E no sétimo segundo ele criou o mundo

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Opinião

E no sétimo segundo ele criou o mundo

As mudanças estão acontecendo muito rapidamente, um dia parece um segundo, mas nossas decisões continuam tendo consequências de longo prazo


22 de abril de 2021 - 16h29

Na terça-feira, 20, teve início o Collision, uma das maiores conferências sobre tecnologia que acontece todo ano em Toronto, no Canadá, mas, desde o ano passado, ao redor do mundo, online, ou melhor, from home. E o tema central foi a velocidade das mudanças. Desde como será o futuro do ambiente de trabalho até a nova economia do blockchain e NFTs.

Conferência da Collision (Créditos: Divulgação)

O ambiente de trabalho é um assunto que assombra toda e qualquer empresa. Como será? Qual o melhor formato? Como aproveitar as vantagens do modelo remoto sem perder o lado humano das conexões físicas? É possível criar experiências que simulam e trazem esse lado colaborativo através do digital? Ou o caminho é mesmo um modelo hibrido? Mas se for, como garantir que as pessoas que estão no escritório físico não tenham mais benefícios do que as que estarão remotas?

São perguntas nada fáceis. E a verdade é que ninguém tem as respostas. E isso me empolga. Nós vamos criar esse futuro. Para isso trago inspirações que tive daquele primeiro dia do evento.

David Henshall, CEO da Citrix, defensor do caminho hibrido, diz que o escritório e o remoto são complementares. Enquanto o escritório beneficia os relacionamentos e a colaboração, o remoto traz mais foco e aumenta produtividade, além dos benefícios para o meio ambiente e qualidade de vida. Seu projeto é criar tecnologias que permitam que você tenha uma boa experiência onde quer que esteja, além de transformar a cultura focada no Tempo Gasto pelo Resultado Obtido. Em seu conceito, acredita que essas fronteiras são coisa do passado e que vamos nos adaptar a esse novo modelo hibrido assim como nos adaptamos as mudanças trazidas pelo celular, por exemplo, em termos de acessibilidade e modelo de trabalho.

Já David Cancel, founder e CEO da Drift, defende o trabalho remoto. Ele traz um conceito que achei fantástico, o de Assincrotnization first e Synchronization second. Nesse modelo, as pessoas são incentivadas a usarem os recursos disponíveis assíncronos como mensageiros instantâneos ou até vídeos gravados antes de usar os recursos síncronos, como videocalls e telefone. Segundo David, esse modelo tem trazido ótimos resultados, pois as pessoas conseguem pensar melhor, avaliar melhor e acabam com melhores soluções.

Para o ponto de relacionamentos, cultura e onboarding de novos colaboradores, eu trago aqui algumas plataformas que estamos testando e que podem ajudar:

Gather Town
Uma plataforma que simula espaços reais de trabalho e você pode interagir com seus colegas como se estivesse em um escritório. Você tem sua mesa, espaço para almoçar, tomar café, sala de reunião para reuniões gerais, além de espaços para confraternizações como uma praça.

Kumo Space
Um chat com audio espacializado, onde seu time pode interagir como se estivesse em uma sala real. Cafés, bares, salas, escritórios, você escolhe o tema e as pessoas entram e podem conversar com outras por aproximação. Bom para conversas em grupos, one to one, como acontece em happy hours por exemplo. Você pode pensar em atividades e comunicar para todos ao mesmo tempo o que deve ser feito.

Crowd Party
Jogos para acabar com aquela fadiga dos videocalls e trazer integração para o time. É só escolher e chamar as pessoas para interagir. Trivias, Charadas, Festas, etc.

Miro
Para atividades como hacks, design thinking, ideação, brainstorm, pesquisas ou apenas algum trabalho colaborativo, ele permite trazer aquela sensação dos post its colados na parede de volta.

Existem muitas alternativas por aí que ajudam a simular e trazer aquele fator colaborativo para o mundo digital. O importante é pensarmos em novos cenários, novas possibilidades. Como disse Jessica Spence, da Beam Suntory, não existe mais “What’s the future like?”. Hayden Brown, CEO da Upwork, completa que nós estamos vivendo uma mudança profunda onde é possível conectar qualquer talento aoo redor do mundo, trazendo acesso e possibilidades para realizar coisas que antes pareciam impossíveis, principalmente para empresas menores.

Todos nós estamos atrás de deixar o ambiente de trabalho mais prazeroso, mais gostoso, é o que acredita Christian Reber, criador do Pitch, uma nova plataforma para criar colaborativamente apresentações, ou fazer reuniões que resultam em decks prontos para apresentar.

E ele está certo. Vamos aproveitar esse novo momento para criar um novo jeito de trabalhar. Como trabalhamos é parte importante de nossas vidas. Ele reflete na educação dos nossos filhos, no tempo que passamos com quem mais gostamos, na nossa saúde mental e, consequentemente nas nossas relações, além de impactar o meio ambiente. No final, como vamos criar esse novo modelo terá reflexo em como o mundo vai ser.

As mudanças estão acontecendo muito rapidamente, um dia parece um segundo, mas nossas decisões continuam tendo consequências de longo prazo. Por isso vamos usar esse nosso poder de criar um mundo, um novo mundo, com criatividade sim, mas, principalmente, com responsabilidade.

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