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Mais celular, menos carros

A característica mais destacada desta edição de 2022, em comparação com a presencial de 2019, é que os veículos inteligentes sumiram e os celulares voltaram a ser protagonistas num momento em que o evento se equilibra entre a volta ao presencial e a ausência de grandes expositores

Sergio Damasceno Silva
28 de fevereiro de 2022 - 14h39

Há uma grande diferença entre o Mobile World Congresso (MWC) de 2019, presencial, e o de agora, de volta ao presencial, mas ainda híbrido. Em 2020, o evento foi cancelado, praticamente, em cima da hora. No ano passado, a edição aconteceu mais virtualmente do que presencialmente (foram 30 mil os visitantes presentes, num acontecimento extemporâneo – o MWC 2021 ocorreu em junho, quando o usual é que aconteça ao final de fevereiro, como neste ano). Em 2019, os carros autônomos foram estrelas, com promessas de veículos inteligentes de meia dúzia de empresas automobilísticas. Este ano, há apenas uma marca presente: é a nova Fisker, de origem norte-americana, que se apresenta no MWC. A empresa foi fundada em 2016. Embora o futuro móvel, sobretudo com as redes 5G, esteja bastante atrelado aos carros autônomos, e faça parte da pauta do MWC, a indústria de montadoras resolveu não arriscar num ano que, embora tenha mais presença de pessoas e expositores, o cenário ainda é vulnerável.

A Fisker fechou acordo com a Foxconn, fabricante do iPhone e iPad da Apple, para desenvolver um veículo elétrico e autônomo (Crédito: Sérgio Damasceno)

A Fisker se mostra no MWC 22 como a marca que “está revolucionando a indústria automotiva” com veículos elétricos ​​e ecológicos. A empresa fechou acordo com a Foxconn, fabricante do iPhone e iPad da Apple, para desenvolver um veículo elétrico e autônomo.

Marcas importantes de telecomunicações, como as chinesas Xiaomi e Huawei têm planos para produzir os seus próprios carros ou colaborar com outras empresas, mas, por ora, não anunciaram nada concreto sobre o segmento.

Celulares voltam
Por outro lado, também ao contrário do que ocorreu em 2019, há um investimento maciço por parte dos fabricantes de celulares em lançamentos. Estão nesta lista a Samsung, Huawei, LG, Xiaomi, Nokia e outras menores como Oppo e Realme. Todas com o anúncio de produtos baseados em 5G e com mais alguns dispositivos conectados. Nas últimas edições, as marcas de aparelhos haviam reduzido suas inovações no MWC.

Também as teles reduziram sua presença. Exceto por grandes nomes como Telefónica, SK Telecom e Vodafone, a maior parte das operadoras não estão no MWC. No entanto, é dessas empresas o papel fundamental de fazer avançar a 5G no mundo. Segundo o Relatório sobre a Economia Móvel Mundial 2022, que a GSMA, que é a entidade que organizado o MWC, apresentou na abertura do evento, com o desenvolvimento e adoção das redes 5G, o número total de conexões desse padrão está previsto para chegar a 1 bilhão este ano.

O estudo destaca o papel decisivo do setor de telefonia móvel para estender a conectividade ao mundo. Na última década, o investimento em infraestrutura de rede pelas operadoras reduziu a lacuna de cobertura de um terço da população mundial para apenas 6%, mas ainda há muito a ser feito. Existem 3,2 bilhões de pessoas, ou 41% da população mundial, que não usam internet móvel. A adoção de serviços de internet móvel não acompanhou a expansão da cobertura da rede. As razões para essa lacuna de uso variam de acordo com a região e levam em conta a falta de acessibilidade e a falta de conhecimento. Esses obstáculos na adoção da internet móvel atingem os segmentos mais vulneráveis ​​da população, como mulheres, idosos, moradores de áreas rurais e pessoas com deficiência.

Até o final de 2025, a 5G representará cerca de um quarto de todas as conexões móveis e mais de duas em cada cinco pessoas em todo o mundo experimentarão o alcance da rede 5G. Na medida em que a adoção da 5G acelera em mercados líderes como China, Coreia do Sul e Estados Unidos, a 4G começa a desacelerar. Globalmente, a adoção da 4G representará 55% do total de conexões em 2025, acima do pico de 58% no ano passado. Mesmo assim, a 4G ainda tem espaço para crescer na maioria dos mercados em desenvolvimento. Por exemplo, na África Subsaariana, a adoção de 4G é menos de um quinto do total de conexões.

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