NFT na música: experiência, mensuração e descentralização

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NFT na música: experiência, mensuração e descentralização

As movimentações na Web3 e a descentralização do controle de propriedade já tem efeitos sobre a produção musical e a indústria sonora


2 de agosto de 2022 - 6h01

Tecnologia gera oportunidade de experiências investimento e facilita a mensuração (Crédito: Ormalternative/shutterstock)

Assim como as produções artísticas, as imagens e os games, as músicas também são impactadas pelos movimentos da Web3. A descentralização do controle de distribuição começou a gerar aplicações diversas. O valor agregado também cresce de acordo com o grau de exclusividade que esse produto carrega.

Semelhante aos antigos box especiais, comercializados em formato físico na era dos discos e CDS, antes da digitalização da música nos streamings, as NFTS musicais – e todas as oportunidades trazidas pelo blockchain – se tornam produtos para os artistas.

Kings of Lions, Nando Reis, Inimigos da HP e Chrystian (ex dupla com Ralf) são exemplos de artistas que já investiram no segmento.

O que é uma NFT Musical?

A NFT é um token não fungível, que representa um artigo único e autêntico de um produto digital. Na música, essa é uma maneira que o artista encontra de criar autenticidade no ambiente de blockchain.

Segundo o sócio-fundador Muzik-Art, Guilherme Rocha, existem duas formas principais de utilizar esse recurso. O primeiro é o investimento, como uma espécie de retorno ao fã. “As NFTs de investimento (compra de direitos autorais por exemplo) têm alto de valor de mercado, rentabilidade e forte mercado de revenda”, explica.

Nesse caso, elas geram um valor de mercado e aumentam o desejo do investidor. O consultor de blockchain da MusicPlayce e um dos fundadores da Artfy, Thiago Cassini, avalia que esse modelo de distribuição é possibilitado pela revolução da web. “Você tokeniza as receitas e divide com os fãs, que passam a ser sócios desse músico, e toda vez que ela toca no spotify ela gera uma quantidade x de receita”, diz.

O segundo modo é a experiência. Rocha explica que os tokens podem ter um valor associado a um evento ou experiência, como compra de ingresso para show, meet and greet, ou mesmo um encontro no metaverso.

Todo esse processo acontece sem contar com nenhum tipo de intermediário, já que o produto não exige a necessidade de um sistema de vendas e limita ações relacionadas a pirataria ou cambistas. “A revolução está em eliminar os intermediários, dar transparência e limitar a ação de cambistas por exemplo”, reforça Rocha.

A relação com os canais digitais e a mensuração

As produções musicais passaram por diversas fases em sua história, desde os discos, os CDS, os tops nas rádios, a passagem para o audiovisual, com os clipes, e programas nos canais de música na TV e no YouTube, até à era digital nos streamings. Essa circularidade permite não só a cópia de conteúdo, como o fato de poder acessar sem gerar algum tipo de valor agregado.

A co-fundadora da KickOff Music, Luciana Pegorer, defende que essa forma de consumo gera alguns problemas para a música como um produto, mas que podem ser solucionados com as vantagens oferecidas pela blockchain. Com isso, o artista pode usar o artigo digital como um comodity.

Recentemente o Spotify começou a investir no mercado NFT, iniciando testes em que os artistas conseguem incluir galerias em seus perfis. A intenção com o desenvolvimento desse recurso, segundo a plataforma, não é vender NFTs, e sim promover a visibilidade desses artistas. Por esse motivo, não ficará com nenhuma porcentagem das vendas realizadas.

Além disso, as plataformas podem funcionar como uma carteira digital para os portadores da NFT terem acesso a conteúdos mais diversos e ganhar “pontos” como uma forma de gerar fidelidade. “Você tem ferramenta de engajamento do fã com a sua música, quase como um clube de vantagem. quanto mais ele consome o seu produto”, diz Luciana Pegorer.

Essa discussão abre um novo debate relacionado à mensuração do consumo musical, já que com a venda das NFTs, os artistas conseguem ter acesso a uma métrica mais aprofundada do que o fã fez com o seu artigo, quantas vezes ele consumiu, onde ele parou de ouvir ou quais músicas de um álbum ele pulou, além de conseguir se aproximar mais de seu público.

No entanto, a especialista da KickOff Music reforça que o potencial da Web 3 ainda é um terreno novo para marcas e artistas. “Estamos em um momento de experimentação de formatos. Tem ainda o metaverso, onde o fã consegue ter experiência com o artista sem grande esforço e o NFT pode ser uma chave que vai abrir esse espaço”, acredita.

Série

Esta matéria pertence a uma série de Meio & Mensagem sobre NFTs . Confira a matéria anterior sobre o uso dos NFT na moda e nos games.

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