Ainda cabe a nós o poder da empatia

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Opinião

Ainda cabe a nós o poder da empatia

Com a tecnologia cada vez mais a favor do criativo, temos a chance de deixar o trabalho mecânico um pouco de lado e atermo-nos em preencher os espaços das mensagens que estavam se perdendo


23 de julho de 2020 - 8h01

(Crédito: Luckyvector/istock)

Os avanços não param, e não vão parar. Processos de automação como o machine learning em anúncios, por exemplo, estão tão evoluídos que já existem ferramentas disponíveis aptas a criar um anúncio sem que uma pessoa precise fazer isso manualmente. As imagens, os textos e call to actions são incluídos no layout com base em dados pré-coletados do seu público-alvo. Você simplesmente precisa incluir os elementos na plataforma, e pronto: a mágica se faz.

A verdade é que o acesso às ferramentas de criação e edição gráfica têm se tornado cada vez mais tangível para todo tipo de público nos últimos anos. Hoje em dia não é necessário ter formação especializada para produzir alguns materiais simples, como os posts de redes sociais. Já é possível utilizar muitas ferramentas gratuitas, tanto em desktop como no mobile, que contam com layouts prontos para o uso. Para pequenas empresas isso pode se tornar um grande aliado, uma vez que é possível poupar recursos e produzir seu próprio conteúdo.

O material disponível nessas plataformas é pequeno se comparado à quantidade de usuários e suas demandas, o que acaba ocasionando um certo padrão dos materiais por elas produzidos. Te convido a fazer este exercício na sua timeline: compare as postagens de microempresas e de alguns influenciadores. É bem possível que você encontre semelhanças em posts de conteúdo. Achou? Pois é, isto não é uma mera coincidência.

Muitas vezes, a qualidade e a criatividade são trocadas pela conveniência com facilidade. O layout pré-fabricado é uma solução simples e excelente para ajudar as pequenas empresas, mas isso não pode e nem deve nos fazer parar de pensar e criar.

O trabalho do criativo — que não se restringe à criação — é árduo, por vezes, demorado. Com frequência, inexplicável. Mas por mais aleatório que este trabalho possa parecer, ele não deixa de ser o de uma supermáquina: processa uma infinidade de informações, contingências e emoções; e as sintetiza em um conceito, uma ideia, uma solução.

Com a tecnologia cada vez mais a favor do criativo, temos a chance de deixar o trabalho mecânico um pouco de lado e atermo-nos em preencher os espaços das mensagens que estavam se perdendo; em criar o novo, o único, aquilo que conecta.

Não podemos deixar de levar em conta o poder da publicidade como parte da produção cultural de uma sociedade, e que dela se exige cada vez mais conexão, empatia e sensibilidade. Vivemos um momento em que as pessoas esperam que as marcas as entendam e representem; elas anseiam por conexões. Temos de admitir que o trabalho de comunicação é cada vez mais complexo.

E o que acontece com a criatividade? Segundo pesquisa do Think With Google mesmo que o processo de montar anúncios, incluindo as variáveis, possa ser realizada mecanicamente, quem ainda dá os insights e faz os ajustes para que este anúncio entregue de fato o que o anunciante precisa é um ser humano.

As áreas de criação e design já caminham para um cenário diferente e mais tecnológico. O trabalho das máquinas tem nos poupado tempo e alguns esforços, mas ainda cabe a nós o poder da empatia e assertividade em comunicar, porque nada melhor do que uma pessoa para transmitir uma mensagem à outra.

**Crédito da imagem no topo: kmlmtz66/iStock

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