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Opinião

Por que PR de agência também deveria ir a Cannes

Aprendizado proporcionado pelo festival e sentimento de pertencimento como "combustível" são razões importantes, segundo PR da David


17 de junho de 2022 - 10h00

(Crédito: Meio&Mensagem)

Eu sempre gostei de trabalhar em agências criativas. Me identifico muito mais com o trabalho da criação do que com aquele corporativo que nós PR também precisamos fazer. Essa paixão me rendeu bons frutos ao longo da minha carreira. Tive a chance de liderar, na minha área, campanhas premiadas (somente em PR foram 15 Leões) e muito relevantes. Entre os bons frutos, estão também boas amizades.

Um dos líderes criativos com quem trabalhei, em algumas vezes em que subimos no palco de Cannes para a premiação, fez questão de que o Leão fosse recebido pelas minhas mãos, que eu fosse a primeira pessoa a aparecer nos holofotes. Aquilo, para mim, representava mais do que uma parceria de sucesso, mas principalmente muito respeito pela área de PR.

Com o tempo e a experiência fui entendendo por que faz tanto sentido e é tão enriquecedor para o profissional de PR de agência estar em Cannes – não somente pelo aprendizado que o festival proporciona, mas porque se sentir parte integrante de tudo aquilo é um importante combustível para nós PR.

Sempre entendi que uma ideia não é nada sozinha. E que o brilho no meu olho e o mesmo desejo de fazer o negócio “explodir” proporciona, entre toda a agência e o PR, uma sintonia única. Mas, acima de tudo, eu só estava naquele palco, porque um time incrível entendia a importância do PR e me envolveu em absolutamente todas as etapas do processo. Em todas, mesmo. Desde que a ideia surgiu.

Aliás, tive o privilégio de trabalhar em agências que sempre valorizaram a atividade de PR e, na DAVID, isso é também muito especial e gratificante. Mas sei que nem sempre – às vezes somente por falta de informação mesmo – o PR da publicidade tem tanta sorte quanto eu tenho por aqui.

Esse, para mim, é o ponto-chave. O período pré-festivais é o mais intenso para qualquer PR da área. Às vésperas de Cannes, por exemplo, não importa o mercado, as agências desejam emplacar suas campanhas nos grandes veículos internacionais. Mas, é mais comum do que se pensa, que os times só apresentem as suas ideias para o PR ao final dos 45 do segundo tempo. Mal se tem chance de opinar. Ou seja, a ideia foi construída sem envolver o PR. Mas como impactar o jornalista se tudo foi pensado sem que o profissional de PR da agência que lida com a imprensa estivesse junto?

Tenho uma história boa para contar. Um desses criativos com quem tive a honra de trabalhar veio me contar que havia acabado de filmar uma ideia genial – e era mesmo. Mas ele já tinha filmado e, por isso, argumentei que a agência havia perdido a chance de estar no Jornal Nacional. No entanto, ao final, com a permissão do cliente, conseguimos refilmar a campanha. E, no mesmo dia da regravação, tivemos a presença do JN e uma matéria emocionante foi ao ar – o link não me deixa mentir (https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/04/tatuadores-sao-treinados-por-medicos-para-identificar-cancer-de-pele.html).

Eu, como PR, tenho em mente que as nossas ideias, algumas vezes, merecem estar em diferentes mídias – o que inclui televisão. Por isso, trabalhei muito (e aprendi alguns caminhos) para ver as minhas campanhas repercutindo no jornalismo da Globo, por exemplo, o que deixa os resultados de earned media muito mais relevantes.

A história com final feliz e alguns aprendizados é só para ilustrar o que eu defendo aqui. Criativos – e todos os times – envolvam suas equipes de PR em todos os dias do ano, de janeiro a janeiro, não apenas às vésperas de premiações. Chamem o profissional de PR que está ao seu lado para trocar uma ideia quando a ideia surge, não importa qual mês do ano seja. A área de PR pode te ajudar não apenas a fazer um release e divulgar a ideia na imprensa, mas também na construção do projeto. Temos contatos, gostamos de gente, somos bons nessa coisa de relacionamento. Tenho certeza de que temos muito a agregar. Somos apaixonados por boas histórias.

Das experiências que tive, o melhor resultado veio daquele projeto criativo que a integração entre os times é tão intensa, que, no decorrer do trabalho, já nem sabemos mais a real função de cada um – está todo mundo ali, com uma paixão louca por fazer acontecer. Afirmo isso porque a DAVID me permite viver essa experiência da forma mais envolvente e enriquecedora e me orgulho muito dos nossos resultados.

Esse, aliás, é um círculo muito positivo; envolver e ouvir seu PR lá atrás, bem cedo, pode ajudar a engrandecer uma campanha e até evitar crises. Quanto melhores os resultados, mais o PR está envolvido. Às vezes, fico sabendo de uma ideia pela dupla primeiro do que o diretor de criação, porque, pelos exemplos, eles entenderam que PR não deve ser útil apenas lá na frente, quando já está tudo decidido. É o “juntos somos mais fortes”, sempre.

Aprender tudo isso não tem sido simples – “portas na cara” são bem frequentes e elas me ensinam todos os dias. Essa resiliência só a paixão traz. Além disso, reforço mais uma vez, tive e tenho a sorte de trabalhar com os melhores, o que facilita bastante minha atividade como PR.

Nos próximos dias acontece o Festival de Cannes – 20 a 24 de junho – e eu embarco novamente para o evento. Independentemente de ganhar ou não troféus, chego orgulhosa das campanhas que tive a chance de trabalhar nos últimos meses e com boas histórias para contar. Todas elas, histórias construídas de janeiro a janeiro.

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