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Como a crise econômica vai afetar as startups?

Maitê Lourenço, CEO da BlackRocks Startups, analisa a estrutura do ecossistema de startups e a importância de construção negócios escaláveis e sustentáveis


16 de fevereiro de 2022 - 6h00

Maitê Lourenço: “Acredito que as startups devem ter um modelo de negócio escalável, que ofereça o máximo possível de sustentabilidade para sua operação” (Crédito: Arthur Nobre)

No início do ano, por meio do relatório Perspectivas Econômicas Globais, o Banco Mundial reduziu de 2,5% para 1,4% a projeção de crescimento da economia brasileira em 2022. Considerando os 18 países emergentes e em desenvolvimento avaliados pela instituição, essa é a menor taxa de crescimento. Para compor a projeção, o órgão considerou fatores como a alta inflação e o baixo poder econômico dos brasileiros, a desaceleração da demanda da China, o contexto macroeconômico e o sentimento nada positivo dos investidores.

É nesse último ponto que a fragilidade da economia brasileira em 2022 se encontra com outro fator importante – a saúde das startups. Com as incertezas tomando conta do cenário nacional, fundos de investimento se tornam mais receosos de investir suas fichas nas empresas brasileiras. Mesmo no País, a cultura dos investidores não é positiva para as startups. “Os fundos de investimento brasileiros são bastante tradicionais e evitam investir em negócios inovadores porque eles os leem como negócios de risco”, explica Maitê Lourenço, CEO da BlackRocks Startups. Em entrevista, ela fala sobre a estrutura do ecossistema de startups e a importância de construção negócios escaláveis e sustentáveis.

Meio & Mensagem – Hoje, de maneira geral, em que estágio se encontra o ecossistema brasileiro de startups?

Maitê Lourenço – Se formos fazer um panorama de quando o movimento começou a dar seus primeiros passos no país, em 2011, para hoje, ele evoluiu bastante, em questão de performance, tanto que temos dezenas de unicórnios e startups com atuação no cenário internacional.

Já quanto à estrutura do ecossistema, ainda está muito aquém do mercado internacional, sendo uma réplica da cena empreendedora tradicional, dominada por homens brancos e do eixo Rio-São Paulo. Sem falar que há pouco diálogo entre os projetos acadêmicos e o mercado, diminuindo a capacidade de inovação, além da falta de estímulo às startups que resolvem problemas reais como sustentabilidade, suporte a serviços para o desenvolvimento de smart cities ou tecnologias mais avançadas como a nanotecnologia.

M&M – Como a instabilidade econômica e política do país pode impactar a realidade das startups?

Maitê – Dificultando o interesse de investidores de outros países, já que investir em negócios daqui fica mais arriscado.

M&M – De que maneira os fundos de investimento reagem? As incertezas afastam os investimentos?

Maitê – Os fundos de investimento brasileiros são bastante tradicionais e evitam investir em negócios inovadores porque eles os leem como negócios de risco. Isso, somado a um ano de eleições diminui o volume de investimentos realizados.

M&M – Como as startups vêm se preparando para esse contexto? Quais são as possibilidades para minimizar os impactos?

Maitê – Acredito que as startups devem ter um modelo de negócio escalável, que ofereça o máximo possível de sustentabilidade para sua operação, que investimento (como deve ser sempre usado) seja necessário no momento de crescer o negócio e não para a operação do produto/serviço.

M&M – Quais são os planos da BlackRocks para 2022?

Maitê – Temos um compromisso de entregar o que há de melhor no desenvolvimento de empreendedores em tecnologia, esse ano não será diferente. Continuaremos com nossos programas e fazendo um mistério, teremos novidades sim, mas ainda não podemos contar.

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