As frases que marcaram 2017

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As frases que marcaram 2017

Marc Pritchard, Luciano Huck, Cindy Gallop e PJ Pereira compartilharam ideias que podem servir de aprendizado para a indústria de comunicação


22 de dezembro de 2017 - 9h00

PJ Pereira, cofundador da Pereira e O’Dell

“Ouço muito que a propaganda perdeu a dignidade. As relações entre agências e clientes, que eram de muita parceria, agora são muito opressoras. ‘Eu sou o cliente, eu mando, quero que você faça desse jeito e vou botar minha área de compras para negociar’. A dignidade, a diversão e a parceria se reduziram muito em todos os lugares. Quem está vindo para fugir da crise vai chegar no mercado americano ou europeu, não vai encontrar a mesma crise econômica, mas vai encontrar a mesma crise de princípios e de valores dentro da propaganda. Aqui também as pessoas reclamam muito da falta de dignidade do mercado”.

Cindy Gallop, consultora responsável pelas plataformas Make Love Not Porn e If We Rah The World

“A mudança não vai acontecer porque no topo de qualquer agência e holding tem um cara branco falando com outro branco sobre outros brancos. Eles têm salários polpudos, ações na Bolsa, por que iriam querem mudar o cenário? Ah, mas eles falam sobre diversidade. É a palavra do momento. Mas, no fundo, não querem mudar nada. Porque o sistema está funcionando bem do jeito que está. Na criação principalmente, se fala muito que diversidade é bom, mas não dá para baixar a qualidade. Essa é a resposta mais insultante porque diz que mulheres e negros são incapazes. Não somos uma meritocracia, mas uma autocracia que exclui. A indústria gosta de falar de seus dias de glória, mas eles nem começaram. Imagine o potencial dessa indústria quando começar a reconhecer o talento das mulheres, dos negros”.

Marc Pritchard, chief brand  officer da P&G

“Estamos eliminando desperdícios no mundo da mídia, em particular no mundo da mídia digital, onde há um volume tremendo de desperdício. Há muita fraude e o que temos feito é realmente penetrar nessa área e esperar que nossos parceiros de mídia nos deem a transparência da qual precisamos para fazer escolhas. Acho que há muito desperdício aí. Essa é uma parte. A segunda é a introdução no assunto de investimentos com as agências. Ainda há muita complexidade e custos extras que temos nisso. Acreditamos que podemos fazer menos, mas melhor, em termos de anúncios e campanhas”.

Luciano Huck, apresentador de TV na Rede Globo

“Para fazer política não é necessário ter um cargo eletivo. Usar o espaço que piloto na televisão aberta e nos meios digitais como uma fonte de inspiração, de boa reflexão, que revele bons exemplos, de uma série de coisas positivas tem um enorme poder de transformação e pode ser muito relevante em uma conjuntura como a que vivemos atualmente no Brasil. Possivelmente até bem mais do que muitos mandatos que a gente vê serem desperdiçados por aí.”

Wendy Clark, CEO da DDB North America

“Quando penso em novos e diferentes competidores, penso que temos de ser melhores no que fazemos. Não me preocupo tanto com eles, sendo a melhor versão do que podemos ser. Quando olho para a dimensão dos nossos clientes, para a musculatura dos nossos clientes globais, eles precisam de escala e infraestrutura para poder entregar seus negócios. O McDonald’s cria 75 mil conteúdos por ano somente nos Estados Unidos. Portanto, há coisas que os novos competidores vão ter de construir para atingir esse patamar. Temos de ser sempre mais rápidos e eficientes. Mas não estou cantando vitória, só estou dizendo que gosto do nosso negócio e vamos continuar a evoluir, continuar com o trabalho pesado e acredito que vamos ser bem-sucedidos”.

Chris Anderson, CEO da 3D Robotics

“Quando se trabalha para uma companhia até às 10 da noite, não sobra tempo para você mesmo. A inovação está ligada, de alguma forma, ao tempo ocioso da sua vida, e me refiro aqui ao tempo livre, quando você está com a família ou cultivando hobbies — quando preenche seus tempos livres com as coisas pelas quais é mais apaixonado na vida. Muitas vezes é isso que leva à inovação. Quando não há esse tempo livre, não há nada para preencher.”

Chuck Porter, cofundador e chairman da  Crispin Porter + Bogusky e chief strategist da MCD Partners

“Os gerentes das marcas, particularmente as grandes, gostam de ter alguma certeza. Querem poder quantificar as coisas e dizer: ‘Se eu fizer isso, vai acontecer isso’. Estão muito relutantes em admitir que não sabem o que vai acontecer. Ainda confiam muito em pesquisas e analytics e acho que alguns deles estão se tornando mais céticos. Não todos, mas parte deles. Quando as pessoas falam que levaram em conta os problemas que tiveram com a pesquisa na arena política, não sei o que pensar. Acho que as marcas espertas são mais céticas em relação a pesquisas.”

Fernando Machado, head of brand marketing do Burger King

“Para qualquer relacionamento de sucesso é preciso: um confiar no outro, dividir uma visão criativa comum, entender quais os problemas de cada lado e transparência. Quando o cliente vê a agência como um fornecedor, tem uma relação transacional e não de parceria, a coisa começa a quebrar um pouco. Para efetivamente romper com formas e fazer coisas notáveis, que as pessoas vão falar numa mesa de bar, e não só lendo as revistas de Cannes, você precisa, com sua agência, fugir do trivial, seguir um caminho às vezes que vai ter risco, vão criticar, vai ter de encontrar verba para fazer, influenciar pessoas dentro da empresa. Nada é fácil!”

Paul Rossi, presidente do  The Economist Group

“Em relação ao jornalismo, acho que a questão são as marcas. Há tanto conteúdo por aí, que as pessoas vão voltar às marcas confiáveis. Fake news, tudo que está acontecendo no mundo, na verdade, ajuda gente como nós, ajuda o The Wall Street Journal, ajuda o Financial Times, a Time Magazine, todas essas marcas de mídia confiáveis com as quais as pessoas contam para acessar notícias, informações e insights importantes. Isso só vai aumentar ao longo do tempo. As pessoas enfrentam o que é verdadeiro ou falso e a marca é o que garante que você está acessando algo real.”

Raja Rajamannar, CMO da Mastercard

“Contar histórias de uma maneira envolvente tem sido o fundamental da publicidade. O problema é que os consumidores estão dizendo às marcas que não querem mais ver anúncios. As agências inteligentes devem compreender essa nova realidade. Não deveriam ficar em estado de negação. É preciso procurar alternativas para falar com o consumidor, de maneira inovadora, que não pareça um comercial. É preciso olhar para novas tecnologias. As agências não podem mais pensar apenas em como será a peça para TV, impresso, out-of-home. É preciso expandir o escopo, e esse é o principal drive da mudança que devem buscar.”

 

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