Geraldo Leite
29 de novembro de 2011 - 10h23
Na semana passada tivemos um belo evento pelos 25 anos da ANER, no Teatro Alfa, em São Paulo. Noite caprichada, dirigida pelo Roberto Muylaert e com um discurso interessante de outro Roberto, o Civita, contando a história da formação da associação.
A atração da noite foi a extraordinária Orquestra Ouro Negro com músicas do Moacyr Santos, tocando de forma exclusiva para a gente (e isso é raríssimo), de uma maneira brilhante e pena que poucos sabiam ou tinham interesse em conhecer, pois muita gente saiu antes.
Ao final, todos recebemos o livro “história Revista” que faz um belo apanhado da evolução do mundo e do Brasil, sob os olhares das Revistas.
O que me encantou também e tá lá, escondido no finalzinho da Revista, é o artigo do Thomaz Souto Corrêa, chamado “O futuro não existe”. Como assim?
É isso mesmo. Com sua verve e jeito bom de escrever, o Thomaz refaz o percurso dele em descobrir o futuro do meio e as várias tentativas de se adivinhar o que virá.
Conta primeiro de um modelo que viu 15 anos atrás na MPA, meio Tabletão, onde se ia fisicamente até uma “banca eletrônica” , encaixava-se o produto numa máquina tipo de compra de salgadinhos, você apertava as teclas das revistas ou das partes que queria e lá caia um pacotão dessa “revista do futuro”.
Depois veio um outro protótipo, junto com o Negroponte do MIT, com uma tela de vidro e uma moldura de plástico que também não chegou lá. Tudo isso até surgir a solução de fato, o Ipad, apresentado pelo Steve Jobs.
É por tudo isso que temos que dar uma banana para os tais “expertos” que dizem saber como será o futuro. Como é ridículo ver esses saberetas vomitando verdades que logo mais serão superadas por novidades tecnológicas que ninguém previa. Tudo bem que o Ipad possa cumprir com eficiência uma série de funções da mídia impressa e ainda melhor, mas ele não é uma Revista ou Jornal – é mais que isso, e não sendo essa a função básica, o modo de consumo pode também não ser a melhor solução para o futuro – muito embora hoje seja.
O amanhã só amanhã – o hoje está aqui, passa pela gente, se não for bem feito nem chega lá, e se a gente chegar lá, já garantimos o futuro, porque se servisse pão de ontem, a gente passava amanhã. Mas não, é nóis na fita, nóizinhos, nós fazemos o futuro, digo, o presente, pois o hoje, vai dar no amanhã; e o amanhã… amanhã a gente vê.
* Geraldo Leite é sócio diretor da Sing, Arquitetura de Mídia
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