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iFood: robôs, drones e motos elétricas no delivery

Sandor Caetano, chief data scientist do aplicativo, aponta o uso de dados e IA como ferramentas para ampliar experiência do consumidor


18 de fevereiro de 2022 - 12h11

Entre as grandes mudanças acarretadas pela crise da pandemia, a relação das populações com o alimento mudou. Fatores como o isolamento social impulsionaram o delivery, além da crise em si, chamaram a atenção para a ascensão das foodtechs, quando a comida é aliada à tecnologia. A base da Liga Ventures, junto com a PwC Brasil, registra quase 400 startups do tipo, que atendem às mais diversas necessidades do mercado e do consumidor, indo desde alimentação em casa e no trabalho, cadeira agropecuária e farm-to-table, até a gestão de pedidos, processos foodservice e logística e entrega. Uma dos destaques no segmento é o iFood. Além do Brasil, a plataforma opera também na Colômbia e, durante a pandemia, se mostrou alternativa para o momento com a ampliação de serviços e ferramentas. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Sandor Caetano, chief data scientist do iFood, explica as mudanças dos últimos dois anos e perspectivas para o futuro, sempre mantendo a tecnologia em foco.

 

Sandor Caetano, chief data scientist do iFood (Crédito: Divulgação)

 

Meio & Mensagem – Quais desafios e adaptações no segmento de foodtechs deverá enfrentar em um cenário pós-pandemia?
Sandor Caetano – O iFood investe continuamente em tecnologia para promover inovação e transformar a  experiência de consumidores, restaurantes e entregadores parceiros. A empresa reforça a sua aposta no aperfeiçoamento da qualidade de serviços, na digitalização, em causas de impacto social e desenvolvimento econômico, além do apoio ao pequeno e médio empreendedor.

M&M – Como é possível aliar inovação ao setor em que o iFood atua?
Caetano – Trabalhamos com o conceito de inovação aberta, que tem como característica realizar projetos de forma colaborativa, com mais rapidez e com uma criação de conhecimento mais ampla, pois as informações são compartilhadas também com gente de fora da organização. O resultado é que, ao compartilhar sua visão do problema com mais pessoas, a empresa encontra uma resposta melhor e mais rápida. Há um ganho tremendo em dinamismo nos projetos de inovação, porque a organização deixa de percorrer sozinha a trilha inteira de P&D. Em vez disso, passa a atuar mais como uma gestora de projetos, enquanto sua parceira traz a tecnologia pronta e a adapta para sua realidade. Na inovação aberta, o perfeito — que pode levar anos para ser atingido — dá lugar ao feito, ou seja, a uma primeira versão pronta para ser testada, pivotada e aprimorada para chegar mais rapidamente à solução. Um exemplo disso foi quando o iFood pensou em fazer entregas por drone. Imagine quantos esforços seriam necessários para desenvolver uma tecnologia própria. Teríamos que aprender a construir os robôs, capacitar operadores de drone, criar uma área de manutenção e reparo das máquinas e outra focada em relacionamento com o governo para ter aprovação para operar, só para começar a brincadeira. Não valeria a pena. Olhando para esse desafio com as lentes da inovação aberta, achamos melhor buscar no mercado empresas especializadas em drones e fazer uma parceria para encontrar a melhor solução para a nossa necessidade. Dessa forma, em 2021 fizemos os primeiros testes de entrega com drones, com sucesso, em Campinas, em São Paulo, e Aracaju, Sergipe. Tudo isso muito mais rapidamente do que se estivéssemos isolados nos nossos laboratórios criando a solução do zero. Internamente, o iFood incentiva a inovação através de uma cultura empreendedora com uma ênfase muito grande em testes e aprendizados onde os times estão sempre em busca de criar um produto que os nossos clientes e parceiros são apaixonados. Essa mentalidade força os times a se desafiarem constantemente em busca de soluções melhores, mais precisas e rápidas.

M&M – Quais são as tendências em tecnologia para foodtechs no Brasil?
Caetano – Existem uma série de tendências nesse setor. Umas das mais  importantes é o uso de Inteligência Artificial (IA) para melhorar a logística de entrega, a experiência do cliente, restaurantes e entregadores. Com essa tecnologia o iFood tem inovado de diferentes formas. Criamos um robô de delivery chamado Ada, que já está em operação no Shopping Iguatemi Ribeirão Preto desde agosto do ano passado.  Ao receber o sinal do aplicativo, o robô segue sua rota de forma autônoma até o restaurante indicado e, após coletar o pedido, dirige-se até um mensageiro que, por sua vez, pegará o pedido, levando-o até o iFood hub – espaço estrategicamente localizado para facilitar a distribuição do pedido ao entregador que seguirá com a entrega até o cliente. Outra inovação tecnológica que reduz os impactos ambientais ao dispensar o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis é o uso de drones. Outra tendência é o uso de modais elétricos não poluentes para a realização de entregas. Um exemplo são as motocicletas elétricas,  consideradas um passo à frente rumo a um futuro mais sustentável nas cidades. Por conta disso, o iFood inicia uma nova etapa para incentivo e auxílio na viabilização do uso de modais não poluentes no sistema de entregas, após testes realizados em parceria com a Voltz. Ainda falando de tecnologias, outra tendência sem volta é a digitalização. É o caso dos donos de restaurantes que passaram a utilizar aplicativos de entrega, como o iFood, para oferecer um serviço ainda mais completo e essencial em meio à pandemia.

M&M – Qual a importância dos dados para a melhoria da experiência do usuário? Como o iFood atua nesse sentido?
Caetano – O uso de dados em uma operação de delivery, impulsionados pela inteligência artificial, alavanca não só a logística, mas todo o ecossistema – restaurante, entregador e consumidor. No iFood, IA e dados permeiam diferentes áreas, desde a maneira como é feita a mensuração do tempo de entrega, até seu planejamento. Na logística da foodtech, modelos estatísticos e de pesquisa operacional, em diferentes níveis de complexidade, são usados, por exemplo, para prever quantos pedidos devem chegar durante um turno em uma cidade, e quantos entregadores parceiros precisam estar disponíveis no período.

M&M – É possível dizer que o ecossistema de foodtechs já está bem consolidado no País e nos hábitos do consumidor brasileiro? Por quê
Caetano – Um levantamento da Startup Scanner aponta que o Brasil já conta com 470 foodtechs distribuídas em 112 cidades. A maioria delas ainda desconhecidas do grande público e outras, como o iFood, que já é líder na América Latina. Mesmo já sendo um mercado consolidado, tudo indica que o mercado de foodtechs irá crescer no Brasil nos próximos anos, com investimento recorde. As razões para esse crescimento vão da demanda da população de mais eficiência no setor até a evolução do comércio digital.

 

*Crédito da imagem do topo: Inkoly/shutterstock

 

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