Chieko Aoki
9 de maio de 2013 - 3h37
Quantas e quantas vezes nos deparamos com situações não muito positivas, que nos fazem ter um certo receio sobre se vamos conseguir manter as coisas em ordem… As mudanças nos assustam ao mesmo tempo em que somos adaptáveis a elas. E esta adaptação se torna mais fácil se o nosso pensamento for positivo. Quando tenho algum problema e sinto vontade de reclamar, um irmão meu já vai logo dizendo: “não pense no problema, pense na solução”. E ele tem razão! Isso facilita bastante para que a nossa vida seja mais aprazível.
Recentemente passei por uma situação que exemplifica exatamente o que contei acima. Após muitos e muitos anos, a minha assistente de casa decidiu parar de trabalhar para cuidar de uma séria doença. Ela era verdadeiramente uma assistente, capaz de planejar, organizar, realizar, avaliar e sempre melhorar. Sabia de tudo sobre as tarefas domésticas e muito além disso. Tinha capacidade para desde me ajudar com o meu computador quando tinha alguma pane até realizar, com excelência e carinho, jantar para 50 ou mais pessoas, bastando receber orientações sobre o perfil dos convidados, cardápio e alguns outros detalhes. No mais, eu poderia fechar os olhos e abrir um pouco antes do evento; tudo estaria nos conformes.
A gente não espera, mas sabe que esse tipo de separação vai acontecer um dia e, quando chega, fica com a sensação de que o nosso plano de vida precisa ser revisto radicalmente. Muitas vezes, por não dominarmos completamente um assunto ou situação, ficamos com a sensação de impotência e de perda. Acredito que é a mesma sensação que as mulheres, especialmente as que trabalham fora, passaram a vivenciar com a nova lei das empregadas domésticas, cujo horário de trabalho agora é definido e precisa ser cumprido.
Por alguns minutos, horas ou dias, a sensação estranha de “o que é que eu vou fazer agora?” permanece, assim como a de “eu não vou ter tempo pra fazer tudo isso”. Afinal, mulheres modernas costumam ser multitarefa e, ao mesmo tempo, mães, esposas, profissionais, estudantes, além de terem vida social ativa. Passado o susto inicial, a gente percebe que é sim viável ser tudo ao mesmo tempo se nos determinarmos a focar na solução e não no problema. Nossa mente é incrível, e quando pensamos na solução ela vai surgindo. Da mesma forma, se pensarmos no bem, boas ideias, positivas, começam a fluir. Provavelmente é por isso que o bem chama o bem.
Assim, a gente vai deixando as dificuldades de lado e se anima, reaprendendo coisas que paramos de fazer por rotina de trabalho, de compromissos e viagens. Pouco nos dedicarmos a questões relacionadas à nossa própria casa. E digo isso com propriedade! Hoje arrumei tempo para ir ao supermercado, para pensar em que prato preparar para o jantar, em montar arranjos de flores para a casa e também organizar o dia a dia… e sinto-me melhor, conseguindo fazer isso e trabalhar fora, além de tantas outras coisas – por enquanto, sem a perfeição que gostaria, mas estou entusiasmada e vou melhorar. Mudanças, sejam elas no ambiente de trabalho ou na vida pessoal, fazem com que a gente saia da “zona de conforto” e evolua cada vez mais. É assim que aprendemos a ter melhor organização, a dar importância ao trabalho do outro e a recomeçar, renovar as energias.
Fiquei pensando que, no Japão e em muitos outros países, não é comum as famílias contarem com empregadas domésticas, faxineiras ou cozinheiras. Se no Brasil está difícil encontrar este tipo de profissional, no Japão, por exemplo, é quase uma missão impossível, mas, ao mesmo tempo, tudo é resolvido com praticidade.
Voltando ao nosso País, é preciso nos adaptarmos à nova lei em prol das empregadas domésticas. Além disso, tornar a vida mais prática é algo que beneficiará tanto os moradores quanto as empresas, principalmente as de alimentos e bebidas e hospedagem. Você está se perguntando por quê? Simples! Acredito que as pessoas passarão a comer mais fora de casa, aumentando os gastos em restaurantes, ou, ainda, comprando mais produtos semiprontos. Está aí uma excelente oportunidade para quem tem foco na excelência de serviços e produtos. Os consumidores serão ainda mais exigentes e selecionarão as empresas que atenderem às suas expectativas de forma personalizada, com rapidez e qualidade, assim como eram atendidos pelas suas assistentes do lar, para quem não precisavam dizer nada; elas já adivinhavam pelo olhar. Será que as empresas conseguirão atingir este grau de personalização, assim como nossos clientes tinham em suas casas? E mais! Com velocidade, praticidade, variedade, originalidade e inovação?
Fica aqui uma lição de casa para todos nós.
Chieko Aoki é presidente da Blue Tree Hotels
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