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Opinião

Deixe Gazza nos controles dos seus negócios

Uma gestão bem-sucedida é um equilíbrio entre planejamento/análise e inovação/criatividade


11 de março de 2021 - 8h02

(crédito: ipopba/iStock)

Em 1997, a seleção da Inglaterra voou para a Itália para uma partida de futebol. Naquele avião estava o difícil Paul “Da Gov’nor” Ince e o infame criador de caso, Paul “Gazza” Gascoigne. Em um certo momento, Gazza foi convidado à cabine de controle para cumprimentar os pilotos e, enquanto ele estava lá, o avião sofreu turbulências abruptas. Então o Ince, conhecido por seu medo de voar, aparentemente gritou em pânico: “Ah não, é o Gazza que está nos controles!”. Algumas vezes, você precisa do Gazza nos controles.

As organizações precisam estar aptas a gerir sua atual série de negócios de maneira eficaz enquanto ao mesmo tempo encontram e desenvolvem novos modelos de negócios — e esse é o pensamento por trás da inovação. Em resumo, nós temos um novo conceito que tanto abrange um resultado desejável para lidar com um novo cenário competitivo, como por exemplo o reposicionamento proativo da organização e desenvolvimento de novos negócios, como com os processos pelos quais os resultados são atingidos: um processo gerencial que é uma alternativa ao modelo tradicional e analítico de gestão. Ou seja, deixe Gazza nos controles.

O que é Gazza nos controles?

No nível social, inovar responde ao “porquê” da inovação, que é claramente importante. Entretanto, se queremos respostas para o “o que” do conceito, nós precisamos olhar para inovação em um nível organizacional. Nossos 25 anos de experiência nessa área nos permitiram oferecer e comparar algumas definições que surgiram em um seminário de inovação aplicado ao nível organizacional. São eles:

– Começar algo pela primeira vez; introduzir algo novo. Por exemplo: “ela estava ansiosa para sua iniciação como uma adulta”; “a fundação de uma nova sociedade científica”;

– Adotar de forma precoce e implementar novos serviços, ideias ou maneiras de fazer coisas como o desenvolvimento de políticas governamentais para otimizar ou modificar serviços;

– Inovar de forma estratégica: A inovação estratégica é uma abordagem de fora para dentro e conduzida por valor, é sintética ao invés de analítica, heurística ao invés de procedural, e requer pensamento lateral. Quando adotada, a prática é um salva-vidas para planejar em ambientes dinâmicos e turbulentos, se tornando uma estrada entre planejamento deliberado e aprendizagem experimental que requer sinergia entre pensar e agir;

– Criar e inovar, quebrando regras com o objetivo de conquistar vantagem competitiva;

– Repensar a base de competitividade é importante para qualquer empresa e qualquer indústria, particularmente novos modelos de negócios e no rompimento de limites tradicionais para criar mercados;

Como podemos analisar pelas definições acima, não há consenso para definir o conceito de inovação, mas podemos afirmar que existe uma combinação considerável de ideias do que inovação significa e requer.  Como consequência, vemos uma variedade de diferentes metáforas para rotular inovações estratégicas que falam sobre “estilos” (moda), “arquiteturas” (design), DNAs corporativos (biologia), “fronteiras estratégicas” ou “oceanos azuis” (geografia), “motores da ação” (mecânica), “novos jovos” (esportes), “escolhas de novas armas” (militar), “estratégia revolucionária” (política), estratégia de ruptura (física), e assim por diante.

Agora, perguntamos: qual das definições serve para a sua organização nesse exato momento?

E o que tem a ver o Gazza? E os controles…?

O que podemos destacar, é que todas as organizações precisam desligar o piloto automático do planejamento estratégico e metaforicamente colocar o Gazza nos controles de tempos em tempos.

Mesmo que isso possa parecer caótico e assustador, a inovação, diferente do planejamento estratégico necessita de um modus operandi que requer criatividade para trazer novas ideias, coragem para repensar e quebrar regras aceitas de competitividade, de forma que novos modelos de negócios sejam criados, e a conectividade com novas fontes de competências e consumidores seja estabelecida.

O que nós vimos em nossos estudos sobre “fracasso corporativo” é que as organizações que não se engajam com atividades de inovação e desenvolvimento de negócio, eventualmente irão falhar. Queremos dizer: falhar ao longo prazo.

Também notamos que organizações que não são eficazes em suas operações e modelo de negócio do presente irão falhar em um curto prazo.

Por fim, lembre-se: Gazza não deve estar nos controles a todo tempo. Uma gestão bem-sucedida, é um equilíbrio entre planejamento, análise, inovação e criatividade. Tenha em mente, que quando um novo modelo de negócio é formulado, o modelo tem que ser implementado com sucesso, e isso requer análise de mercado, desenvolvimento de orçamento e toda a caixa de ferramentas do planejamento estratégico.

**Crédito da imagem no topo: piranka/iStock

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