Mahnke, da GM: Carros autônomos tornam marcas mais digitais

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Mahnke, da GM: Carros autônomos tornam marcas mais digitais

Segundo o diretor-executivo de marketing para a América do Sul, ainda há um longo caminho até a adoção em massa desses veículos, que impactarão a geração de conteúdo e o papel dos anunciantes


29 de novembro de 2021 - 6h00

Redução de acidentes, de poluição sonora, de engarrafamentos e de emissão de gases poluentes é a promessa dos carros autônomos. Esses veículos podem ser guiados sem o auxílio humano, via inteligência de computadores. Pedestres, outros automóveis e qualquer obstáculo nas pistas podem ser identificados pela tecnologia desses carros. Entretanto, segundo Hermann Mahnke, diretor-executivo de marketing da GM para a América do Sul, ainda há um longo caminho até a adoção em massa dos veículos autônomos, que impactarão a geração de conteúdo: “Os veículos autônomos terão um grande impacto não apenas no futuro da publicidade, mas no mercado de geração de conteúdo como um todo. As pessoas gastavam, em média, de uma a duas horas por dia dirigindo o seu carro, no período pré-pandemia, mais de 700 horas no ano. Agora, imagine as possibilidades que um veículo autônomo dá para os motoristas gastarem o tempo de outra forma”. Ao Meio & Mensagem, o executivo ressalta que, porém, algumas tecnologias, como inteligência artificial e internet das coisas, quando aplicadas em todo o ecossistema, irão forçar as marcas a se tornarem, cada vez mais, digitais.

 

Hermann Mahnke, diretor-executivo de marketing da GM para a América do Sul (crédito: divulgação)

Meio & Mensagem – Como os avanços em carros autônomos podem ajudar as marcas a se tornarem mais digitais?
Hermann Mahnke – Ainda temos um longo caminho até a adoção em massa dos veículos autônomos. Porém, várias das tecnologias, como inteligência artificial e internet das coisas, aplicadas não apenas a veículos autônomos, mas em todo o ecossistema que nos rodeia, irão forçar as marcas a se tornarem, cada vez mais, digitais. Já temos os smartphones, que controlam muitos dos nossos dados e que estarão mais integrados com nossos veículos, que, por sua vez, estarão conectados com casas e escritórios inteligentes do futuro. Não é apenas o carro. São vários fatores que combinados farão a transformação digital ganhar força e as marcas precisarão se adaptar mais rápido a esse cenário.

M&M – Qual será o impacto dos carros autônomos no futuro da publicidade?
Mahnke – Os veículos autônomos terão um grande impacto não apenas no futuro da publicidade, mas no mercado de geração de conteúdo como um todo. Os veículos autônomos terão um grande impacto não apenas no futuro da publicidade, mas no mercado de geração de conteúdo como um todo. As pessoas gastavam, em média, de uma a duas horas por dia dirigindo o seu carro, no período pré-pandemia, mais de 700 horas no ano. Agora, imagine as possibilidades que um veículo autônomo dá para os motoristas gastarem o tempo de outra forma. Uma delas, certamente, será consumindo conteúdo. Atualmente, a única forma de um motorista consumir conteúdo é via áudio, porém, o veículo autônomo abre a possibilidade para novos formatos serem explorados. Esse é um grande insight para as marcas pensarem como conquistar este share of attention, durante o uso do veículo. Além disso, com o avanço da tecnologia 5G, os carros, não apenas os autônomos, também estarão totalmente conectados, onde será possível acessar em tempo real os seus dados. Imagine, por exemplo, uma plataforma de mídia out-of-home que poderia entregar de forma programática um conteúdo mais assertivo, baseado no perfil de um veículo que está passando naquele momento em uma avenida.

M&M – Quando se trata de mobilidade, os dados são cruciais. Como captar informações dos clientes e, ao mesmo tempo, manter transparência e confiabilidade?
Mahnke – Sabemos que tratar dados é um tema sensível, por conta de todas suas implicações e, logicamente, com os dados dos veículos, sejam eles autônomos ou não, não seria diferente. Para garantir esta confiabilidade, a Chevrolet investe pesado em novas arquiteturas e sistemas com o mais alto grau de cibersegurança, para garantir que esses dados não sejam violados. A Chevrolet é pioneira neste aspecto com a tecnologia Onstar, que permite mais conectividade e acesso aos dados do veículo e dos clientes, de forma totalmente segura.

M&M – O surgimento de carros inteligentes vem sendo fomentado, sobretudo, por parcerias e investimentos ligados à conectividade. Na indústria, como isso vem acontecendo?
Mahnke – A conectividade é um dos pilares que fomenta nossa indústria. Os carros conectados são capazes de fazer sistemas de segurança, como resposta automática em caso de acidente e assistência a recuperação veicular; aplicativo do veículo, que permite controlar remotamente algumas funções do veículo via smartphone; atualização de software veicular remotamente, sem a necessidade de ir até uma concessionária física; e Wi-Fi nativo, que permite acessar internet de alta velocidade diretamente do veículo. Outra tendência que devemos ver tomando as ruas é a integração do veículo com os assistentes virtuais, por meio de aplicativos instalados diretamente no veículo.

M&M – Como a internet das coisas em veículos impulsionam as oportunidades para startups com soluções para o segmento?
Mahnke – No futuro, os carros serão mais que apenas veículos, serão plataformas conectadas, de onde surgirão vários outros modelos de negócio e uma série de soluções ainda não pensadas. Com o avanço da tecnologia 5G de altíssima velocidade, as possibilidades de conectividade e de integração dos veículos com outros dispositivos serão ainda maiores, o que trará uma total disrupção para a indústria automotiva. Por isso que as montadoras, as grandes empresas de tecnologia e as startups estão investindo e testando suas tecnologias de veículos autônomos. No futuro, os veículos poderão trocar informações entre si, além de transmitir imagens 360 graus dos arredores, por meio de câmeras e sensores a bordo. Tudo em tempo real, garantindo maior segurança no trânsito. Além disso, eles poderão ser integrados aos serviços de infraestrutura das cidades inteligentes, como semáforos, limite de velocidades e pedágios. Eles poderão, inclusive, interagir com outros dispositivos, como smartphones de pedestres, para evitar atropelamentos. Na parte de entretenimento veicular, teremos uma experiência completamente repensada, com o acesso a conteúdo, como vídeos e games de alta definição, que estarão armazenados em nuvem. O 5G será um dos grandes saltos para acelerar a adoção dos veículos autônomos.

*Crédito da imagem no topo: Ajwad Creative/iStock

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