Assinar

O homem que diz ter a solução para a crise do Google

Buscar

O homem que diz ter a solução para a crise do Google

Buscar
Publicidade
Marketing

O homem que diz ter a solução para a crise do Google

Eric Feinberg dedicou os últimos meses a investigar conteúdo patrocinado em vídeos com discursos de ódio e ligados a terrorismo


28 de março de 2017 - 8h00

Por Jack Neff, do Advertising Age

Muito provavelmente, anúncios de grandes empresas já foram exibidos no YouTube junto a vídeos que promovem o terrorismo, grupos neonazistas e outros tipos de conteúdo ofensivo e que fere aos direitos humanos. Repentinamente, anunciantes como a General Motors, Walmart, Verizon, AT&T e Johnson & Johnson frearam seus investimentos nas propriedades do Google e YouTube. 

Eric Feinberg, um executivo que durante muito tempo trabalhou com serviços de marketing, nos últimos meses teve a missão de encontrar conteúdo apoiado por anúncios ligado a grupos de ódio e terrorismo. Para provar sua tese a jornalistas do Reino Unido e Estados Unidos, ele tirou prints e salvou links, e a cobertura do assunto causou uma revolta geral entre os anunciantes.

youtube

Vídeo patrocinado ligado ao Estado Islâmico. Foto: Reprodução

Feiberg é dono da Gipec, um centro de reforço a propriedade intelectual (Global Intellectual Property Enforcement Center), que trabalha para encontrar palavras chaves e códigos ligados a terrorismo e discurso de ódio na internet. Ele também é um dos sócios de um sistema computadorizado patenteado em dezembro, com um método “para detectar empresas fraudulentas ou maliciosas”. O sistema analisa vídeos e sites em busca de palavras-chave que aparecem junto a frases como “matar judeus”, registrando milhares de termos que geralmente acompanham discursos de ódio ou incitações à violência. Com isso, a tecnologia ajuda a encontrar vídeos ofensivos.

O executivo não nega seu interesse em licenciar sua tecnologia ao Google e outras plataformas digitais para monitorar conteúdo ofensivo e manter anúncios longe dele.  Não há dúvida de que o Google sabe muito sobre inteligência artificial e machine learning. Na semana passada, quando grandes anunciantes informaram que iriam frear seus investimentos no YouTube, o Google disse em um post que está aumentando seus esforços tecnológicos e contratando mais pessoas para impedir o posicionamento de anúncios em conteúdo grave e desagradável.

Em entrevista, Feinberg disse que duvida que o Google vai ser bem sucedido “sem violar sua patente”. Aparentemente,  não deveria haver um mercado para o que Feinberg quer vender: segurança de marca, bem como o monitoramento de anúncios para prevenir que marcas apareçam junto a pornografia e outros tipos de conteúdo constrangedor, são parte padrão das ofertas de medição de audiência digital de empresas como a Moat. Ao final de 2015, ela foi a primeira companhia convidada pelo YouTube para monitorar o site para agências e marcas.

O CEO da Moat, Jonah Goodhart, não quis comentar sobre o novo sistema de Eric Feinberg porque não está familiarizado com ele, mas disse que o problema de posicionamento de anúncios é um “assunto que parece ser importante para as pessoas”. “Não é possível saber que um anunciante é capaz de ver uma URL onde seu anúncio é exibido, pela política de alguns dos maiores sites. Então, uma pessoa pode navegar na internet e encontrar conteúdo ruim, mas esta é uma coisa diferente de impedir que um anunciante apareça nele. Novamente, não conheço Feinberg ou sua empresa, mas talvez eles façam algo diferente

Eric Feinberg quer vender sua tecnologia para as próprias plataformas digitais, e não para marcas, agências ou empresas de monitoramento third-party. Isto porque, segundo ele, o objetivo não é só ganhar dinheiro, mas impedir terroristas e grupos de ódio de ganhar dinheiro com anúncios online. Ele comparou a ideia de vender sua tecnologia a marcas e agências a “consertar a pia do banheiro de casa, quando o problema está no esgoto ou no reservatório”.

Se assim for, por que o Google e outras empresas sofisticadas de tecnologia falharam ao encontrar a solução que ele continua procurando? “As empresas não estão realmente entendendo tendências chave ou palavras chave, e não estão olhando para isso da mesma forma que nós”, disse Feinberg. “Tenho uma base de dados de milhares de palavras e frases relacionadas a atividades nefastas”, complementou. Uma destas palavras é uma palavra sérvia traduzida como “hanwa”, que tem acompanhado conteúdo jihadista na internet. O YouTube Red, serviço de assinatura do YouTube livre de anúncios, anunciou seu filme The Thinning em um dos vídeos com a tag “hanwa” no último sábado, de acordo com um link e print enviado pelo executivo.

Tradução: Karina Balan Julio

 

 

Publicidade

Compartilhe

Veja também