The Body Shop quer resgatar legado da fundadora
Anita Roddick inspira novo posicionamento “Beleza que Revoluciona” e Paula Pimenta, gerente geral no Brasil, explica planos de negócios e de comunicação
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Roseani Rocha
17 de abril de 2023 - 6h00
Fundada em 1976, com uma loja em Brighton, na Inglaterra, por uma mulher considerada à frente de seu tempo, a The Body Shop – que foi comprada da L’Oréal pela Natura & Co em 2017 – quer, agora, resgatar esse legado em sua comunicação e produtos.
Anita Roddick foi uma das pioneiras na utilização de ingredientes naturais em produtos de beleza, em defender uma comunicação que não prometesse milagres aos consumidores e na busca de um relacionamento comercial mais justo com comunidades extrativistas. E é esse histórico e espírito original da marca que a companhia quer recuperar agora, por meio do posicionamento “Change making beauty”, traduzido para o Brasil como “Beleza que revoluciona”.
Esse será o direcionamento nas comunicações da marca em 2023 e também será recuperado em iniciativas que visam o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis para os produtos, em projeto que está sendo tocado em Londres.
“Sou muito privilegiada de cuidar de uma marca cuja inspiração ainda é a fundadora. Anita era uma mulher empoderada, não falava de uma beleza que não existe”, comenta Paula Pimenta, que em junho de 2022, foi promovida a gerente geral da The Bodyt Shop no Brasil.
Paula conta que a estratégia de comunicação irá privilegiar produtos considerados “heroes” para a marca, ou seja, mais populares entre os consumidores. No Brasil, são sete: Peeling Líquido Edelweiss, Sérum Concentrado Edelweiss, Sérum Facial Vitamina C, Creme de Limpeza Facial e Demaquilante de Camomila, Óleo de Tea Tree, Body Yogurt Moringa e Body Butter Karite. Na última semana, também anunciou a chegada de novos produtos às gôndolas, numa linha de bem-estar, inspirada pelos rituais de autocuidado inspirados pela pandemia, com produtos focados nos momentos de dormir, reconectar e reenergizar – Sleep (lavanda e vetiver), Boost (tangerina e bergamota) e Breathe (eucalipto e alecrim).
O segundo pilar será falar das comunidades – hoje, os produtos da The Body Shop são feitos com ingredientes extraídos por 19 comunidades em 14 países – e o terceiro, a questão da sustentabilidade do planeta, já que a empresa é uma BCorp. A mudança das embalagens por modelos mais sustentáveis teve início ano passado, envolvendo ações como uso de plástico reciclado e de insumos de cadeias rastreadas, e a expectativa é que até 2024 todas já estejam readequadas.
Esse processo, muitas vezes, comenta Paula, passa por autocrítica. Recentemente, por exemplo, considerando o pensamento de Anita e a evolução da forma como a beleza é vista hoje socialmente, uma linha que se chamava “Drops of Youth” (algo como Gotas da Juventude) foi transformada.
Além de usar os próprios produtos como plataforma de comunicação e as lojas como espaço de relacionamento, Paula afirma que este ano a marca terá seu marketing bastante pautado por uma estratégia digital. Tanto assim que a marca internalizou o time que cuida de suas redes sociais.
As duas principais redes utilizadas serão o Instagram, onde já tem presença consolidada, e o TikTok, na qual a marca entrou há pouco tempo – a rede americana em geral falando com um público mais maduro e, hoje, principais shoppers da marca e a chinesa, com os mais jovens. “Já temos um público fiel, mas é preciso estar em contato com o público jovem, para não envelhecer como marca”, argumenta Paula.
Outra tendência é envolver cada vez mais os times de consultores de lojas na produção e/ou distribuição de conteúdo da marca. Conteúdo também ganhou mais peso no site da The Body Shop, que foi reformulado.
Com pouco mais de 60 lojas no Brasil, o plano de expansão da marca hoje é focado no digital, canal no qual Paula vê “muito espaço para crescer”, não apenas no e-commerce próprio, mas em parceiros e nos e-commerces dos próprios shoppings, algo que tem crescido hoje em dia no País. Ela exemplifica que a marca não tem loja em Belo Horizonte e a cidade é a terceira que mais compra no e-commerce.
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