Facebook? Que chato!
As mídias sociais estão mimetizando negativamente o que já conhecemos faz tempo nos nossos canais de TV
As mídias sociais estão mimetizando negativamente o que já conhecemos faz tempo nos nossos canais de TV
Meio & Mensagem
7 de agosto de 2014 - 12h06
Incrível como a cada dia que passa percebo mais e mais críticas ao principal veículo das mídias sociais: FB, para os íntimos! Na semana passada, um amigo hiper bem colocado no mercado e formador de opinião puro-sangue, postou em sua página pessoal do FB (não divulgo o seu nome por esta razão) “tenho que ficar eliminando mensagens no meu FB?? Que chato…”.
Lendo o Meio&Mensagem da mesma semana, me deparei com a matéria do repórter Felipe Turlão “Influenciador e vendedor” (página 17 da edição nº 1620, de 28 de julho). “Empresas que unem marcas e celebridades nas mídias sociais ganham relevância e querem minimizar os riscos associados à estratégia”, dizia a reportagem.
Riscos? Chato? Espere aí, as mídias sociais não são um novo formato de comunicação? Era do conhecimento? Geração X? Já li muito que a “segunda” (ou terceira) tela são os grandes causadores de perdas para audiência da primeira tela (TV). Para mim, as mídias sociais estão mimetizando negativamente o que já conhecemos faz tempo nas nossas TVs. Sem trazer novidades ou inovações! Me parece que as táticas usadas nestas novas mídias repetem o que temos hoje já estabelecido nos grandes canais de televisão,ou seja, “criando a roda de novo”.
Me explico: eliminando mensagens? Não deveria ser tudo permissivo ou não intrusivo? Para receber algo no FB devo ser amigo (aprovado) ou like (permissivo com certeza). Em um canal de televisão, se não quero ver a propaganda que não pedi, simplesmente mudo de canal e pronto. É assim no rádio também (levanta a mão quem escuta a “A Voz do Brasil” às 19 horas). Mas pelo que sei não consigo mudar de feed (canal) no FB. Só tem um.
Agências especializadas em ações com celebridades nas mídias sociais? “Essa é a nossa maior preocupação, pois o melhor não é vender campanha, mas atender as expectativas do cliente e não desapontar a audiência”. Ah vá! Verdade? Juro que não sabia disso (risos). Para ações na TV existem há décadas técnicas e profissionais bem treinados para realizar celebrity endorsements e, pelo que sei, funcionam muito bem. Quais são as diferenças aqui? Volume da audiência? Custos das celebridades são menores no FB? Canais de TV com alta audiência na maioria das vezes têm abrangência nacional. No FB, dependendo da sua lista de amigos ou de likes, pode ser bem mais internacional/global. Qual vale mais?
Estava viajando na outra semana e assistindo TV quando me deparei com um anunciante que vendia “Free pages” no FB com foco em empresas, dizia o spot. “Não precisa pagar nada”. Ah vá! Verdade?. “E nós traremos muitos fãs para a sua página”. Alguém lembra aí de agências de propaganda fazendo isso? Será que alguém já agiu assim comercialmente falando quando se trata de TV? Trago audiência para o seu produto?
O FB é uma empresa séria e de alcance global, sucesso garantido para mais de um bilhão de pessoas, responsável também pelo aumento do índice de buzinas de carros sendo tocadas nas principais cidades do mundo (quer apostar que quando o sinal abre e o carro da frente não anda o motorista do carro esta dando uma olhada no FB?), mas deveria estar tomando mais cuidado com o tipo de ação que realiza, como e de que forma as mensagens estão entrando no feed, e quem vem fazendo isso. Ou será que as gerações futuras vão preferir assistir a “velha e boa” TV?
FB não fique chato, tá? Ou então muita gente vai querer mudar de canal.
Paulo Octavio P. de Almeida é vice-presidente da Reed Exhibitions
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