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Opinião

Gaming & coronavírus

Em um momento em que as pessoas buscam alternativas para se entreter, se informar e se conectar, a indústria de games mostra seu protagonismo


16 de junho de 2020 - 14h07

Tom Clancy’s The Division, da Ubisoft (Crédito: reprodução)

Uma dimensão à parte de todo sucesso que Os Simpsons faz no mundo do entretenimento é a capacidade do futuro ser “previsto” nos episódios da série. Fui procurar algo assim no mundo de games e uma coincidência em especial me chamou a atenção. Dá uma olhada na descrição do jogo The Division, publicado pela Ubisoft:

Tom Clancy’s The Division (New York City): “It is set in a near future New York City in the aftermath of a viral pandemic” — Tom Clancy’s The Division (Nova York): “Se passa em um futuro próximo em Nova York, após uma pandemia viral”.

Tom Clancy’s The Division 2 (Washington, DC): “Washington D.C. is on the brink of collapse. Lawlessness and instability threaten our society, and rumours of a coup in the Capitol are only amplyfining the chaos” — Tom Clancy’s The Division 2 (Washington DC): “Washington DC está a beira do colapso. Ilegalidade e instabilidade ameaçam nossa sociedade, e rumores de um golpe na capital só está aumentando o caos”.

Não tive como não associar com o que está acontecendo nessas cidades americanas ultimamente. E, mais do que nunca, fez com que eu me perguntasse: “o que está acontecendo com o mundo de games durante a quarentena?”

Em um momento em que as pessoas buscam alternativas para se entreter, se informar e se conectar, a indústria de games mostra seu protagonismo. Pessoas com mais tempo para assistir e jogar encontram um ecossistema pronto e com muito conteúdo. Cerca de 20% do mundo de games, incluindo o YouTube, se uniram em uma iniciativa chamada #PlayAPartTogether (Joguem juntos mas separados, em tradução livre) com intuito de compartilhar mensagens de cuidados sanitários caseiros (ficar em casa é um deles) em acordo com o que orienta a Organização Mundial da Saúde.

Fazer o bem online

Produtores de conteúdo gamer têm se mobilizado em ações para angariar recursos para instituições que visam minimizar o impacto da Covid-19. O streamer brasileiro Gaules, conhecido no meio do jogo CS:GO (sigla para Counter-Strike: Global Offensive), tem feito lives de destaque durante esse período. Em uma transmissão, a audiência passou a marca de 200 mil pessoas ao mesmo tempo. O jogador arrecadou mais de R$ 50 mil e fez uma doação própria de aproximadamente R$ 150 mil. No último sábado de maio, aconteceu o Mastercard Legends Showdown, uma partida beneficente de League of Legends disputada pelos times do Yoda e do Kami, dois dos mais importante nomes desse jogo no Brasil.

Vem pro digital que “dá bom”

Digital por natureza, a indústria de games rapidamente se adaptou aos tempos de quarentena. Torneios que eram presenciais tornaram-se 100% online. Bons exemplos também vêm do mundo esportivo, como é o caso futebol, da NBA e do automobilismo.

Sem bola rolando nos campos, a Globo organizou o torneio virtual FC: Futebol de Casa, que contou com a participação do jogador Gabigol, do Flamengo, e mais cinco nomes de times brasileiros. A DAZN colocou Zé Roberto e D’Alessandro para uma versão do clássico entre Brasil e Argentina. Vasco x Avaí fizeram a final do Copa EI Games (iniciativa de games do Grupo Turner), sendo Valdívia o representante do time catarinense.

Já no universo do tênis, o destaque foi para o britânico Andy Murray (ou Sir Andrew Barron Murray, como preferir), que coleciona vitórias em torneios Grand Slam, Jogos Olímpicos e Copa Davis. Em 30 de abril, ele conquistou o Mutua Madrid Open Virtual Pro, que aconteceu online, e foi campeão diretamente de sua casa.

Já no mundo do basquete, o NBA 2K Player Tournament, iniciativa liderada pela liga americana de basquete, contou com 16 jogadores profissionais disputando o torneio. Entre os participantes estava o astro Kevin Durant. No mundo dos carros, em abril, pilotos disputaram a taça Porsche Esports All-Star Race, no autódromo (virtual, naturalmente) de Interlagos. Rubinho Barrichello e Fernando Alonso farão dupla na disputa da “tradicional” 24 horas de Le Mans Virtual, que acontece em junho.

Tem conteúdo ao vivo e fresquinho, todo dia

Sucesso em pleno em crescimento, o jogo Free Fire realiza, no canal da Garena, lives de campeonatos oficiais. Um número expressivo de criadores faz transmissões de suas partidas todos os dias. O canal do Nobru, por exemplo, passa com frequência, de 80 mil pessoas acompanhando-o no jogo. Ainda mais surpreendente é o protagonismo de canais femininos quando se trata de conteúdo ao vivo, como é o caso da Karen Marandola, Palominha, Aline Faria e PfaffGamer.

Competições oficiais de empresas como Garena, Riot, Supercell e Ubisoft acontecem todas as semanas em seus canais no YouTube.

Dez coisas para você assistir sobre games enquanto durar a quarentena

Em um momento em que aprender com as novas condições se tornou imperativo, o mundo de games, mais do que nunca, mostra suas infinitas possibilidades. Abaixo algumas dicas de conteúdos:

1. Alessandro Sassaroli: faço uma curadoria de um monte de vídeos com dados e informações sobre o mercado de games e e-sports
2. League of Legends: A Origem
3. Playing Hard: Tudo em Jogo (fala sobre o desenvolvimento do jogo For Honor)
4. A Revolução dos Games (History Channel)
5. A História dos Games no Brasil
6. E-sports Unfold (Red Bull TV)
7. Paralelos (Red Bull TV)
8. Against the Odds (Red Bull TV)
9. Futebol x Games (Red Bull TV)
10. Curso Canais de Games da Escola de Criadores do YouTube

Para facilitar a vida de quem gosta de conteúdos de games, no YouTube.com/gaming você pode encontrar conteúdos (ao vivo e gravados) categorizados pelos principais títulos, torneios e momentos do mercado.

**Crédito da imagem no topo: Reprodução

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