Ainda diante de um processo de reestruturação financeira, a Bombril começa dar sinais que quer voltar a ganhar espaço no mercado de produtos de limpeza. Em entrevista à Folha de S.Paulo deste domingo, Luiz Gustavo Pereira da Silva, atual CEO da empresa e ex-consultor da RK, assessoria financeira que cuidou da restruturação da companhia, afirmou que o plano de negócios atual inclui novas fórmulas de marcas tradicionais, ampliação do número de pontos de venda e a retomada de investimento publicitário.
“O importante era rentabilidade. Agora, quero ir para cima da concorrência”, disse Pereira da Silva, revelando que a empresa deve voltar a anunciar no começo do segundo semestre e terá disponível R$ 5 milhões para investir. A média anterior de investimentos em mídia da empresa era de R$ 40 milhões. O executivo afirmou que o foco será, inicialmente, oito das 40 categorias da empresa com foco, especialmente em amaciantes.
A reestruturação da Bombril começou em 2015 quando a empresa, diante de uma dívida milionária, encerrou a produção de metade de seus 550 produtos e descontinuou cinco marcas de um total de 27. Na ocasião, mas de 450 funcionários foram demitidos. Na época, Ronaldo Sampaio Ferreira, filho do fundador e dono da Bombril, contratou a RK para cuidar da situação. Naquele ano, segundo a Folha, a empresa chegou a ter um prejuízo de R$ 400 milhões. No ano passado, o lucro registrado foi de R$ 60 milhões.
Em fevereiro deste ano, a parceria de décadas entre o principal garoto-propaganda da marca, Carlos Moreno, e a Bombril, chegou ao fim. “Num momento de reestruturação da empresa e de mudanças em sua estratégia de comunicação, nós decidimos, de comum acordo, pela não renovação. Mas não considero que tenha sido de forma ‘definitiva’, não descartamos a possibilidade de um eventual retorno do personagem”, disse Moreno ao Meio & Mensagem.
