MecaLove: uma MTêVê fora das telas convencionais
Com marcas parceiras como Converse, Farm e Tanqueray, plataforma expande evento em Brumadinho e intensifica publicação mensal sobre cultura, comportamento e gastronomia
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Isabella Lessa
3 de julho de 2017 - 11h30
Um dos mais importantes acervos de arte contemporânea a céu aberto volta a sediar um festival multicultural. A segunda edição do MecaInhotim será realizada nos dias 7, 8 e 9 de julho com um line-up que mescla veteranos, como Jorge Ben Jor, a artistas como Karol Conka, além de uma programação que inclui palestras, workshops e performances.
Em sua estreia em novembro do ano passado, o evento no museu de Brumadinho também apostou em uma combinação entre o consagrado e o independente: no primeiro dia, Caetano Veloso tocou no mesmo palco em que Liniker & os Caramelows e Jaloo tocaram no dia seguinte. Cinco mil pessoas foram à cidade mineira conferir os dois dias de atrações.
O primeiro evento do Meca em Inhotim, no entanto, ocorreu numa sexta à tarde em 2015, com shows de AlunaGeorge e Citizens!, com o intuito de experimentar o comportamento do público no local e como funcionaria a integração com o parque. “Achamos que Inhotim é o espaço ideal para trazer a experiência que queremos entregar. É um dos lugares mais incríveis em termos de consultoria artística, do ponto de vista de botânica é um paraíso, de serviços também. Ainda há desafios de transporte, hotelaria, por isso que não estamos acelerando muito o crescimento, até para a comunidade de Brumadinho se estruturar”, conta Rodrigo Santanna, sócio-diretor do Meca.
Grande, pero no mucho
Apaixonado por música, Rodrigo percorre há muitos anos festivais e conferências sobre o tema pelo mundo afora. Sua proximidade com esse universo o ajudou a viabilizar o primeiro Meca Festival em Atlântida, litoral do Rio Grande do Sul que trouxe bandas como Two Door Cinema Club e Vampire Weekend, à época, 2011, mais indies – hoje, são headliners de festivais de grande porte, como Lollapallooza. De 2014 para cá, o mini-festival ganhou edições anuais em São Paulo, Rio de Janeiro e Maquiné. Até o momento, 115 artistas se apresentaram nos eventos, de Friendly Fires a Racionais MC’s.
Tanto o MecaInhotim quanto os MecaFestivals preenchem uma demanda por shows de médio porte de bandas alternativas estrangeiras e nacionais. O Meca, que desde 2015 vem se firmando como uma plataforma multicultural com outras frentes que incluem produção de conteúdo, adota o posicionamento “The Biggest Smallest Platform” para expressar a escolha de fazer pequenos eventos ao longo do ano em vez de realizar somente um, de grande porte. “O Free Jazz, o Nokia Trends e o Planeta Terra foram festivais muito legais que, por razões comerciais acabaram sendo extintos. Festivais grandes como Rock In Rio e Lollapalooza tem muitos lados positivos e negativos também. Misturar punk, pop e indie não necessariamente cria a melhor atmosfera. E há as limitações estruturais no Brasil, que vão desde dificuldades em achar locações, que ocasionam filas, problemas de segurança”, explica.
I want my MTV
Por meio de outros formatos, Rodrigo quer ocupar o lugar cativo que a antiga MTV perdeu com a chegada da internet e das emissoras pagas. “Quero que o Meca seja o que a MTV foi para a minha geração, obviamente de um jeito totalmente diferente. Talvez hoje seja por meio da curadoria. Antes eram as informações que a MTV trazia por meio dos clipes, das informações da Europa e dos EUA”, afirma.
Para isso, o Meca criou o Journal, jornal mensal de distribuição gratuita em São Paulo, Porto Alegre, Rio e Belo Horizonte que traz em suas páginas conteúdos patrocinados por marcas que tenham a ver com cada tema. A Budweiser, por exemplo, apoia conteúdo sobre gastronomia e música, enquanto Axe patrocina o espaço de comportamento. As marcas também são patrocinadoras do festival ao lado de Ray Ban, Converse, Farm e Tanqueray. Neste ano, o projeto conquistou as parcerias de TNT, Stella Artois e Melissa.
No digital, o site é hospedado pelo Terra e oferece uma curadoria do que está acontecendo no Brasil e no mundo nos universos da moda, música, cinema, arte, tecnologia e música. “Queremos cumprir esse desafio – que sabemos que é romântico – de influenciar novas maneiras de pensar. Estamos em um momento importante no qual as pessoas estão repensando carreira, gênero, classe social, mobilidade. São temas importantes que merecem ser discutidos”, diz.
Rodrigo está à frente dos negócios do Meca, que também conta como sócios minoritários a Flagcx, a Box 1824 e o Grupo8oito. Em 2014, o Meca Festival no Rio Grande do Sul faturou R$ 900 mil. No ano passado, todas as frentes do projeto, incluindo o Meca Innhotim, atingiram R$ 3,3 milhões. A expectativa para 2017 é encerrar o ano com receita de R$ 6,5 milhões.
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