Opinião
A transição do consumo do esporte em ano de Copa do Mundo
Evento esportivo no Qatar deve acelerar o movimento de migração da audiência para o digital
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16 de agosto de 2022 - 14h00
A forma de comunicar mudou, e mudou ainda mais nos últimos anos. O rádio sempre foi o companheiro de quem é fã do esporte e até pouco tempo atrás era o veículo com maior prestígio e alcance. Lembro de sintonizar o velho aparelho de pilhas e ouvir meu time num domingo à tarde.
Mas, com o passar dos tempos, as ferramentas mudaram. A forma de consumo e a rotina das pessoas mudou. O mundo mudou.
A comunicação deixou de ser escrita e está utilizando potentes e modernos instrumentos. O rádio deu lugar ao celular e, nele, é possível produzir vídeos em alta resolução, transmitir jogos, curtir memes… Mas, o principal e o que diferencia o digital das outras mídias, em especial quando falamos de esportes, é o real time e a possibilidade de estar próximo e até mesmo conversar com os ídolos – coisa que era impossível até pouco tempo atrás.
Os novos canais passaram a ser multimídia e os tempos modernos revolucionaram a forma de consumir. E, essa transformação está passando pelo esporte, principalmente após a pandemia. Vimos competições inteiras serem transmitidas por um único influenciador. Essa migração para o digital deve ganhar ainda mais força em um ano de Copa do Mundo no Qatar.
Lembro quando comecei a carreira numa rádio em Presidente Venceslau e tinha que escrever textos em uma máquina de escrever e tocar uma mesa de som de 8 canais com 2 pick ups e 3 cartucheiras de propaganda sem auxílio de um software. Hoje, essas relíquias viram peças em museus.
Das analógicas máquinas para os potentes celulares; das redações físicas para um novo formato de trabalho; das transmissões a tubo para os modernos streamings com influenciadores gigantes. Hoje a zona mista, antes reservada apenas para imprensa, compartilha espaço com influenciadores, seus celulares e o conteúdo em tempo real.
A transição do consumo do esporte passa pela tecnologia, pelas marcas e pelas pessoas. O poder da viralização, a conectividade 24/7 e o investimento pesado das marcas em novas estratégias de comunicação e conteúdo viraram esse ponteiro de crescimento.
O marketing esportivo é uma potência e hoje movimenta 1% do PIB mundial. Em 2021, segundo um estudo da CBF em parceria com a consultoria EY, as marcas gastaram no Brasil mais de R$ 52 bilhões em campanhas, ações, ativações, patrocínios, produtos, artigos esportivos e até em NFTs. E, a projeção em um ano de Copa do Mundo, é que esses números aumentem significativamente.
Sendo assim, não podemos mais falar em uma abordagem única. Em vez disso, é importante pensar em ominipresença, com conteúdos direcionados para cada um dos públicos. Isso é mais significativo e estratégico no sentido de estabelecer conexões fortes entre o consumidor e marca, entre os fãs e a audiência.
Foi observando esse cenário e mudança no consumo de conteúdo esportivo que ajudei a criar o Resenha Digital Clube, uma network que reúne diversos perfis impessoais ligados ao esporte. Ele é um retrato e supri uma demanda das marcas que querem estar presentes nas conversas que giram em torno do futebol.
No Qatar 2022 veremos muito dessa transformação digital com cross entre marcas e audiência, viralização, memes, realidade aumentada, metaverso, redação 3.0 e muito mais. Mas, eu fico mesmo é me perguntando como será a Copa do Mundo em 2050 ou 2100?
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