ESPM inaugura Centro de Negócios Sociais

Roseani Rocha
27 de maio de 2013 - 8h30

Nesta segunda-feira 27 a ESPM e o economista e Nobel da Paz Muhammad Yunus lançam o primeiro Centro Acadêmico de Negócios Sociais do hemisfério Sul. Até então, os centros acadêmicos Yunus estavam em sete países: Japão, Coreia, Itália, Alemanha, Estados Unidos, França e Turquia.

O Yunus ESPM Social Business Centre atuará sob três pilares: ensino, pesquisa e desenvolvimento de projetos sociais. Para este caso, a ESPM utilizará a estrutura física que já possui de uma unidade incubadora de projetos. Segundo Ismael Rocha Jr., diretor acadêmico de graduação da ESPM e coordenador da ESPM Social, a primeira iniciativa será um curso para formar gestores de projetos sociais, que começa em agosto, terá duração de seis meses e conta com presença de professores do Brasil e de fora. A Coca-Cola foi a primeira empresa a apoiar financeiramente a iniciativa, com a condição de que haja bolsas para alunos que não possam pagar.

O acordo entre Yunus e a ESPM vinha sendo negociado há cerca de um ano e meio, envolvendo a vinda de diretores a workshops realizados pela ESPM aqui, ano passado, assim como a participação de membros da universidade brasileira em um congresso da Yunus, em Viena, em novembro.

O professor Ismael Rocha Jr. defende três características que tornam propício o desenvolvimento de um centro acadêmico nesse estilo no Brasil. A primeira é a criatividade do brasileiro, a segunda o alto nível de pessoas empreendedoras e em terceiro, a solidariedade, ainda que o problema de concentração de renda esteja presente consideravelmente no País. Para ele, a importância de ter no Brasil um centro acadêmico Yunus é a possibilidade de aumentar a construção de negócios sociais, por meio da sistematização das ideias em torno do tema e da ampliação do alcance dos projetos.

O novo curso de gestores de projetos sociais da ESPM é fator relevante nesse sentido. Inicialmente, ele terá 50 vagas, com possibilidade de uma segunda turma, de acordo com a demanda. O trabalho de conclusão de curso dos alunos, o famoso TCC, será a apresentação de um projeto que efetivamente possa ser realizado. “A ideia é que eles saiam do curso com um business plan para ser executado”, disse Rocha Jr. A expectativa é de que uma dezena de projetos comecem a ser gestados no primeiro ano de funcionamento.

Até 2014, os coordenadores do novo centro acadêmico também querem divulgar uma série de dados e artigos sobre o tema, no sentido de começar a gerar cultura sobre negócio social. Também no ano que vem, a ESPM deseja inaugurar capítulos do centro Yunus em suas unidades de Porto Alegre e do Rio de Janeiro.