A Páscoa e o coelho dos ovos virtuais

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Opinião

A Páscoa e o coelho dos ovos virtuais

Estamos, sem dúvidas, vivendo a Páscoa mais conectada de todas. E do coelho dos ovos virtuais


1 de abril de 2021 - 6h00

Com uma ótica positiva, 2020 foi um marco para a inovação nos formatos de vendas. Desde cedo, aprendemos que os anos mais duros dão lugar à inovação, afinal, a competitividade e a escassez sempre fizeram morada para uma brilhante criatividade, algo intuitivo dos brasileiros.

O primeiro impacto da pandemia no calendário deixou o mercado dos chocolates com um sentimento de tensão e ansiedade, que formou palco para o show digitalizado: a corrida pelos ovos de chocolate, que a 350 dias atrás possuíam um novo lugar como protagonista, o e-commerce. Nos 45 segundos do segundo tempo, fez um mercado inteiro se reinventar em toda a cadeia: indústria, franqueados e canais. Um canal que com pouco share no Brasil ganhou os holofotes para as ativações que antes tomavam as ruas.

Nomes como seller, marketplaces, pure players, last milles e dos mais diversos tecniquês da plataforma transitavam na boca do mercado, que estava velejando em mares que por poucos foram explorados com maestria.

Vocês me perguntam: e o impacto? Bem, o impacto… esse sim foi transformador. Campanhas subverteram a lógica do varejo digital; lojas físicas deram lugar a um emaranhado de canais de venda suportados pela tecnologia; a logística evoluiu para fazer muitas lojas virarem pontos de retirada e integrarem seus estoque; e por fim, mas não menos importante, o e-commerce proporcionou em sua jornada de compras, cada vez mais condicionada a produtos, a ponte para a realização com foco para as vendas.

Ora, se com segundos e escassez se reinventou a Black Friday dos chocolates, o que esperar para este ano?

A expectativa parte da experiência de consumo completamente integrada. O tempo dá espaço para se equilibrar a tensão entre o valor de marca e o valor dos seus produtos, e de planejar seus ecossistemas de canais.

E todos os pontos de tensão sempre trazem uma nova oportunidade, uma porta que se abre para as tendências que navegam a nosso favor. Listo aqui três delas para se entender a lógica de como funcionam:

1. Drive-thrus para retirar compras digitais

Um ponto já reconhecido de diversas cadeias de fast-food toma uma integração omnichannel, conectando as vendas feitas nos canais online, para se retirar em algum ponto de venda físico com todos os cuidados e medidas de segurança.

Você deve estar pensando: Pick & Collect já não é uma coisa nova. Agora pense se isso fosse subvertido para a lógica das marcas, e não do varejo. Se valor é a principal moeda de troca, por que não reconfigurar essa tensão de valor do varejo com uma solução que traz um impacto de visibilidade e integra seus distribuidores para a melhor experiência do consumidor?

2. Franqueados transformando aplicativos de texto em vendedores virtuais

Vimos muito isso com os varejos que vendem produtos de beleza no ano passado que, sem o apelo das lojas físicas, transformaram suas vendedoras em vendedoras virtuais. Mas ainda com uma grande oportunidade de integração: se o canal se torna um meio digital, por que não aproveitamos o direcionamento desses consumidores, diretamente das plataformas de social e próprias dos canais, mas de forma inteligente, considerando geolocalização para trazer onde o estoque está disponível para o consumidor e reduzir os impactos de custos de frete, que ainda continuam sendo uma das grandes barreiras das compras online. Esta inteligência de leitura de disponibilidade de estoque conectada ao ponto mais próximo do consumidor traz eficiência para aumentar a conversão das vendedoras virtuais.

3. Live Commerces para integrar a experiência de influência em um ponto de contato de compras

As lives, que enxurraram as redes sociais como porta de entrada para conteúdos, dominaram o início da quarentena e tiveram uma inovação ao longo do caminho, com as lives commerces, vendendo os produtos apresentados ao vivo. Mas existe um ponto de atenção muito grande em relação à operação logística: é necessário plugar o distribuidor correto para garantir a experiência e não gerar fricção dessa experiência de e-commerce nas lives. Precisamos garantir que a entrega seja em até dois dias, que o frete seja aderente ao ticket médio da compra e que a experiência na página de compras seja fácil e rápida para se trazer a impulsividade que esse canal tanto constrói.

E qual o impacto de tudo isso? Cada vez mais, aproximar todos os pontos de contato, em potenciais pontos de vendas, conectando as vendas não só quando os shoppers visitam os e-commerces, mas mesmo antes de chegar neles; ou até mesmo transformar pontos, que antes eram apenas de marcas, em e-commerces próprios, e por que não em marketplaces, suportando toda a operação da primeira tendência e ainda otimizando o investimento de mídia?

Trazem a descentralização controlada dos ecossistemas das marcas e varejos em completa harmonia. A diferenciação puramente por preço, dando lugar à percepção de valor, claro, se equilibrando ao bolso dos consumidores, e por fim, as vendas nos diversos canais de e-commerce, cada vez mais focadas em materializar a experiência de conveniência e eficiência, que só eles podem proporcionar, cada vez mais imediatas. fundindo todos os seus canais de contato com o consumidor, para entregar valor, conectado com as vendas, transformando o modelo de compras para cada vez mais fácil.

Estamos, sem dúvidas, vivendo a Páscoa mais conectada de todas. E do coelho dos ovos virtuais.

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