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Opinião

Como aproveitar suas janelas de conexão

Em qual delas sua marca vai aparecer? E como usá-las para criar conexões genuínas?


9 de junho de 2020 - 11h22

(Crédito: Nadia Bormotova/ iStock)

Em tempo de lockdown mundial, qualquer janela que se abre à nossa frente, deixando entrar um pouco de frescor, renova nosso ânimo e o olhar que direcionamos para o presente. Não faltam artigos, notícias, lives e posts comentando as mudanças pelas quais estamos passando, projetando futuros possíveis e convocando todos para embarcar em uma incrível jornada de mudança.

Muitas pessoas e marcas já estão trilhando esse caminho, seja através de novas iniciativas colocadas no ar – como a ação Veja Com o Coração, que captará doações (além das feitas pela própria marca de limpeza Veja) para domésticas que estão sem trabalhar por causa do distanciamento social imposto pela pandemia – ou revendo seus ativos, plataformas e estratégias para adaptá-los à nossa nova realidade, em que R$1 milhão de produtos de higiene e limpeza da Unilever fazem mais sentido em comunidades carentes, hospitais e lares de idosos do que à venda em farmácias e supermercados.

Se antes da pandemia global já estávamos imersos em um cenário digital com consumo saturado de mídia, excesso de informação, FOMO, fake news, jornadas de compra fragmentadas, second screening com atenção compartilhada entre múltiplos devices e micro momentos modificando como, quando e o que consumimos, com a disseminação do Covid-19 essa equação foi elevada a sua máxima potência.

Nesse cenário complexo e caótico que invadiu nossos home offices, criar conexões genuínas com consumidores e shoppers é tão desafiador quanto necessário, por isso esse artigo é na verdade um convite para você respirar fundo e abrir uma janela, que não é antirruído, mas vai proporcionar um novo enquadramento a essa saturação toda.

O caos entrou em nossas vidas para mostrar (entre muitas coisas) que não dá mais para visualizar a jornada do shopper como um gráfico lindo do PowerPoint, com steps sequenciais, organizados e previsíveis. Não adianta rever sua estratégia de comunicação apenas para digitalizar a entrega final, ou adaptar a mensagem principal ao contexto pandêmico que vivemos atualmente.

O novo mundo digital que estar por vir demanda uma proximidade maior com a realidade, sem ilhas de edição ou filtros anti-imperfeição como os do Instagram. Porque ser digital é mais do que ser online. É ser não-linear e imprevisível. Muitas vezes escolhemos por onde começar nossa jornada, mas nunca sabemos aonde ela irá nos levar. Uma shopper pode abrir o Instagram no seu celular para conferir alguns Stories e ver a dica da @tchulim de uma receita super prática de macarrão.

A ideia era só acompanhar as “novidades” da sua timeline, mas esse post pode inspirar a shopper a fazer um prato diferente. Mas ela lembra que faltam alguns ingredientes e acessa o app SuperNow para fazer compras. Começa a escolher alguns itens, mas recebe uma mensagem no WhatsApp e abandona seu carrinho virtual para ler. Alguém no grupo da família enviou o link para um vídeo no canal do Atila Iamarino sobre o crescimento dos casos do novo coronavírus nas diferentes regiões do País, e agora nossa shopper vai para o YouTube, onde fica quase duas horas navegando em diferentes canais.

Cada ponto da jornada dessa shopper é uma janela que ela abre em busca de conexões. Seu objetivo muda a cada nova janela aberta. E uma janela sempre leva para outra, que pode estar em sintonia com a conexão inicial ou abrir espaço para outros interesses e motivações.

Em qual dessas janelas sua marca vai aparecer? E como usá-la para criar conexões genuínas? Não adianta simplesmente colocar seu link patrocinado no topo das buscas ou display com ofertas genéricas em sites de conteúdo relacionados a sua área de atuação.

É preciso olhar o enquadramento exato da janela aberta pela shopper e gerar relevância através da necessidade latente naquele ponto da jornada. A shopper está em busca de validação para sua escolha? Ou está revendo uma necessidade? Aprofundando uma busca e fazendo comparações ou desviando sua atenção para um outro assunto? É preciso identificar com quais momentos dessa jornada sua marca possui sinergia. E quando aparecer na janela da shopper, levá-la para uma outra conexão, igualmente genuína e relevante, mas agora na sua janela e com potencial de conversão.

*Crédito da foto no topo: Antorti/ iStock

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