Consumidores apoiam Apple nos EUA
Novos dados mostram que as pessoas estão mudando de opinião em relação à batalha contra o governo federal
Novos dados mostram que as pessoas estão mudando de opinião em relação à batalha contra o governo federal
Meio & Mensagem
11 de março de 2016 - 10h20
Por Maureen Morrison, do Advertising Age
Por anos, a Apple tem sido uma marca invejada pelas demais. Já foi chamada de marca mais valiosa inúmerias vezes, de acordo com a Millward Brown, e é um estudo de caso em lealdade de marca.
Então, quando a disputa entre a empresa e o governo americano esquentou em fevereiro algumas questões surgiram em relação a se a marca iria sofrer. No centro do debate, é claro, está a recusa da Apple em cooperar com o governo em relação a um iPhone criptografado usado por Syed Rizwan Farook que, com sua esposa, é suspeito de matar 14 pessoas dia 2 de dezembro em ataques terroristas em San Bernardino, Califórnia. Pesquisas iniciais, como uma da Pew divulgada em 22 de fevereiro, afirmaram que 51% das pessoas acham que a Apple deveria ajudar o governo a abrir o código do iPhone. Ao mesmo tempo, 38% disseram que a empresa não deveria concordar.
Mas a onda pode estar mudando para a empresa no que diz respeito à opinião pública. De um lado, a empresa conseguiu apoio de todo o grupo do Vale do Silício, incluindo Google, Facebook, Twitter, Microsoft e muitos outros. Agora, de acordo com pesquisa da NBC/Wall Street Journal, divulgada na quarta-feira, 47% dos eleitores registrados disseram que a Apple não deve colaborar com o governo americano. A companhia angariou até mais apoio entre os independentes pesquisados, 58% dos quais afirmaram que a empresa não deve colaborar, versus 28% que acham que a Apple deveria fazê-lo.
NBC e WSJ também perguntaram o que mais os preocupava: “que os Estados Unidos não fossem longe o suficiente no monitoramento de atividades e comunicações de potenciais terroristas vivendo no país ou que o governo vá muito longe, violando a privacidade dos cidadãos comuns”. Dos pesquisados, 47% disseram que o governo não iria longe o suficiente em seu monitoramento e 44% disseram que ele iria longe demais.
Talvez o mais importante seja que a percepção da marca não sofreu um arranhão desde que o CEO Tim Cook assumiu um posicionamento público contra o governo. De acordo com dados divulgados pelo BrandIndex da YouGov “A batalha pública da Apple com o FBI para este ter acesso ao iPhone do atirador de San Bernardino não impactou a marca da fabricante de eletrônicos de modo estatisticamente significativo”, afirmou a companhia em um post publicado em seu blog, segunda-feira. Também afirmava que “não havia movimento significativo” na percepção entre democratas e republicanos. O mesmo ocorre com os clientes da Apple.
Para medir a percepção, o BrandIndex perguntou: “Se você ouviu algo sobre a marca nas últimas duas semanas, por meio de publicidade, noticiário ou boca a boca, foi positivo ou negativo?”. Na pesquisa, conduzida de 3 a 6 de março, 54% dos 1.200 eleitores registrados afirmaram ter uma visão positiva da Apple e 14%, negativa. Não diz, entretanto, se essa visão foi afetada pelo embate entre a Apple e o governo, e Google e Apple apenas recentemente foram adicionadas às questões da pesquisa sobre sentimentos gerais em relação a uma figura ou grupo.
O Google foi a única companhia que a pesquisa colocou acima da Apple nesse quesito, 67% afirmaram ter uma visão positiva da companhia. Comparativamente, apenas 25% das pessoas responderam positivamente em relação a Donald Trump – que tentou explorar o caso da recusa da Apple – e 64% responderam negativamente. É esperado que a batalha contra o governo ainda dure algum tempo e o apoio não apenas do Vale do Silício, mas também dos cidadãos americanos continuará sendo crucial.
Tradução: Roseani Rocha
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