e tão necessárias, vão, sem dúvida, serem lembradas, respeitadas e recompensadas.

O mundo dos sonhos pós-pandemia? Seria o mundo que não se esquecesse dessa fase, e que não usasse a empatia somente como artifício na emergência.

E por falar nela, que a empatia não sofra o desgaste que palavras tão importantes como propósito e sustentabilidade sofreram recentemente por serem vistas como oportunidade de negócio, e não como guias, valores de empresas e marcas.

A era da empatia é o daqui para frente, e não somente o hoje. Que a as lideranças e a sociedade mantenham a consciência da importância do olhar gentil e generoso para o outro. Sempre.

*Crédito da foto no topo: iStock

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