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Opinião

Sua empresa aceita mãe?

Discutimos políticas de atração e retenção de talentos, mas em nossos planos estamos considerando o recorte de mães? E de mães solos?


26 de abril de 2022 - 0h20

(Crédito: jesadaphorn/Shutterstock)

Recentemente, a fotógrafa Marcelle Cerutti fez um post falando como se sentiu ao ser impedida de entrar em um bar em um domingo ensolarado com seu filho para celebrar o aniversário de uma amiga. Marcelle estava sozinha com o filho e disse que “o bar que aceita todo mundo não aceita mãe solo com seus filhos”.

O post se tornou viral, pois um movimento de mulheres trouxe este tema à tona, relembrando que esta discriminação não tem previsão legal e só mostra o quanto mães e crianças são ainda um grande tabu na sociedade.

Este assunto me fez refletir sobre os espaços inclusivos e cultura de D&I que estamos trazendo para o mundo de agências e empresas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças de até três anos em casa têm um emprego. Já as mulheres negras, na mesma condição, representam uma taxa ainda menor: 49,7% estão no mercado de trabalho.

Discutimos políticas de atração e retenção de talentos, mas em nossos planos estamos considerando o recorte de mães? E de mães solos?

Não conseguiremos evoluir na discussão da equidade de gênero sem desenvolver programas e soluções que atendam às necessidades das profissionais que são mães.

Repensar o formato de recrutamento – a pergunta “você pretende ter filhos?” deveria ser abolida para todo sempre –, licença-maternidade e paternidade de 6 meses garantidas e flexibilização do horário de trabalho são algumas das possibilidades de tornar nosso espaço um ambiente mais acolhedor e empático.

É preciso considerar não voltar ao trabalho presencial todos os dias da semana, se isso pode impactar a agenda das mães solo do seu time. É importante entender que uma pessoa que volta da licença maternidade e amamenta precisa de intervalos para a ordenha. Que a mãe executiva possa ter a liberdade de cancelar uma viagem a trabalho porque o filho ficou doente sem ter a cara feia do chefe.

Líderes aliados precisam agir considerando a maternidade solo e promover um espaço de diálogo que permita adaptações e mudanças, para que de fato atenda as mães e consiga permitir que exerçam seus melhores papéis em um dos momentos de maior potencialidade de suas vidas.

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